sexta-feira, fevereiro 29, 2008

"Como nos filmes"

(imagem 'aprisionada' do filme, From here to Eternity)
Fazemos parte de uma geração que encontra no Cinema o seu modelo de vida.
Actuamos em público, temos práticas e até amamos "como nos filmes".
O nosso beijo é inspirado nos beijos dos actores norte americanos à chuva, bebemos café enquanto pensamos na vida porque vimos um leque enormérrimo de actores a fazer o mesmo - alguém sentado num balcão ao cair da noite e a ver a sua vida em flashback- na vida real só nós vemos os flashbacks e são bem menos perfeitos.
Imaginamo-nos a rodar em película num écran gigante e temos toda uma sala repleta a torcer por nós porque somos os bons da fita e não fizémos nada para merecermos aquilo que nos está a contecer, ou será que fizémos?
O Cinema ilude, sempre o fez e sempre o fará, 'cinema realista' é coisa que não existe, porque tudo é falso, estudado, pensado e criado, e tem a espessura de uma folha de papel refinado.
O Cinema ilude e mesmo assim moldamos a nossa vida às expectativas que dele criamos, a grande diferença é que no Cinema o amor faz-se poeticamente e nós sabemos que na realidade é institivo e por isso animal, a diferença é que um beijo no cinema é longo, pode ser dado à chuva e captado com uma câmara digital enfiada nuns carris de modo a filmá-lo em movimentos circulares em redor dos dois amantes, a diferença é que nos filmes a pessoa que amamos quando chega é em slow motion.
Nos filmes as pessoas traem-se para perceber o quanto amam a pessoa que acabaram de trair, e na vida real as pessoas traem e traem e magoam e assim perpetuam a dor dos que são traídos, e não há happy ending para os dois.
Nos filmes a estória esgota-se na última página do argumento, a vida é um livro aberto.
Nos filmes o amor da nossa vida é enquadrado no écran a partir de um close-up, as coincidências são motor da acção (e da ficção), e na vida as coincidências que tanto queremos que aconteçam tardam.
A diferença é que o Cinema aprisiona e imortaliza, a vida liberta e esvai-se.
E por isso fica, o beijo entre Steve Mcqueen e Faye Dunaway em The Thomas Crown affair, fica o tema de Shigeru Umembayasia em In the mood for love, fica a conversa entre Clive Owen e Julia Roberts em Closer, fica a cena das escadas entre Viggo Mortensen e Maria Bello em History of violence, e fica isto...

quarta-feira, fevereiro 27, 2008

And now someone is fuc*ing Ben Affleck

(clicar na imagem para visionar vídeo) Jimmy Kimmel achou por bem responder a Sarah Silverman quanto à questão "Matt Damon" e resolveu a situação recorrendo ao seu melhor amigo Ben Affleck, num vídeo muscial que conta com as participações de ilustres como Brad Pitt, Robin Williams,Josh Groban, Cameron Diaz, entre muitos outros!

segunda-feira, fevereiro 25, 2008

I knew it!

Para meu contentamento foi o nome de Marion Cotillard que saiu de dentro do envelope pelo seu magnífico desempenho em La môme! Se Daniel Day Lewis não foi uma surpresa, muito menos foi o "bravíssimo" Javier Bardem que é outro que parece que não sabe fazer nada mal feito já desde os tempos do Before night falls, e finalmente Tilda Swinton vê o seu talento reconhecido pela Indústria. No country for old men foi o grande vencedor da noite, mas não me posso aventurar que ainda não tive a oportunidade de ver a obra. Tristeza? Sim por Atonement que é um dos grandes derrotados do ano. Ah e Ratatouille também levou a estatueta, todos dizem que não havia maneira de ter sido outro o resultado...devo dizer que ainda não o vi... shame on me (como diz o outro)! Mas Cotillard ganhou é bom não esquecer!

