quarta-feira, janeiro 23, 2008

4/04/79.22/01/2008

Nunca me custou tanto dizer o que me vai na alma, a confusão que se gerou na minha cabeça quando recebi a notícia: "morreu".
Mesmo agora estou a esforçar-me muito para fazer deste post algo de sentido e correcto. Há já algum tempo que me apercebi de que as pessoas morrem. Não é justo, nunca foi e nunca será quando gostamos delas, não é justo podermos apenas eternizá-las nos nossos corações, queremo-las sempre connosco, é um egoísmo sim, que todo o egoísmo deste mundo fosse esse.
Heath Ledger achou (parece) que merecia algo melhor, ou pelo menos que temporariamente merecia alguma paz, será que se arrependeu no último instante?Será que...
Era jovem, era bonito e era talentoso (como se com isto estivesse a dizer algo de importante que o descrevesse realmente), arriscava-se a tornar um grande artista (os artistas são perigosos), digo arriscava, porque num mundo como o de Hollywood ter talento é um risco. As chamadas "estrelas" têm tudo ao seu alcance, rodeiam-se de pessoas, de coisas, alacançam-nos e afastam-se de tudo o resto, fica tudo falsamente próximo, fica a faltar o principal, o essencial, o primordial, algo que não se verbaliza, que se sente e que se deseja mais do que tudo, sem qualquer possibilidade de nomeação .
O problema de Heath é o problema mais normal do mundo, sentimo-nos deslocados, com tanto para dar e pouca vontade de enfrentar os demónios que nos apoquentam, escrevo e falo na segunda pessoa do plural porque no fundo somos todos assim, estamos todos uns para os outros, todos nós temos medo, tanto medo que nalgum momento uma coisa dessas pode passar-nos pela cabeça, podemos perfeitamente deixar de acreditar, e sem esperança, sem nada com que sonhar, então mais vale parar, ficar por ali, dormir mais um pouco.
Corajoso o que tenta, cobarde o que o faz?
Escolhi uma foto onde fosse visível o seu belo sorriso, é assim que o vou recordar, a sorrir. Relembrar os seus bons trabalhos, antecipar duas obras que estão a aparecer, tentar perceber?Acho que todos nós percebemos, James Dean falava em "conquistar a Eternidade", não creio que seja esse o nosso projecto, prefiro acreditar que seja antes essa palavra FELICIDADE: aquilo que nos anima, a palavra está gasta bem sei, não é um estado permanente, não é o início de nada, são pequenos nadas, e às vezes nem nos apercebemos do quão felizes somos, só olhando para trás é que se torna claro!
Um sorriso por Heath Ledger.
Façam o favor de serem felizes.

1 comentário:

R. disse...

Dá que pensar!..

(28 anos)

:(