domingo, dezembro 28, 2008

GJG (o último de 2008)

Gota de súor? ...mas se está tanto frio...engoli fogo, foi isso? No fundo é como a sensação do quente gelado, algo que de tão frio queima por dentro, o peito, o ventre, a alma e a nuca. E quebram-se os vidros das janelas mal fechadas, explodem os poros cansados mas ainda sedentos, perfuram-se as entranhas maleficamente descobertas. Sobe-se alto e ao cair fica-se pendente, meio dolorido, meio ensonado, meio dormente, meio morto, todo ele vivo e repleto de algo maior e mais forte. No turbilhão das tendências, nas vontades seguidoras dos institutos mais puros, no turbilhão da imaginação implantada, do enterro dos membros também ele turbilhados, ao centro, no topo e em redor, encerra-se outro capítulo, parte-se para outra página, meio livro lido, meio livro por descobrir, páginas decoradas, flores feitas marcadores, sopros de vento localizados, manchas desgastadas, águas vertidas, sombras pesadas reinantes sobre um corpo incapaz de parar. Persiana aberta. Meia luz gasta. Frio na rua. Frio no quarto. Chão de madeira. Mão pesada. Pálpebra dormente. Grito. Silêncio. Palavra. Suspiro. Se todas as tardes fossem assim em 2009...! Bom ano meus caros :)

sexta-feira, dezembro 26, 2008

Salvem os ricos ("Do They know it's Christmas Time")

Conseguir juntar o Angélico, o António Calvário e o Bob Dylan no mesmo estúdio...tornou o meu Natal numa coisa "altamente!"

quinta-feira, dezembro 25, 2008

Can you read my mind?

Às vezes cruzam-se informações bem frente a nós e nem damos por isso, tratam-se de "coincidências" parece. às vezes essas mesmas informações passm por nós e nem lhes prestamos atenção, mas tem outras vezes...ando de carro com o meu mano, escutamos The killers (passa-me ao lado), no outro dia dizem-me que gostam dos The killers (passa-me menos ao lado, porque me lembrei que os escuto no carro e me passa ao lado), procuro novas canções cruzo-me com read my mind, encontro um amigo no messenger no dia 24 de Dezembro que numa de conselheiro gratuito me diz " se conseguissem ler a nossa mente" bastava-lhes acreditar! Passou-me ao lado...por instantes, depois voltei a ouvir a canção read my mind e deixou de ser informação cruzada, erro circunstancial, às vezes acontece, às vezes é coincidência...outras vezes não:
The good old days, the honest man;
The restless heart, the Promised Land
A subtle kiss that no one sees;
A broken wrist and a big trapeze
Oh well I don't mind, you don't mind
Cause I don't shine if you don't shine
Before you go, can you read my mind?
(The killers, Can you read my mind)

quarta-feira, dezembro 24, 2008

UUUU i really love the morning after!

Passo neste meu abandonado blog para vos desejar um valente Natal recheado de coisas simples e fatais, poderosas porque assustadoramente fáceis de fazer, basta uma sms, um e-mail, um postal enviado atempadamente pelos correios...está ao alcance de todos, de todos, incluo-me neste grupo embora este ano não tenha sido a pessoa mais esperta no que toca à gestão do tempo!
Hoje e amanhã são aqueles dias que podem ser quentes se quisermos, podem ser alegres mesmo que não estejamos com quem mais queremos, podem ser preenchidos por pequenos nadas, o que está dentro do papel de embrulho não interessa, é a vontade de ver um sorriso, basta termos vontade!
Façam pessoas felizes, sejam felizes por fazerem disso um objectivo de vida!
A manhã seguinte pode ser tão boa!

sexta-feira, dezembro 12, 2008

lembrança pantagruélica

Hoje de manhã quando saía de casa bem cedo senti aquele cheiro forte a terra molhada que só se sente no campo frio e fresco, mesmo que dentro de um carro em andamento. Lembrei-me de uma coisa que me foi dita uma vez, que quando algo entra em contacto com água o seu cheiro característico torna-se mais intenso e por isso mais próximo do original.
Pensei no campo molhado.
Olhei a terra ainda mais molhada figurada com as folhas secas e douradas e veio-me à memória uma lembrança pantagruélica: a imagem de um crepe regado com molho de chocolate. Certamento não fará sentido para todos, nem sei se para alguns fará, mas faz sentido para mim. Isso faz, (e alguma fominha também).

segunda-feira, dezembro 08, 2008

A minha mami (que é muita gira) é também prolífera em comportamentos anti natalícios

Sim a minha mami é uma senhora muito levada da breca!
Quando eu era uma menina pequena e inocente (ahahah continuo pequena e inocente) a minha mami teve um ataque de fúria tamanho que deitou fora todas as peças do presépio, e olhem que tínhamos toda Jersusalém reunida: A Maria Santíssima, a lavadeira, o José carpinteiro, o menino Jesus nú e dormindo que nem um menino Jesus lá está, os reis magos, as ovelhinhas, a ponte, enfim uma aldeia em peso...que a minha mami gira como só ela sabe ser deitou fora alegando que estava fartinha de colar a cabeça dos camelos dos reis magos e que o menino Jesus mais parecia coreano...enfim, agora temos 4 presépios pequenos e cada uma mais grotesco que o outro!
Mas como cá em casa gostamos mesmo é do cota das barbas e que bebe coca cola que sa farta na Tv.."tudo bem!"
Decidimos fazer a árvore, a minha mami gira ficou de me colocar as caixas com os enfeites na sala para que eu me armasse em decoradora do Querido mudei a casa..."Oh mami só temos uma caixa?", ela responde afirmativamente..."oh mami mas onde está a árvore?"...ela diz-me que a árvore deve de lá estar dentro, e eu receei o pior lembrando-me da cidade de Jesus toda no contentor do lixo ao pé dos sacos do Pingo Doce, rezei para estar a ter uma paradinha cerebral e ter visto a caixa com um tamanho menor que o normal, sei lá poderia estar a começar a ficar com falhas visuais ou assim..."oh mami não está cá a árvore"...e ela gira: "tu queres ver que a deitei fora...oh falta ali uma vela no castiçal!"
- "Sim mami pois falta, mas e a árvore?"
- " a árvore não sei..."
Bem e é este o meu conto de Natal, é o que mais se pode aproximar de Charles Dickens, porque até acaba bem a minha estória, ela comprou uma nova com o meu mano e a coisa até que ficou lindona! Mas digam lá que a minha mami não é uma gira??! Ah sim comprámos a árvore aos chineses...tal como os 4 presépios...e aqui fica um cheirinho da minha árvore que tem todo um mundo lá dentro, desde o morango, à rena, à tangerina, à maçã, o cogumelo, o anjo celestial, o pai Natal estrambólico e que uma vez por outra lá cai a cabecita, as framboesas, a casa na neve, a estrela lá no topo (eheheh euzinha no topo), há também um trenó sem viajante que se perdeu algures...na volta está perdido na cidada de Jesus fantasma!
Mas não interessa é Natal! Um Natal kitsch!

domingo, dezembro 07, 2008

"20 Dezembro de 2008" e "Campo Pequeno" são as coordenadas

palavras para quê... GOTAN PROJECT

We sing. We dance. We still things.

Ele visita-nos a 19 e 20 de Março, no Campo Pequeno e no Coliseu do Porto respectivamente!
Eu cá vou vê-lo! Quem se junta à festa??!!

sexta-feira, dezembro 05, 2008

Sinto-me bem porque...(e já tenho chapéu de chuva)

trabalho num 10º andar espelhado em pleno Saldanha!
privo com pessoas educadas!
sou chamada de Vénus e retribuo com um belo "Júpiter" porque "estamos alinhados"!
continuo a ser devota de bolo de chocolate escuro e espesso, fresco e molhado
não tenho tempo para nada
revejo pessoas que não via há tanto tempo e sinto que as saudades não se esgotam com dois dedos de conversa!
me recordo de momentos recentes
espero por uma surpresa
quando tenho frio sou abraçada com força
acordo cedo e percebo que afinal ainda é Domingo :)
me retribuem sorrisos
digo "amo-te" à minha irmã
dou beijinhos na boca
fazem-me festinhas nas costas
sei que esperam por mim
sou tida em conta
sei que faço sempre tudo o melhor que posso
erro e percebo que não o voltarei a fazer por vontade própria
quando saio da consulta sei que "agora é só daqui a 3 meses!"
sinto-me uma "cool" do início ao fim!
digo "obrigada" quando não tenho a obrigação de o fazer.
ofereço presentes insignificantes todos os dias
percorro curtas distâncias por longos caminhos
atravesso a estrada quando o sinal está verde para os peões
perco pouco tempo a arranjar-me e mesmo assim saio de casa a pensar "és mesmo gira!"
sei que és como o chocolate porque também tu "derretes quando estás na minha boca!"
fico assim quietinha no carro contigo a pensar que o cansaço é muito e chove lá fora e por isso não te quero a conduzir!