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

Houve sangue e de que maneira

O galardoadíssimo de Paul Thomas Anderson é obra para ficar na mente, e lá permanece durante tempo indeterminado feito zumbido nos nos nossos ouvidos...como outrora ficara Magnolia.
There will be blood apodera-se dos nossos sentidos, seja pela ausência inicial de palavras, seja pela luz intensa do sol que nos encadeia, seja pelo negro do petróleo, seja pelo vermelho escuro e espesso do sangue.
Tudo é inesperado nesta obra aparentemente simples, desde a banda sonora diegética que nos envolve através da poderosa composição de John Greenwood, através do som explosivo das forças que provêm do subsolo, do vazio sonoro de H.W, do poder sonoro das palavras: inesperado e poderoso são os termos.
São muitos os elementos que identificam esta obra como pertencente a este realizador: quer sejam as explicações que ficam para depois, as alusões à religião católica, os símbolos dos nomes, desde Plainview a Sunday passando por Mary a Abel, os pormenores visuais, o momento brechtiano por excelência (aqui não há chuva de sapos mas há homicídio na pista de bowling), o humor negro... One night, i'm gonna come inside your house, wherever you're sleeping, and i'm gonna cut your throat...eu cá ri-me à custa disto, é a noção de parábola feita às custas de uma estória na qual capitalismo, religião, ganância e humanidade (ou falta dela) se conjugam para nos brindar com um exercício deveras perturbador.
O argumento consubstancia-se na vida de Daniel Plainview, um homem que começa do nada e conquista tudo através de alguma sorte, palavreado forte, a crença na família e na educação (palavreado disse eu...), bem como nos progressos sociais e tecnológicos, mas acima de tudo através do ódio que esta mesma personagem vai alimentando a partir do seu desprezo pelo ser humano, aliás é neste momento que faço a minha vénia ao fenomenal Daniel Day Lewis o actor mais cool de Hollywood que faz o que quer, quando quer e fá-lo sempre, mas sempre de modo irrepreensível e esmagador, pondo todos os outros num chinelo.
Também elogios devem ser tecidos a Paul Dano de quem pouco se ouve falar e que dá aqui provas de que se torna a passos largos num promissor actor (para quem viu Little miss sunshine), com o seu desempenho este jovem actor "ajuda" o protagonista, não lhe faz sombra mas também não fica encoberto no papel do jovem fervoroso que nos proporciona, a meu ver, alguns dos momentos mais desconfortáveis da obra.
"Haverá sangue" pois, a promessa é cumprida bem no final, embora toda a obra seja feita como que de um ritual se tratasse, um sangramento de duas horas e meia, da Terra, dos laços familiares, da Fé, da carne humana, e do Tempo que vai de 1898 a 1927.

quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Até logo filha!

E é grande a força que no início da minha recuperação emprego na mão que empurra a caneta que espalha a tinta sobre a folha na qual imortalizo este meu estado de espírito. Apercebi-me de que não temo a Morte, temo sim a Dor, a dor de perder. Não quero perder a minha Mãe, tomei consciência disso nestas últimas noites em que a olhei enquanto ela dormia na minha cama para estar mais perto de mim, ela dormia e eu olhava-a enquanto esperava que o meu medicamento fizesse efeito. Tenho medo de não a voltar a ver a não ser quando fechar os meu olhos, tenho medo de me esquecer do cheiro do peito dela, das suas rugas que começam onde terminam os lábios finos e rosa- pálida, da fraqueza dos seus dedos, dos seus bolos de iogurte queimados, da forma redonda das suas unhas, do sinal que ela tem no queixo que eu beijo, do sabor do pão com manteiga que comia no emprego dela quando era menina. A minha mãe sempre foi atenciosa e carinhosa, sempre me abraçou, sempre entrelaçou as pernas dela nas minhas na cama fria deixada pelo meu pai de madrugada em dia de feira, a minha mãe sempre me beijou os olhos para eu adormecer, a minha mãe é a única que me faz chorar só de pensar nela, é só ela e mais ninguém. A minha mãe é a lutadora que tudo faz para me ver sorrir, a minha mãe é aquela que diz "vai passar" olhando para o outro lado parecendo divagar em busca de soluções, a minha mãe é aquela que me deseja toda a felicidade e toda a felicidade é sempre pouca para todo o amor que sente. A minha mãe é aquela a quem nao consigo mentir, posso até fazê-lo mas ela sabe sempre e sabe sempre tudo, ela sente lá dentro, a pequenina que mostro já não ser sai para fora, vai ter com ela puxa-lhe a manga da camisa e sussurra-lhe a verdade ao ouvido, a pequenina dá uma risadinha e sai a correr, e a minha mãe fica a saber de tudo e eu de nada. A minha mãe é quem me faz torradas com muita manteiga e o café na própria chávena onde bebeu o dela. Não, não a quero perder, não estou preparada, a minha mãe é aquela que ainda hoje de manhã me deu um beijinho na bochecha e disse "até logo filha", o dia em que não ouvir isto significará que todo o meu mundo desabou, que parte de mim morreu, e que a outra, a que a recordará nunca mais será a mesma, só os que amamos verdadeiramente deixam pégadas na areia da praia da nossa memória, "até logo mãe".