De costas voltadas

Eles continuam os mesmos de sempre...pelo menos nos anúncios, mas vamos a papá-los e o que encontramos nós dentro do pacote tão americanamente amarelo?? Digam lá?? Meio pacote, com meia dúzia de amiguinhos anões, muito mal coloridos. É caso para dizer, "assim não brinco.."...mas como-os claro, porque não se deve jamais dizer não a um m&m , e porque preciso de energia para terminar as tarefas laborais desta Sexta feira!

quinta-feira, dezembro 04, 2008

à espera do imprevisível

(sim este mês todas as fotos serão alusivas á quadra natalícia) "Não acredito no Amor" Disse-me um amigo que conheço há já compridos anos. Eu acredito. Ou pelo menos acredito na sua forma sem saber muito bem o que está no seu conteúdo, prefiro "Amar" ao "Amor", talvez seja este o melhor modo de me explicar: O primado da Acção sobre a Ideia. Amar é Dar, e Dar não pressupõe que percamos algo, bem pelo contrário, quando damos recebemos, agora, amanhã, depois, não interessa quando, acabamos por receber, pode até nem ser da pessoa a quem démos, porque também já todos percebemos que recebemos das pessoas mais improváveis (e é tão bom que assim seja). Mas atenção, temos de Dar incoscientes desta equação que expressei na linha atrás lida. Dar simplesmente, pelo acto em si, sem esperar nada em especial, aguardando o imprevsisível que acontece sempre e altera tudo em nosso redor. Se já estivermos à espera de receber algo, e pior do que isso, se soubermos atempadamente o que vamos receber esvai-se a alegria da surpresa, é como saber o que está à nossa espera por debaixo da árvore embrulhado em papel com ursinhos patuscos e de cachecol verde! Dar para receber. Dar para não perder. Dar para ganhar algo novo. Dar para não perder algo que já se tem. E é assim que passamos a reinar no coração de alguém sabendo de antemão que um rei (ou rainha) rege o nosso orgão batedor, forte e quente, bravo e carmim. Acho que sei a razão pela qual o meu amigo pensa assim: Medo, é Ele que nos faz recuar, como se ao darmos, estivermos a abdicar, a tornármo-nos dependentes... deixar de fazer algo é fácil, principalmente agora no Inverno, estação madrasta que nos faz esquecer a cor do reflexo do cabelo da pessoa desejada quando exposta ao mais tímido raio de sol, ou até confundir o som do seu riso entre os demais. É fácil desperdiçar as coisas boas num dia menos bonito, se assim for lembrem-se do entusiasmo proprcionado enquanto esperamos pelo imprevisível! Vá, todos a Dar!!

terça-feira, dezembro 02, 2008

"Eu sou mais bolos!"

Gosto de pastéis da minha Belém!!
mas falta-me isto...
Hoje é Terça feira, e estou em casa.
Deveria estar a trabalhar, mas estou em casa por motivos de força maior, e sobre isso está tudo dito. Amanhã regresso ao meu place verde e espelhado, ufa que bom, sim gosto de trabalhar e gosto de ter prioridades, e gosto de chegar a casa cansada e esgotada e mesmo assim com ideias de génia para cozinhar...as ideias são apetitosas garanto, os resultados nem sempre acampanham a geniosidade porém, culpem os caldos knorr (será impressão minha ou aquilo só salga a comida???). Também gosto de acordar cedo, com tempo e calma, tomar logo decisões pela manhã, torrada ou pão fresco, café ou chá, manteiga ou tulicreme? Depois o mesmo se passa com a indumentária, camiseira ou bolero? Vestido ou saia? E a bijuteria? Prata ou Bronze, pedra ou cristal? Ah e mala, a verde, a vermelha ou a preta?? Chego portanto ao trabalho já cheia de pica e speedada...mas hoje não foi assim... Estou agora deitada no sofá a escrever no meu blog, de robe cor de rosa e a tecer comentários mudos mas muito sentidos à minha incapacidade física temporária! Mas este post de hoje não é para que leiam sobre o meu dia de folga forçado, é apenas para vos relembrar que está frio brrrrrrr com a breca como está, relembro-vos também que daqui a 23 dias é Natal, relembro-vos que é um mês giro apenas porque tudo está enfeitado, ensacalhado, iluminado, stressado, com pessoas saltitantes de almoço para jantar comemorativo, relembro-vos também que isto é muita bom, life is all about finding joy and fun in all little things, recordo-vos meus caríssimos leitores que um dia menos bom não passa disso mesmo, um dia menos bom, umas míseras 24 horas...e pensei que passamos 8 delas a dormir, e outras 8 a trabalhar, que fazer com as outras 8?? Pensem lá bem??!! Ah e tenho saudades da minha London, mas isso é já um habitué nostálgico meu que me dá aí uma vez por semana, ah e tenho sadades tuas!! Sim eu sei comemos pastéis de Belém no Domingo, mas já tenho saudades...eh eu sou assim...gosto de soltar palavras ao ar, no fundo dizer que tenho saudades é só uma tentativa curiosa em fazer com que o tempo passe ainda mais depressa, se passar óptimo, se não passar bem o dia chega certamente e dizer que uma pessoa nos faz falta que eu saiba não faz mal algum, nem faz de nós seres carentes, apenas faz desta Princesa um ser carinhoso e agradável ( e nem sei se lês o meu Luz Câmara Acção)! As coisas feitas a dois são tão catitas!

sexta-feira, novembro 28, 2008

Apetece-me

Apetece-me....
um ferrero rocher (mas isso não é de agora)
que caia neve em Lisboa
ir è feira de Chocolate em Óbidos..esteja ela prestes a realizar-se ou não
que o fim de semana prolongado se prolongue pois claro
ter um filho
recortar estrelas em papel colorido
aninhar-me nos braços fortes de alguém especial
enfeitar a minha árvore de Natal
lamber a taça na qual farei o meu bolo "da avó"
ver renascer uma fénix
afinal não "ter um filho" mas fazer um filho
caminhar à beira mar numa praia deserta
sentir-me eterna
um grande cozido à portuguesa num belo almoço de família ao Domingo
poder dar aos de quem gosto aquilo que mais querem
partilhar pastéis de Belém com muita canelaaaaaaa
fazer embrulhos de Natal
comer uma barrigada de sushi
apreciar o cheiro de torradas acabadas de fazer pela manhã
ficar feliz por colocar um ponto final neste texto
.

quinta-feira, novembro 27, 2008

quarta-feira, novembro 26, 2008

sem título

Caso me perguntem o porquê, garanto-vos que decididamente não sei responder a tão simples questão, e as perguntas mais simples são as que realmente interessam, atentem nisso.
Milan Kundera ensinou-me que os amores são como os impérios: desaparecendo a ideia sobre a qual estão construídos, também eles desparecem, já Flaubert explicou-me como se de um jogo se tratasse que é possível servirmo-nos de uma educação sentimental.
De minha parte já não sei muito bem o que revelar. Sempre me senti mais à vontade com o sentir, do que com a parte em que tenho de explicar o que sinto, porque sinto, nada sei da forma, apenas do efeito, nada sei da causa provocadora.
Sinto-me bem. Tão bem.
Porquê?
Não sei.
Gostava de dizer que tudo é perfeito, maravilhoso, esponjoso e salutar, que tudo vive e se relaciona, sonha, dança, canta como quem respira, e que todos, repito, todos os aparentemente grandisosos problemas podem ser minimizados. E não é que podem? E não é que tudo é assim, simpes e fácil, vivo e apaziguador. Eu acredito, só não sei porquê.
Confusos?
É muito simples. Não sei como aconteceu, nada de causas, apenas efeitos:
Apaixonei-me!

segunda-feira, novembro 24, 2008

Assim é impossibilis

Os senhores da Furla não me podem enviar coisas destas para o meu correio electrónico, isto mais parece aquela do Foi você que pediu uma mala Furla? , por acaso não fui, porque enfim eu costumo ir buscar as coisas que quero! O meu correio electrónico, todo ele, cheira a Natal! E com isto deixo uma questão
:::: Qual é o cheiro do vosso Natal?::::

quinta-feira, novembro 20, 2008

quarta-feira, novembro 19, 2008

O outro mandamento...

E quem nunca comeu um hambúrguer que atire a primeira batata frita!

terça-feira, novembro 18, 2008

Romance

Tenho tantas ideias para um romance.
Estou sempre a pensar nele, sem conseguir porém delinear sequer uma estória. É mesmo complicado. Porquê?!! Sabem porquê?
É que tudo na vida surge tão inesperadamente que acabo sempre por achar que jamais conseguirei imprimir nas minhas palavras essa atmosfera fantástica da surpresa tão digna de leitura.
Porque quando começo a escrever delimito, e delimitar representa tudo aquilo que não quero fazer...delimitar. Ainda se fosse ilimitar...
Há depois, claro aquela triste ideia de fazer das nossas vidas, espelho turvo da matéria escrita. Nunca é real...mas gostávamos que fosse.
Imaginem vocês que há três meses "criei" a estória de uma heroína triste, eu estava triste, a pobre coitada da minha heroína levou por tabela...depois achei que deveria antes criar um romance mais alegre, e por isso deixaria de ser romance sobre a sua bem humorada recuperação.
Passos simples: uma dose semanal de "Swirl choc and chip", com extra de chantilly, muita passeata na praia, muito revivalismo cinematográfico, muita paradela em mesas de esplanada a espiar os traseuntes desalmados, deslavados e pelintras, muita palavra solta, muita sopa de letras, muito "Porquê? Porquê?", muitos planos para o futuro que agora já não fazem sentido algum porque entretanto o vento levou a melhor e desnorteou as minhas decisões resolutas!
Foi assim, porque teve de ser assim. Foi assim porque quando estamos tristes, percebemos que o lado bom da tristeza é o facto de sabermos que ela vai terminar, ou seja também ela possui um "rótulo" : o prazo de validade.
OU SEJA: a tristeza é como um iogurte!
Quando chega o dia devidamente assinalado, surgem opções:
Comer o iogurte fora do prazo e rezar de seguida para que nada de muito prejudicial aconteça ao longo de todo o tubo digestivo, o que pode originar duas consequências: ou o comemos e nada acontece porque as bactérias ainda não estão em ponto de rebuçado, ou pelo contrário...o tubo digestivo sofre das boas!
Outra opção, deitar o iogurte fora e comprar um "packezinho" novinho , e com sorte traz um brinde sei lá...assim estendemos a validade, fazemos um pequeno investimento, comemos livres de preocupações e comer não deixa de ser um prazer. Sofrer é preciso. E o cálcio também pois claro. No fundo o sofrimento mais não é que o invólucro temporário de alguém que somos tods nós, cientes de que nem tudo é perfeito, mas há sempre opções, tantos nas prateleiras dos hipermercados como na nossa própria estrutura emocional!
Ah e pensar que terminei este texto a escrever sobre iogurtes...a ideia era o romance...perdoem-me a incoerência, foi um dia longo de trabalho!

segunda-feira, novembro 17, 2008

A insustentável leveza de um Quality Street

(não costumo dar a minha morada a estranhos, mas se for para que me enviei uma caixa destas...a coisa agiliza-se!) Lembram-se da frase mágica que a mãe de Forrest Gump khe diz antes de morrer, e frase essa com que o próprio começa o filme? Sim, sim a da caixa de chocolates! Qualquer coisa assim, vou apenas parafrasear: Life is like a box full of chocolates! We never know what we will get. Hmmm, não concordo plenamente com a frase, percebo a ideia, concordo com ela e com a capacidade que temos de nos surpreender - contra todas as expectativas - com a própria vida, sim eu percebo. E lá está é uma frase tão "doce" que seria incapaz de a refutar, porém...vou-me dar como exemplo! Gosto muito daqueles bombons quality street, vêm numa caixa "full" de cores e aromas, memórias de infância e satisfações temporárias, temos os de nata, os de caramelos "strong" e os de caramelo "fudge", outros de côco, os de leite..sim conheço-os a todos! Como contrariar então esta espécie de pré-conhecimento de todo o interior da caixa, pelo menos do seu aspecto e uma vaga lembrança do seu sabor?... Sim, porque grande parte da nossa felicidade, consiste no acto da repetição. Já sei. É pôr a mão dentro da dita caixa e "sacar" um bombom de olhos bem fechados para melhor apreciar o que ele tem para nos oferecer. Já sei a priori os sabores existentes, mas mesmo assim ainda me posso deixar levar pela "sensação caprichosa e glutona" inerente ao acto de comer um bombom. Ainda relativamente à ideia de repetição, já percebi que gosto de círculos e acredito piamente que as melhores coisas desta vida cabem dentro de formas circulares: com imaginação tudo se consegue! Também já percebi que adoraria que o tempo fosse fiel à orientação dada pelos ponteiros do relógio, mas não é assim, não é bem assim, nem tudo se repete, pelo menos não na sua forma original, o tempo segue sempre em frente. Não se começa nada de novo, não se vive a mesma hora do mesmo dia duas vezes, seguimos sempre do sítio e da hora onde e quando ficámos. Acordo sempre de manhã, faço sempre duas torradas e encho sempre a minha maior caneca do mais puro café com três colheres de açucar amarelo, repito os actos dia após dia sem nunca ter tido dois pequenos almoços iguais. É por isso que Kundera diz "Uma vez não conta." Ontem embirrei com o almoço da minha mãe ...fez "jardineira". Odeio "jardineira", aquele panelão repleto daquela amálgama quente em tons de fogo, castanhos, com laivos amarelos e pontos verdes reluzentes. Fiz birra. Repudiei as batatas estufadas, não as tolero. "Essa é d'agora" disse a minha irmã prontamente, pensei para comigo "é de agora sim, o tempo não se move em círculos segui em frente tal como ele para o acompanhar"! Fiz uma birra.

domingo, novembro 16, 2008

Quantum fica deste Solace

"falta qualquer coisa"
Foi com a sensação que fiquei ao sair da sala de cinema apinhada do Elcorte.
E pensar que começa tão bem, com tanta força, a perseguição inicial, a imagem imaculada, firme, bruta e respeitável deste Bond mais duro e elegante de sempre, um Daniel Craig que nasceu para ser Bond, James Bond!
Começa bem dizia eu, mas a força vai-se perdendo, muito por culpa de um argumento meio mortiço e muito menos encantador que Casino Royal...culpen Paul Haggis desta vez pela passagem não genial do livro a suporte fílmico (nem sempre está no papo...a repetição da fórmula pois claro)!
Mas retém-se muita coisa deste Quantum of Solace, e (alguns) erros a não repetir também:
- a genialidade do título (que é mal explorada no filme)
- a pobreza no seguimento do rastro da estória de Casino royal
- a grandeza das palavras "Aston Martin" e "Alpha Romeo"
- o top cor de laranja de Olga Kurylenko (a fragilidade desta Bond Girl)
- a desmistificação do "shaken not stirred"
- a calça cáqui de Daniel Craig
- Another way to die é forte, agressiva e aparentemente simples: o que resulta
- o genérico inicial não sendo genial serve bem (por agora)
- o saber que o próximo será tão bom que este serve para o gasto!
- o olhar perdido da Bond girl menos "Bond girl" da História do 007
e sim concordo com o mr Looker, temos de ver este com Casino Royal em mente!

quarta-feira, novembro 12, 2008

Pas de deux

Sim sim continuo pirosa!
Sim sim são uns brincos.
Sim sim pussuo-os!

terça-feira, outubro 28, 2008

MagneticArts

Imaginem o vosso velho frigorífico, frio, branco, monótono... e vejam agora o que lhe aconteceu
"Magia?" - Perguntam vocês desse lado, não meu caros é "MagneticArt"

Sim há um destes tous les anées

Comemorações do dia 21 de Outubro...quase quase feriado Nacional :)

Ela cose?!