terça-feira, fevereiro 19, 2008

A corda

A minha corda é feita de muitos fios, fios longos e brancos que se entrelaçam, dão voltas, abraçam-se, multiplicam-se em desencontros apertados, procuram a luz que em cima se quer coberta; a minha corda é feita num nó grosseiro e rogoso por um marinheiro sábio e gasto pela efemeridade do tempo que ainda está por passar.
Se eu cortar a minha corda ou deixar que alguém a corte por mim, será como pregar uma sensação num pedaço de madeira tosco e húmido, como cravar pedaços de vidro na planta do meu pé, abafar um grito com uma mão suada a meio da noite, uma vontade cega de gritar pela boca que contém a língua viva, vermelha e quente.
É a corda que me deixa saltar. Sem corda não tenho coragem de olhar para baixo quando estou bem lá em cima, a corda deixa-me sonhar como ave que quero ser, ave que arranha o peito no topo das árvores, que se deixa arrepiar com as gotas frias de água da chuva, que foge do Sol enquanto se dirige para Ele.
Sem a corda não conseguia partir sabendo que a volta não seria possível, a corda estica até onde eu quiser, não temo a falta da sua consistência, ela é como um amigo imaginário, pode ter todas as qualidades, todos os defeitos, todas as belezas, todas as cores e feitios, todas as formas, a minha corda pode ser feita de papel, de aço, de algodão, de carne, de ar, de aroma a jasmim, de poesia de Wordsworth, de estrelas cadentes, de erva daninha, a minha corda pode ser tudo feito em nada, pode ser corpo feito em cinza, cinza renascida em corpo e penas, água feita nuvem, galho feito ninho.
A minha corda estica sempre, até onde eu quiser, faço um lacinho na ponta do meu dedo escondido no bolso roto do casaco de lã cinzento, e lá vou eu com a minha corda, ninguém a vê, nem eu mesma, mas sei que está bem ali e que se algo de mal acontecer, o caminho para casa é certo, se algo de pior tomar o lugar de algo de bom, tenho alguém à espera, se morrer, ela leva-me ao Monte mais alto dos Tempos mais antigos, das cores mais mágicas, dos cheiros mais intensos, das pessoas mais verdadeiras, dos corações mais selvagens, das ilusões mais lindas, dos ventos mais frescos, dos tecidos mais esvoaçantes, das águas mais cristalinas, e Monte onde não descansarei, apenas permancerei eterna e por toda a eternidade.

segunda-feira, fevereiro 18, 2008

Cateter heart Bobby forever

De facto eu e o "Nosso Senhor" não somos os melhores amigos deste mundo.
Agora que tinha entrado de férias e planeava ter uns dias passados "na paz do Senhor" com muita jovial e colorida fanfarra, eis que "o Senhor" me faz um laço de marinheiro à vida e me faz ondear numa cama adoentada.
Uma coisa é planear férias "ena vou fazer assim e assim", "ena tanto tempo, agora é que vai ser"....para no fim nos resignarmos à grande verdade: a malta não sabe o que fazer com tempo livre, e como a malta não sabe, a Leila pensou "eh pah e se eu adoecesse, apetece-me ter uma pielonefrite" e pronto cá estou eu a recuperar da dita cuja.
Felizmente o pior já passou, depois da febre,do calafrio, da dor de cabeça, da maldita dor lombar (foi a pior parte), da muita posição desconfortável, e da não menos muita proibição a torto e direito de tudo aquilo de que gosto mesmo.
Acho mesmo que dormi mais nos últimos dias que em todo o último mês de Janeiro de 2008, e a incursão às Urgências do Hospital do Santa Maria- a coroação real desta Princesa incapacitada- fez de mim uma pessoa "realmente" doente (sim porque só é "doente" quem vai ao Hopsital).
Mas vá lá, só posso dizer bem daquela gente, médicas portuguesas e espanholas, enfermeiras e enfermeiros sorridentes e capazes, ok a senhora da Ecografia era horrível, e só podia mesmo trabalhar num sítio escuro onde passa o dia a procurar coisas até ficar vesga num écran todo manhoso, meio Matrix do tempo do Indiana Jones.
E foi naqueles corredores que aprendi (sentindo-o na pele) o que é um "cateter", e aprendi também o que é um "Bobby" e são os dois: termos médicos.
Não posso dizer que o saldo seja positivo, porque com a saúde não se brinca e eu até gosto de ter dois rins e também gosto do da direita que por acaso é aquele que dói, e porque estou proibida de ingerir leite e derivados durante o tempo em que estiver a tomar antibiótico, oh pah estou-me maribando para o Leite, mas e os DERIVADOS?? O que é que eu faço da minha vida sem a boa da manteiga da vaquinha, e o queijinho fresco da vizinha (não é ela que é a vaca atenção), o que é que eu faço sem a minha torrada lambida a manteiga e o meu galão a meio da tarde??