Cose sim senhora!
Fazer favor visitar o blog da minha cara amiga muito do habilidosa Ana Manuel, eu cá já lhe fiquei com o Gato Miau e a enfermeira naughty...ok ela não os denomina assim mas eu gosto de crir estas ligações afectivas com os meu futuros objectos de bijuteria!
Vem aí o Natal...um excelente blog para escolher prendas criativas!

segunda-feira, outubro 27, 2008

Segunda feira

Ontem à noite sonhei que navegava de barco à luz das estrelas.
Normalmente não se gosta nada das manhãs de Segunda feira, mas como sonhei que naveguei num braco à luz das estrelas não me importei que fosse Segunda feira de manhã.
Porque podemos levar o nosso coração para um qualquer lugar!

sexta-feira, outubro 24, 2008

Outono/Inverno 2008

E antes de ir, a imagem deste nobre companheiro fiel, amigo e conselheiro da Princesa mudou de roupa, porque com o Outono novas exigências são feitas ao corpinho, e mudou de cara, para quem ainda não sabe: Double Indemnity de Billy Wilder (1944) !
Sobre a roupa, ainda não estou convencida, em breve trato disso plástica e literariamente!!

Dicas da Princesa (fornecidas por outrem)

Trabalha como se não precisasses do Dinheiro!
Nada mais fácil meus caros, acreditem.
Bom fim de semana!!

quarta-feira, outubro 22, 2008

O kitsch e eu, através da palavra de Milan Kundera

"(...) daqui se infere que o acordo categórico com o ser tem como ideal estético um mundo onde a merda é negada e onde todos se comportam como se ela não existisse. Esse ideal estético chama-se kitsch (...) o kitsch é, por essência, a negação absoluta da merda; tanto no sentido literal como no sentido figurado, o kitsch exclui do seu campo de visão tudo o que a existência humana tem de essencialmente inaceitável(...). e, "(...) quando o coração fala, não convém que a razão levante objecções. No reino do Kitsch, exerce-se a ditadura do coração (...) o kitsch não apela ao insólito; apela sim, para alguns imagens-chave profundamente enraizadas na memória dos homens: o pai abandonado, as crianças a correr num relvado, a recordação do primeiro amor. O kitsch faz vir duas lágrimas de emoção aos olhos, uma logo a seguir à outra. A primeira diz: que coisa bonita, crianças a correr num relvado! A segunda diz: Que coisa bonita, comovemo-nos como toda a humanidade se comove quando há crianças a correr num relvado! Só esta segunda lágrima é que faz com que o kitsch seja o kitsch. A fraternidade de todos os homens nunca poderá repousar em nada senão no kitsch." Há mais a dizer sobre isto, mas receio esta um pouco atrasada! Seguir-se-ão depois mais alguns rabiscos sobre este tema.

terça-feira, outubro 21, 2008

Notas de 500

Disseram-me muito recentemente mais ou menos isto:
Encontrar os bons amigos é tão raro como encontrar notas de 500 euros na carteira, isto claro do ponto de vista do comum dos mortais.
Eu gosto de ser uma "comum mortal".
Acho que hoje em dia ninguém é "comum", banal, e acho a banalidade tão cativante, se formos "comuns" quer dizer que somos fiéis a nós menos, que não nos importamos que alguém se equipare a nós, ultrapassar quem sabe!
Hoje todos querem ser diferentes e muitas vezes escondem-se atrás de algo em que não acreditam puramente, mas é fácil sermos fiéis a nós mesmos, dava um tiro no meu polegar direito se não fosse fácil!
Mas acho também que, e ainda sobre as notas de 500, sim elas são mais raras porque nem sempre as podemos guardar connosco, lembramo-nos da sua forma, das suas inscrições, da sua cor, so seu cheiro se for preciso, mas nem sempre as mantemos porque as temos de devolver, ou dar simplesmente a alguém!
Os "bons amigos" também são assim, são para se manter. Felizmente os amigos deixam-nos abusar deles, as notas se o fizermos reduzem-se e transfiguram-se, cheiros e até formas físicas e perdem parte do seu valor. Os amigos nunca perdem o seu peso nem o seu valor!
Hoje acordei e lembrei-me disto, talvez fruto de leitura nocturna: parecem haver dois lemas na vida, eles sao o "tinha de ser", e o outro é "uma vez não conta"...uma vez é nunca!
E se agora terminar este texto com a frase "Gosto tanto de ter amigos como de ter notas de 500 euros" já não estarei a ser fiel a mim mesma :)

segunda-feira, outubro 20, 2008

Bryn Christoper performs single 'The Quest'

Ouvi isto no final da série que eu mais critico, apenas porque parece uma novela, mas mesmo assim todos chamam de série, Gray's anatomy É UMA NOVELA, aliás se esta série é uma série, eu casei a semana passada com o príncipe das Astúrias! Ah e descobri que os nomes dados aos episódios inspiram-se todinhos em nomes de canções, gosto da ideia, e gostei deste tema. Vou voltar agora para o meu Milan Kundera para saber com quem vais Tomas dormir a seguir, que é o que basicamente acontece no hospital da série os médicos papam tudo o que aparece, é a simbiose "cirugião/sedutor" ambos os praticantes destas artes cortam pele para ver o que há do outro lado...

domingo, outubro 19, 2008

These Are The Days Of Our Lives

Lá mais para a frente (muitos mais para a frente) também quero pensar que foi assim. Se o conseguir é porque valeu a pena!! Se valeu para o Freddie, valerá para mim também. Sometimes I get to feelin/ I was back in the old days - long ago/ When we were kids when we were young/ Thing seemed so perfect - you know/ The days were endless we were crazy we were young/ The sun was always shinin - we just lived for fun / Sometimes it seems like lately - I just dont know/ The rest of my lifes been just a show/ Those were the days of our lives/ The bad things in life were so few/ Those days are all gone now but one thing is true/ When I look and I find I still love you/ You cant turn back the clock you cant turn back the tide/ Aint that a shame/ Id like to go back one time on a roller coaster ride/ When life was just a game/ No use in sitting and thinkin on what you did/ When you can lay back and enjoy it through your kids/ Sometimes it seems like lately - I just dont know/ Better sit back and go with the flow/ Cos these are the days of our lives/ Theyve flown in the swiftness of time/ These days are all gone now but some things remain/ When I look and I find no change/ Those were the days of our lives - yeah/ The bad things in life were so few/ Those days are all gone now but one things still true/ When I look and I find/ I still love you / I still love you

sábado, outubro 18, 2008

Vício do momento

Sou uma menina cheinha de vícios, mas chamo-lhes outra coisa, porque essa palavra mesmo não passando disso mesmo acarreta consigo (acarretar é uma palavra não muito bonita eu sei) a ideia de controlo, desgaste, dependência, excitação temporária e consequente desgaste do ser, física e emocionalmente. Eu cá como sou optimista fico com a parte boa que é o prazer da endorfina alegre, o neurónio satisfeito, o corpinho reluzente, o cabelinho a brilhar, o sorriso descomprometido, a noite bem dormida, a vontade de sair de casa pela manhã a cantar "I can see clearly now the rain as gone" e recuso-me a aceitar os pontos menos positivos descritos ali atrás. Desse modo inauguro hoje nova rubrica aqui neste localzinho apetitosozinho: o link, espaço ou imagem dedicado ao prazer experienciado num determinado momento da minha vida feliz!
O vício do momento!!

sexta-feira, outubro 17, 2008

Menina Gato

Ia a menina Gato a caminho de Madrid, não ia?
Ia sim.
Então a menina Gato pôs-se a aprender espanhol (porque o meu portinhol "it really sucks"), e toca o telefone, "entrevista para trabalhar em Portugal", a entrevista foi no dia seguinte, o trabalho começou no dia seguinte também ao do dia da entrevista!
De facto não vale a pena fazermos planos, porque a vida já fez planos para nós.
"Mas Madrid e a menina Gato?" perguntam vocês:
Bem "o que tiver de ser será!" a vida faz-se de escolhas, acções e sonhos materializados, e nós só sonhamos com aquilo que podemos fazer: e o segredo é encontrar em cada pequena coisa um propósito para crescer, o resto vem por acréscimo...e já dizia o outro "aquilo que esperamos permitem-nos aguentar, mas o inesperado é o que de facto nos faz mudar!".
Não tenho Madrid, mas tenho "a minha" Lisboa, "o meu" Saldanha, "o meu atrium" como local de trabalho, lá bem em cima em cima, a vista é magnífica garanto! Agora já posso apreciar o meu senhor do piano que toca em muitas das tardes fora, ele um dia sorriu-me, eu retribui e ele tocava "You must rember this..."...

segunda-feira, outubro 13, 2008

Pensamento do dia

(sim sim esta pulseira é minha, N2 à venda na Pedra dura) Olá! Teclava eu com a minha mana du coeur ao computador, que isto da distância é mesmo levado da breca, ela lá, eu cá, a falar de pormenores, e coisas fúteis, e coisas de família parvas e sensíveis e deparo-me com um grande dilema, um problema que terei de resolver à custa de cedências e muita ponderação. Vou ser emigrante, vou para Madrid, escreve-se emigrante não é? Nunva sei a diferença entre "emigrante" e "imigrante", mas a ideia é que vou para lá, ser "migrante", com "E" ou com "I" depois alguém que me diga! Não falo "isto" de espanhol, a sério que não, aprendi italiano e então troco-me toda, e dou uma entoação parva às palavras que não portuguesas, francesas ou inglesas, ah e espanholas...considero-me a única portuguesa que não sabe falar o famoso "portinhol". Mas o dilema não é esse. Diz-me ela do outro lado, "ah vai ser tão giro, começa a separar os teus chapéus, as tuas collants da French Connection, as tuas camisolas quentes e o teu casaco tigre, mas atenção Leila, só tenho um armário para ti". Pânico. Momento de introspecção. Suores frios. Volto a mim. "Susana tens a noção de que preciso de saber o espaço exacto que me será concedido", possuo malas e bijuteria das quais não me consigo separar, quem não tem filhos, tem cães, eu tenho um mas é rafeiro e de mim só precisa quando aprender a miar, por isso tenho malas e bijuteria! "Susana tens a noção de que terei de pedir à mãe um daqueles desdobráveis de plástico para guardar as jóias da coroa?" Quatas malas posso afinal levar? As minhas pequeninas, a minha vermelha vinil, a minha preta executiva, a minha verde alface de camurça, a castanhas com apliqués de pedra japonesa...qual delas terei de deixar para trás, sinto-me a Meryl Streep no filme a escolha de sofia quando teve de optar por um dos filhos, um ia com ele outro...não. (A borbota bater-me-à por esta, e não ponho o clip da cena porque é perturbadora e pretendo apenas transmitir comicidade à situação...). E a minha bijteria, a em tons de dourado, a em tons prata, uma para o fim de semana, outra para os dias de semana, uma de festa, outra de lazer, menos escandalosa, mais kitsch, a pérola, o brilhante Channel, a gargantilha Bimba e Lolla, o colar com a pata Margarida, a pulseira com o gato miau miau, os meus brincos da princesa sapa e do pedinte sapo, a pulseira a puxar para o estilo étnico, o fio dos brilhantes azul-água oferecidos com carinho acho eu que com carinho, creio que sim com afecto e carinho. O drama meus amigos, é o que vos digo. Já tenho o texto de amnhã preparado, é sobre Cinema a ver se o consigo tornar visível ainda amanhã!

sábado, outubro 11, 2008

tatuagem

A Mafalda Veiga tem uma canção com este nome, estive a escutar e digamos que não percebi a ligação do tema ao poema em si, prossigamos. Aliás, e voltando à Mafalda, ela sempre me fez alguma confusão, acho-a um bocado André Sardet, as músicas são giras mas não são sempre iguais? É impressão minha, ou ouvimos uma e ficamos a conhecer todo o álbum... É como o Jack Johnson no fundo. Mas a estória da minha tatuagem, venho partilhá-la com os demais. Sempre foi um desejo desta miúda, sempre fui uma "gaja das artes", a sonhadora, e achei que por isso deveria ter uma obra de arte para sempre comigo. Não ligo muito à questão histórico-cultural da arte de pintar o corpo, quem me conhece sabe que sou fútil, e que sendo do signo Balança (que às vezes tantos dissabores me trás) também gosto de tudo o que tem a ver com a estética, sou uma esteta, sou uma Oscar Wilde, dandy, palerma e muito convencida, não me considero homossexual, porém acho a Angelina bem fofinha ( quem não a achar que atire a primeira pedra ou faça a sua primeira tatuagem)! Dois anos atrás mencionei que queria fazer uma tatuagem, “ah isto passa-lhe! Não a devíamos ter levado ao Sudoeste!”, pois não passou, estudei a História da tatuagem, as origens, os desenhos mais comuns, os símbolos e ficou sempre coladinha a mim a ideia, mas o mundo não se faz de ideias, faz-se de acções, sabia até o que queria: A Fénix! Na altura desenhei uma, de asas abertas como se se estivesse a preparar para o seu último voo antes de rensacer das cinzas. O fogo era importante. O Renascimento também. Mas só este ano a vontade se reacendeu, acordei uma manhã, liguei a uma jovem, e disse-lhe vamos a isso, alguns telefonemas depois, alguns conselhos e fui ao Bairro Alto. Fui muito mal tratada, a dona da loja assim que viu o que queria pensou “coitadinha” mandou-me ir ver uns quantos catálogos para tirar umas ideias, porque aquilo que eu queria…”o corpo é uma superfície pouco lisa, isso tornar-se-á apenas numa mancha“, entretanto a ave de asas abertas mudou para uma ave de asas tão abertas que se tocavam formando um círculo (quase) perfeito…e como queria um círculo porque a vida faz-se de círculos e tudo o que é importante podemos colocar dentro de formas circulares…onde ia eu, ah pois fui ver catálogos! Encontrei uma coisa gira e simples, não gosto nem de uma nem da outra palavra mas aqui tem a sua importância: uma andorinha a voar em direcção oposta ao sol, apaixonei-me e eu sou assim, quando me apaixono esqueço o resto, digamos que é uma pequena falha na minha personalidade felina e digo-o do fundo do meu coração! Regressei no dia seguinte de costinhas preparadas, e o meu tatuador estiloso que fez todo o trabalho de boina na cabeça, mostrou-me a obra de arte, quase chorei, estava perfeito, de facto um artista é alguém especial e é isso o que as pessoas não percebem na arte de tatuar, se é para a vida tem de ser perfeito, íntimo, profundo e Belo, mencionei que sou uma esteta certo? Ele tornou a minha Fénix numa ave naturalista, fez-lhe uma cauda trascendental, manteve o corpo tal como lhe pedi, e fez o sol, porque eu queria um círculo algures, mãos à obra...et voilà quando movo as costas ela parece ganhar vida e voar! Não pensei na dor sequer por um segundo, a dor nunca me deteve, é estranho dizer isto, mas normalmente o nosso primeiro instinto é fugir à dor, ao tatuarmos estamos a ir de encontro à dor, é de facto um paradoxo, mas sendo a obra de arte uma coisa tão desejada, sentimos cada picada como se de uma abelha se tratasse, e a cada picada sentimo-nos mais perto do traço final, do últimos preenchimento e quase que nos esquecemos que as melhores coisas custam a conquistar! A agulha começou a picar a minha coluna, não dói muito o contacto com os ossos, a mim doeu-me mais nas partes “mais molinhas“, estava virada para um rapaz que estava a tatuar algo no topo das costas entre as omoplatas, e comecei a notar na estética daquele espaço, senti-me numa daquelas barbearias à antiga, com azulejos pretos e brancos, muitas fotos de motards, tudo meio surrealista e kitsch, fotos de santas como no videoclip do Believe in me do Lenny Kravitz, o arcanjo Miguel, a Betty Page, o Diabo e Deus lado a lado, e comecei a sentir-me mal, deixei de sentir basicamente e apaguei…pois desmaiei, não de dor, mas o meu organismo reage assim a agulhas, sejam elas para tirar umas gotas de sangue ou para tatuar uma fénix, lá acordei quando fui esbofeteada pelo tatuador que teve a amabilidade de me dizer que recomeçavamos quando eu quisesse, a dona da loja ofereceu-me caramelos e ainda conversámos sobre a mala que eu levava e de que ela gostou muito, “é de Londres” “ah vou lá esta Quinta feira, mas já não é o que era, já não há Punks…há 15 anos era outra coisa!”, como veêm as mulheres têm sempre alguma coisa de que falar.
A tatuagem continuou, a dor perfeitamente suportável, levou-me umas duas horas e fazer de mim uma gaiola para a minha ave mitológica! Saí da loja feliz, volto a dizer que o valor simbólico não é para mim o mais importante, só o é na medida em que simboliza algo que só partilho com quem mais quero partilhar, se gosto da Fénix por saber que faz apenas parte da minha imaginação e que gosto de pensar que poderia renascer das cinzas sempre que morresse, sim é algo por aí, se consigo sonhar com isso porque não fazer do sonho uma realidade física?! Ele, o tatuador disse-me “tens a noção que esta é a primeira mas não ser a última?”, sorri. De momento não tenho mais nenhum sonho a tornar realidade, pelo menos não no meu corpo, os sonhos que tenho estão todos em marcha mas fora do corpo porque é dele que saiem, de todos os poros, de todos os actos, de todas as vontades, de todos os segundos não calculados, de todas as amarras libertas, de todas as palavras que digo, sinto, explico e concretizo, se penso nisso, sim, mas ainda não tenho motivo, tenho porém o local do corpo que será brindado!
Tatuador: Alberto Freitas Loja: Bad Bones Desenho: Fénix

quinta-feira, outubro 09, 2008

:) O feliz mundo em que eu vivo feliz :)