domingo, fevereiro 10, 2008

Lenny Kravitz e James Morrison No Rock In Rio Lisboa

Para mais informações, clicar no logo e acedem ao site oficial do evento, e se clicarem nas fotos dos senhores visionam um videozinho dos artistas!

sábado, fevereiro 09, 2008

I'm f*cking Matt Damon

Sarah Silverman simplesmente (vá e uma ajudinha do Matt Damon)

quinta-feira, fevereiro 07, 2008

Irritações parvas num post muito irritante

Não posso dizer que seja uma pessoa facilmente irritável, aliás tenho aquilo a que muito boa gente chama de "paciência de Santa", mas existe certamente uma ou outra coisa que me irrita cá com uma pinta que "vou va vous contar"!!
A primeira coisa que me irrita é levar encontrões na rua (principalmente no metro e nesse grande lugar que é o Chiado) e não ouvir um "Xculpe" ou "perdão", depois irrita-me que havendo todo um autocarro por ocupar a senhora idosa resolva sentar-me mesmo ao meu lado e querer conversa da boa que se inicia no "reumatismo e termina ah o eu pai faleceu com cancro" e ainda não contente pedir "oh menina podia puxar a cortina é que os velhos já não aguentam com tanto sol", logo eu que gosto tanto do Sol.
Irrita-me não haver pão fresco em casa quando chego cansada da faculdade, instiuição na qual e pela qual "dou o litro" e não vejo retorno nenhum.
Irrita-me solenemente que façam barulhos estranhos com a boca, estão a ver o donkey do Shrek?? Pois bem eu sou o irritado ogre verde.
Irritam-me os aranhiços, irritam-me os intelectualóides de esquerda, não há nada pior que essa raça abelhuda, se é comuna ao menos que seja terra a terra, não é à toa que envergam como logotipo uma foice e uma martelo.
Irritam-me as pessoas que não se sabem comportar segundo as regras (não as sociais, apenas aquelas que dizem "estou a dar atenção ao que diz, posso não concordar mas estou a seguir o seu raciocínio") e por isso irritam-me alunos que em conversa com professsores numa sala de aula não parem de teclar ao telemóvel.
Irrita-me que tenham retirado do mercado o grande iogurte com pedaços de ananás light do Plus. Choro um pouquinho por ele a toda a primeira Terça e Sexta feira de cada mês.
Irrita-me o preço irritante dos bilhetes de cinema, o preço dos bilhetes de Teatro, irrita-me ter frio e desejar o Verão, irrita-me não encontrar outra palavra para colocar no lugar de "irrita-me". Irrita-me ponto final.
Como dá para ver até não sou das pessoas mais irritáveis deste mundo, ah e irrita-me querer agrafar alguma coisa e dar com o agrafador sequinho, sequinho, eu aguento muita coisa mas um agrafador sem agrafos irrita-me exponencialmente, e querer depois um clips e não dar com ele....
Da próxima dedico umas linhas fartas às coisas de que gosto e que felizmente são infinitamente mais dos que as que me IRRITAM. Aliás a palavra IRRITAR está a irritar-me, é melhor terminar esta coisa, oh Alá deixa-me parar, estou a tornar-me compulsiva e ainda tenho toda uma matéria para rever de um teste que farei amanhã!
Fui!
Ah e irrita-me o facto de todo o mundo agora ser doutor porque vai à internet: pergunta ao tio Google o que fazer com determinados sintomas e ele cospe uma mezinha toda genial, da última vez que fiz isso o tio Google disse-me que o meu problema era "próstata"...fiquei irritada? Fiquei sim senhora!

domingo, fevereiro 03, 2008

Para ti (1)

Para ti (2)

Did you know that true love asks for nothing/ Her acceptance is the way we pay/ Did you know that life has given love a guarantee/ To last through forever and another day/ ((As, George Michael feat Mary J Blige, lyrics by Stevie Wonder))