Vivo num mundo estranho, e diabos me levem em como não o trocava por outra coisa qualquer, e isto porque:
No outro dia ia no metro e vi que um cego (acho a palavra "invisual" seca e pouco harmoniosa), notei (sim eu vejo bem) que ele ia bater no separador entre as duas passadeiras dos tapetes rolantes na estação do Marquês de Pombal, ajudei-o a não ir de encontro ao mesmo, e puxei-o para o lado certo do tapete e lá foi ele na direcção Baixa-Chiado. Lá foi ele o caminho todo a dizer “Filha da puta!” era eu?
Que eu saiba a minha mãe nunca…enfim ele também não poderia dizer que tinha visto alguma coisa. Mas também gosto deste mundo porque descobri que passam programas e concursos muito levados da breca na Mtv, ok são mesmo parvos mas vá acho que a malta que participa é feliz e se as pessoas forem felizes a fazerem aquilo de que gostam é meio caminho andado para fazer do mundo em que eu vivo um mundo em que gosto de habitar, e se as mesmas pessoas ficarem felizes por verem que os outros lutam por algo, bem é ouro sobre azul, ou sobre vermelho, ou sobre mim, ouro em mim com padrão tigre (divagação das minhas).
Há de tudo, mães a pensar que são como as filhas, míudos com detectores de sémen no quarto de estranhos, há uma rapariga que está com dúvidas quanto à sua orientação sexual, tem nome de bebida alcoólica e ora anda com esta e com aquele, não exactamente por esta ordem nem sequer em tempos diferentes. Sei também que alguém deixou o Angélico Vieira lançar a sua carreira com um grande álbum que é já disco de Ouro, sim há pessoas que compram, aí umas milhares, mas também com versos lindíssimos como “Caem várias flores no meu jardim,/ algumas delas até bem bonitas,/ mas existe uma em especial,/ que eu quero só para mim” portanto ele quer uma flor só para ele?? O Angélico Vieira é feliz, está infeliz porque a flor que ele quer mandou-o à fava, mas é feliz porque lançou um álbum à custa disso!
Mas há mais, coisa bem profunda a que se segue: “É engraçado como a vida nos prega partidas, /quanto mais fortes pensamos que somos, caímos em aramadilhas” tchii isto digam o que disserem é digno de nobel da Literatura, estou até meio atordoada, e olhem que gosto de Espanca, e Shakespeare, e Wilde, mas ele vaí mais adiante, segue-se a introdução de vocábulos ingleses: “No problem, não preocupações” como é que ninguém tinha ainda escrito uma coisa assim, e o poeta prossegue: “ Cruzei-me com um girassol, colocou o meu coração num beco sem saídaMeu Deus a metáfora poderosíssima. De facto deviam bater-me com um pau na cabeça, atirarem-me de um nono andar, ir lá abaixo ter comigo e espetar uma faca enferrujada na barriga aí umas 14, 15 vezes, porque há gente feliz a fazerem coisas assim,e porque por mais que eu viva nunca vou conseguir ler algo tão bonito e estúpido como isto, but I kinda like it...porque o Angélico Vieira é feliz e eu cá comprazo-me com a felicidade dos outros. O mundo vivido por mim é o mundo que a única coisa de decente que consigo ver na Tv são as biografias dos psico e sociopatas que passam no Biography channel, o Miami Ink no People & arts e o Shameless na Sic Radical que dá quando calha! O mundo em que eu vivo é um mundo bonito, cheio de cor, abandonado pelo Verão, mas com um convite deliciso ao Outono, uma ida semanal ao Japa do Campo Pequeno, passeios junto ao mar, sorrisos largados com inocência, continuo a comer gelados, estou entusiasmada com os novos passos, tenho saudades de pão com chouriço com leite com chocolate da Ucal, Gostava de ver o espectáculo Cavália, porque gosto de cavalos... basicamente é por isso, e porque Cavália faz-me lembrar Portugália e comem-se bons bifes por lá e eu nunca digo não à carne, por mais que me digam para resistir! Neste momento tenho planos que estou a colocar em acção, o portofólio está a ganhar forma, e eu fico Happy por me estar a tornar uma Happy woman, já tenho a minha tatuagem, já vi o Some like it hot, sim eu fui a pessoa que ao tatuar tinha como companhia a Betty Page nua do lado direito, e a Marylin não menos nua do outro, bem e não me importei muito, ah e estava a ouvir Elvis e o seu Suspicious minds (my fav)! O mundo em que eu vivo é aquele que eu quero que seja, cheio de scones com manteiga, pessoas sem piada com a mania, pessoas simples e que me agradam ferozmente, coisas dispersas, viver até que é giro, até que faz sentido!
Gosto de ser assim, gosto de me sentir feliz, gosto de saber que fui feita para fazer algo grande!
obs: o uso abusivo do vocábulo "feliz" não é um acaso literário de uma mente fraca e redundante

quarta-feira, agosto 13, 2008

Sombra pesada

Sinto cada minuto como um presente escondido. Procurar deixou de ser uma necessidade. Hoje sei que a imagem produzida pela luz da manhã, da tarde, da noite aprisionada pelas persianas, pelas frechas das janelas, pelos vidros embaciados, são a imagem de um acto que nada de vivo tem, é todo ele animal e que se prolonga para lá das linhas das plataformas sensoriais. Hoje percebo que o som dos violinos que tanto adoro e que escuto quando o vento assobia quando estou à porta de casa, é frio e forte ao contrário de ti que eras quente mas tão mais forte e me aquecias o coração, dilaceravas a carne fazendo os poros dilatar, a mente ousar. Está a doer? Sim. Queres parar? Não. Embora a luz da manhã tentasse entrar naquele quarto, não te vi a maior parte do tempo, mas trocava o nada pelo pouco, trocava a ausência pela presença da tua sombra pesada a pairar sobre mim. A mesma sombra pesada e ausente que ainda me sufoca, que me agarra e me vira, a sombra que se torna numa benção amaldiçoada, um toque ritmado ao compasso binário do bater dos dois corações que quase se esquecem de que mais não têm de fazer que empurrar sangue, deixá-lo entrar e deixá-lo sair. E nesse momento senti no fundo do meu corpo que os sonhos se podem mesmo realizar, os sonhos podem mesmo juntar vontades e cumprir todo um desejo. Já não há vontade de ver um reflexo, parece ter-se esvaído, é como usar alguém com todo o carinho que um acto de luxúria permitir, é como descer até lá abaixo, tão fundo como se o centro da terra ficasse debaixo daquele colchão, e sinto-me em pleno poder para dizer adeus a todo o mal do mundo, porque acordo sempre, e sempre desejo estar ao pé de ti, se não vir os meus cabelos perseguidos pela tua boca.
.....porque "as sombras são tão importantes como a luz"

Percurso

Apeteceu-me um passeio. Escolhi o meu blog. É estranho aperceber-me que sou a mesma sem o ser, de onde comecei, por onde andei e onde fui desmbocar, é estranho, sinto-me estranha. Quando escolhi este percurso, imaginava uma vida rebobinada em câmara lenta, cheia de anotações à margem, com repetições, analepses, pedidos de ajuda, finais felizes para cada uma das personagens, agora volto ao percurso e percebo que a "vida dá muita volta" e sim "o mundo é pequeno" (ou do tamanho de um bidé). Escolho seguir outro percurso, o blog seguirá pelo mesmo caminho, sem atalhos, sem sinais de proibido, sem perder tempo, ganhando tempo, roubando-o se preciso às parcas. Há um leque que se abre bem frente a mim, um rio de perspectivas que fluem montanha abaixo e eu pendo da mesma montanha, balaçando ao vento, brincando aos deuses, com vontade de cair a ver se sou agarrada. É suposto ser assim? É suposto ter pensamentos de grandeza, abdicar do que nos é ofertado e desejar o que de nós nos é afastado, será essa a beleza? A vontade de roubar, recusar, tocar e fugir. Sempre me achei uma insatisfeita, nunca nada me chegou, hoje mais que nunca, quero mais e mais por saber que estou longe e mais longe, e irei para mais longe ainda, se preciso. Ontem disseram-me que não tenho nada. É verdade, não tenho nada, posso arriscar tudo. É mesmo isso, não tenho nada.

quinta-feira, agosto 07, 2008

Faz um ano...

"Faz um ano" era eu uma pessoa diferente.
"Faz um ano" morava em Londres, ou pelo menos gostava da ideia de "morada" em Londres, fazia vida de residente, acordava cedo, calçava as pantufas e ia comprar o jornal e o pão... lá este tipo de coisas fazia sentido.
"Faz um ano" estava a conhecer uma nova amiga, trocávamos "emílios" extensos que criávamos para que o tempo passasse ( eu eu agora até que gostava que ele tivesse parado), percebíamos a cada frase que líamos que já nos devíamos ter conhecido noutra linha paralela qualquer, entendiamo-nos sem esforço algum, os vocábulos encontravam-se simplesmente nas sinédoques cerebrais, sabíamos que ainda tínhamos um ano para nos conhecer melhor...mal sabíamos que só íamos precisar de um mês, uma ida ao cinema na qual nos divertiríamos que nem duas perdidas por causa de uma incursão no fabuloso mundo da caça, eu de luva de cabedal e de máquina fotográfica em punho pronta a assustar qualquer perdiz desgovernada!
O ano passado por esta altura queria lá ficar, atrasei ao máximo a inscrição na faculdade, "tenho tanto tempo" pensei eu.
Volvido um ano, sei que a máquina que faz avançar os segundos não pára sequer para descansar, que o vento do Inverno instala-se sem por isso nos darmos conta, volvido um ano aprecio um final de tarde na praia, uma sesta debaixo de uma árvore, uma onda que me assusta e me surpreende de costas deitada na areia quente, um pêssego peludo e fresco acabado de lavar e que chega à boca frio, doce e molhado, um bloco de notas abandonado ao pé da cesta de verga, aprecio o "não aguentar ficar muito tempo deitada na toalha", um ano volvido sei que só vivemos enquanto o coração bate.
Volvido um ano, percebo que tudo isto faz parte.
As idas e os regressos cansados no lugar do pendura com a cabeça encostada à janela aberta e os cabelos a esvoaçar à velocidade do carro, as consultas, os exames, os diagnósticos, as ausências, o cheiro a desinfectante, as batas brancas, "as boas notícias", os aventais azuis, a marquesa (eu tinha de ter alguma pompa real no meio disto tudo), a palavra "biopsia", a palavra "quimio" (ainda que tímida) assustadora e sem possibilidade de verbalizar, a aceitação, a alegria das conquistas, os suspiros pelas derrotas, o telefonema da médica que disse que só o faria se os exames acusassem algo de errado e perigoso, o telefone que tocou, o soco na barriga: a voz doce e simpática do outro lado a dizer "é só para saber como vai a Leila!", as palavras reconfortantes, a necessidade de solidão para me encontrar comigo mesma... só para não me perder, as noites mal dormidas, os livros que ficaram por ler, os filmes por ver, a falta de objectivos, porque o objectivo é viver, os sorrisos nas fotos para que não façam muitas perguntas, a descaracterização da persona grata, a dificuldade de expressão, os planos adiados, o "não atender" por não saber o que dizer, o desconhecimento das causas, o deixar de pensar "não é justo", a necessidade de fazer birras porque achava mesmo que aquilo era azul esverdeado e não verde azulado, a desconcentração, faz tudo parte de um processo de aprendizagem.
E o resto, é cicatrizar uma ferida ausente para os demais, é sorrir sempre porque se sorrirmos ninguém nos faz perguntas dificeis, é pensar no futuro mesmo sabendo que nada posso fazer para alterar o passado, é acreditar que a paz de alma começa dentro de mim. O resto é acreditar que não tenho nada, que já passou, que já posso aprender a nadar, que tenho de ter cuidado com os doces, que com anemia não se brinca, que "a parvinha" aprendeu a lição da mana mais velha, que o truque é não ter medo, que esse "come por dentro", e que só me falta perceber do que é que gosto, se é que já não sei de antemão.
O resto é saber que o dinheiro não importa e acaba até por estorvar porque fico sem vontade de o gastar, que gosto de casacos com padrão inglês, Weekend da Burberrys, óculos Dior, e carteira Furla, e que isso não faz de mim uma má ou boa pessoa, faz apenas a pessoa que sou, que gosta do material (como me disse alguém numa mesa de restaurante) porque esse me permite chegar ao meu espiritual.
Não não sou católica, sou mesmo caótica. Não arrumo o quarto faz dois meses, não encontro o meu diário que me foi oferecido pela amiga que fiz estava eu "de férias em casa", ainda não comecei a tomar as vitaminas, ainda não recomecei o tratamento, apetece-me ir a Veneza antes que se afunde, tenho de esvaziar a carteira que está cheia de papéis do multibanco.
Apetece-me ir à praia porque me negaram esse direito.
Apetece-me comer gelado de baunilha regado a molho de chocolate porque me proibiram.
Apetece-me andar muito porque me aconselharam a não o fazer para "que cicatrize mais depressa".
Apetece-me voltar a sítios os quais vislumbrei muito efemeramente, porque estava tão tão feliz, e quando assim estou esqueço-me de certas coisas.
Apetece-me ter coragem para lá não querer voltar.
Apetece-me abandonar uma ideia.
Apetece-me querer tudo porque só o Tudo parece ser impossível de alcançar.
Apetece-me desaparecer por aqui e por ali, aparecer ali e além.
Apetece-me ser eterna e estender esse meu estado aos momentos alegres.
Apetece-me que a minha mãe chegue nos próximos 5 minutos porque me ficou de trazer um gelado do café aqui ao lado de casa.
Enfim apetece-me
...e nem sinal da minha mãe e do dito gelado!
(a foto??...bem continuo a julgar-me uma princesa)

terça-feira, julho 15, 2008

O burro e a Virgem

Eis "Burro" o melhor amigo de...
" Maria", mais conhecida na vizinhança por "a mami do JC".
Segue-se a narrativa:
Vinha eu hoje feliz e contente da vida a caminho de casa com a minha mais nova aquisição o Bosch 1800 W modelo PHD5560 (leia-se "coisa potente e capaz de secar num ápice todas as cabeças da força militar infantil fundada por Angelina e Brad") e que noto eu? Esta potente máquina tem um botão que à partida é "cool" e faz uma coisa que é a "ionisation"...estão cismados hein?? Imaginem eu que o adquiri!! Mas este meu post não é sobre o meu novo brinquedo, não senhora, e sim tenho um problema com essa coisa que é "ser objectiva"...mas prosseguindo que isto tem um propósito e não me cortem o fio à meada, e sim Londres ficou mais triste agora que a deixei, e sim amanhã recomeço a trabalhar ah e não não aquele shampoo para cabelos castanhos é uma treta...voltando ao tema:
Vinha ainda eu (ainda) no metro... e vejo uma rapariga (uma moçoila proveniente ali dos lados das Olaias) a ser tratada pelo seu cônjugue com rédea curta, muito respeitinho e "um sopapo nessa fronha"...sim estou a citar! Já me aconteceram coisas giras nesta linha do metro, mas isto de facto nunca. Quis armar-me da minha 5560 e ionizar coolmente aquele indivíduo, mas um outro senhor não munido de nenhum electrodmésico adiantou-se e tomou conta da situação. Pensava que coisas assim já não aconteciam, sim a naive da Leila, sim há países em que a Mulher não pode caminhar à frente do seu marido, sim há mulheres que se submetem ao trabalho doméstico abdicando de sonhos e alegrias por uma vida a dois, sim há mulheres que preferem uma casa, uma anilha e um cãozinho ( e uma catreflada de filhos) que levam consigo ao Continente aos domingos de manhã) sim há essas mulheres todas, mas também que poderíamos nós querer? Somos frutos (ah eu sou uma ameixa) de uma sociedade e de uma cultura baseada numa religião mentirosa, assassina, ah e estúpida (não procurem consolo em Deus que ele está-se nas tintas para vocês e para o segredo de justiça, e também deve de comprar coisas no Ikea, e quem vai ao Ikea é parvo porque compra coisas baratas, por montar e que possuem uma curta (vá mínima) existência na Terra e nas nossas vidas).Ah querem uma estante para arrumar bibelots? Então é pegar no machado, arregaçar as mangas e cortar ali uma árvore na Tapada de Mafra, levar para casa e "monte você mesmo" (neste caso quem pegaria no machado era a moça de Olaias)...mas queria falar desta estúpida religião que vê na mulher uma Virgem (pois..."é o que todas dizem"), que tadita vai-me montada num burro a caminho de Jerusalem (leia-se "Jesus está além") ja embuxada (por uma pomba também ela bimba e "estúpida"...diria Pessoa), para casar com um tal de José que mais não é que carpinteiro (olhe não se meta no Ikea) e tudo o que lhe pode oferecer é Amor e uma cabana (literalmente)...ah e vá lá o mais avançado sistema de aquecimento central proporcionado por uma vaca (que pasta e dorme, dorme e pasta para fazer bom queijo) e um burro esse animal gracioso e que no fundo é um grande amigo! Esta é a mulher ideal da religião católica: uma parva (leia-se uma ténue analogia com o significado conferido à palavra que dá nome ao animal) vestida de azul, montada num burro que volta e meia surge a criancinhas em cima de uma árvore e que não se importa que as suas seguidoras apanhem dos cônjugues em pleno metro de Lisboa. Porque há problemas de maior, sei lá a fome em África e a falta de hospitais...mas sobre isso não se preocupem que enquanto a Santa Jolie viver não faltarão criancinhas que farão capas exclusivas de revistas por milhões de dólares...enquanto ela tiver forças África terá esperança! E pensar nas voltas que dei para mostrar apenas e somente a minha indignação. Não sou femininista, não isso é o meu Pai. Sou só Mulher. Viva a Angelina.

domingo, julho 06, 2008

Londres

dia 1: a chegada
Pois bem estou em Londres pela trigesima quinta vez (va talvez um numero um pouco menor..), a viagem foi muito rapida, vim num belo aviao TAP com o nome de Luisa Todi, um tal de voo 358 cujo piloto era tambem um acrobata dos ceus!
"E que fez ele?"- perguntam vossemeces
"Ui maravilhas!"- respondo eu!
Brindou-me com uma bela vista "de lado" porque o aviao decidiu que tinha de mudar de direccao e vi toda uma zona magnifica da capital assim meio para o atravessado, mas a noite caia, as luzes iluminavam e eu ia estarrecida, sentadinha a janela naquilo a que muitos chamam "os lugares dos malucos" (ou seja, the very last ones of the plane!).
Londres e a minha cidade, o meu mundo, a minha fonte de energia, se eu fosse um girassol Londres seria o meu "sol", se eu fosse uma rua seria Sloane Street, se eu fosse a algum lado ia a Londres, se eu tivesse de abandonar algum lugar de lagrimas de olhos, choraria por Londres, Londres e o meu porto seguro, e a minha Tara qual Scarlett O'Hara decidida a reconquistar o seu Rhett Butler, e o lugar que me acolhe quando lugares lusos me trazem a memoria coisas que prefiro esquecer, a vontade de partir...o medo de voltar.
Mas dizia eu que quase me perdia em divagacoes romanticamente exacerbadas: Vi o Big Ben and the Houses of parliament, Tower bridge, toda a zona financeira da capital, London eye com luzes fluorescentes, o Tamisa que me acenava corajosamente lambendo as suas varias pontes transbordantes de autocarros vermelhos que circulam por rotundas de tamanhho de caricas, e vi as luzes neon de Piccadilly...London is my Zion!
Fonte de cultura e diversidades, arrufos e memorias futuras, palacios frente a edificios colossais, e Harvey Nichols, motoristas de mau humor, muffin de chocolate servido por italianos simpaticos, sao conversas que se ouvem sobre doenca bipolar e tumores malignos, sao risos de criancas brancas e louras com impermeaveis amarelos (porque ca faz frio em Julho).
Londres e magia feita realidade, e em Londres que fica o flat que vou arrendar, o jardim nas traseiras onde vou ver os meus filhos crescer, e o balouco entre arvores onde os vou adormecer, e a vontade de ir mais alem, e a griff ao lado do pedinte de viola na mao entoando drogadamente "stairway to Heaven", Londres e onde me encontro sempre que me acho perdida, e a reconciliacao comigo mesma, e a inspiracao nascente na ponta dos dedos, no fio da navalha, nos rios de sangue que esvaziam o coracao e enchem a alma, nos anjos que olham para o outro lado, nas horas do dia feliz, no abracar de maos que deixamos de dar.
6 de Julho, Londres
(quanto a acentuacao, pouco posso fazer, os igleses nao os usam, e os teclados dos computadores nao fogem a regra)

sábado, julho 05, 2008

Gosto do Verão, gosto dele sim.

Gosto do Verão. O Verão é o momento da fruta fresca, molhada e sumarenta a escorrer na saliva dos sentidos. É tempo quente, em corpo húmido. Gosto do Verão. Gosto do som das crianças a brincar na rua até à hora de jantar, as mães à janela a gritar aos filhos que se metam na banheira. Gosto de me encostar na soleira da porta da varanda a respirar o ar quente vindo do sul, o vento nos cabelos, o arrepio da pele, a ausência do toque. Gosto da promessa que o Verão traz acorrentada, a da correria à beira mar, as promessas feitas em areia salgada de amar, a vontade de ver e falar, a decisão de fugir para não sentir... disso não gosto, mas é Verão. Gosto do Verão, do sabor a gelado de baunilha partilhado como quem revela um sonho, gosto de acreditar que a vida sendo curta é cheia e feita de momentos eternos, sim sinto-me eterna: eternizemos as manhãs laranjas de Verão, os quartos escuros, os lençois que não cobrem. Correr como quem adormece nos braços fortes de alguém, sonhar para apaziguar, descobrir as pequenas coisas, recordar as velhas, ah felicidade parva ganha com esforço e perdida num ápice, maldito remoinho verbal, e malditas palavras que não expressam sentimentos, apenas verdades invisíveis para quem não deseja ver, porque cegamente quer acreditar. Eu acreditei, acredito. Gosto do Verão. Gosto de chocolate frio, manteiga mole em pão fresco, gosto de olhar, olhar sempre, erradicar a fome, tocar a derme flutuante, saborear o cheiro humano, gosto do Verão. Gosto de trocar de roupa na praia, não usar a "parte de cima", fugir das ondas do mar porque a “água está gelada”, gosto de.... de pensar que a guerra terminou, que perdi a maioria das batalhas, que cortei, dilacerei e empalei seres odiosos, gosto de me ver sair vituriosa, subir ao Olimpo, acenar ao povo e descansar no leito marmóreo, e vê-lo chegar fingindo que durmo para ser falsamente acordada, secretamente desvendada, desalinhada, uma mão que se fecha, um tronco que se enche, um peito que inflama, uma luz subtil e esquecida, um suspiro profundo, um ritmo furtivamente calmo, a saudade que teima, a perda que aumenta, o ódio que não sinto, a verdade? Gosto do Verão, gosto dele sim. Um ciclo que se fecha. Uma princesa sem príncepe e que reclama pela sua aurora. Gosto do Verão, gosto dele sim.

quinta-feira, junho 26, 2008

Expiação em Dvd»»»»» FINALMENTE

Foi lançado finalmente o dvd do filme Atonement, na Fnac existem duas versões disponíveis, o filme em si ou então um pack que junta Atonement a Pride and prejudice, é de aproveitar, são duas linhdas maravilhas cinematográficas: do primeiro fica o vestido verde de Cecilia, do segundo a cena da passagem do tempo enquanto Elizabetr roda no baloiço!
( e já que é Verão aconselho como livro de cabeceira o romance de Ian McEwan)