sexta-feira, setembro 30, 2005

O eterno rebelde

Fazem hoje 50 anos que o rebelde dos nossos sonhos nos abandonou. Nada fazia prever que a vida de um jovem, atraente, magnetizante e ultra talentoso iria ser tão curta e talvez tão duradoura nos nossos imaginários. Há gente assim. E felizmente são extremamente poucos. James Dean deixa um legado cinematográfico de culto bastante reduzido, tal como o número de dias que lhe foram possibilitados viver a vida. Entre eles Giant (terminado já com James morto), Rebel without a cause, East of eden, Harvest, e mais 2 ou 3 filmes...mais pequenos se é que me percebem.... Partiu para sempre de forma violenta num acidente de carro, tendo recebido apenas duas horas antes uma multa por excesso de velocidade, mas os dados estavam lançados, os deuses já reunidos em concílio e a sua vida a ser pesada na balança...os deuses devem ter pensado que alguém como ele devia ser eternizado assim, na sua maior perfeição, no auge(ou não) dos seus actos, e por azar divino ou não, o seu Porsche colidiu com um outro carro e o ícone tornou-se lenda, ganhando asas invisíveis e voando hoje no nosso mais profundo imaginário. Dizia-se que era algo petulante para com os outros actores, mas todos o admiravam, "era do carisma" diziam eles - chamem-lhes loucos!! Era excesivo, vivia intensamente, leu e amou o pequeno princípe, e condenava-se todos os dias com o seu inconfudível cigarro, imagem de marca e motivo de doença prolongada para todos aqueles que o passaram a imitar. Viveu apenas para ser reconhecido e ter consciência desse reconhecimento com o filme East of Eden, gozando pouco do seu enorme sucesso, merecendo uma nomeação póstuma ao oscar, a primeira a ser atribuída na indústria, e a segunda com Giant. Claro está que sempre que existe um ranking dos homens mais bonitos no mundo do espectáculo, Dean aparece de novo como se nunca o dia de 30 de setembro de 1955 tivesse acontecido, é o eterno adolescente que nunca nos abandonará, um ideal de beleza eterna também masculina. Uma combinação hipnotizante: o olhar profundo, o cabelo platinado naturalmente, o inconfudível cigarro, o look desmazelado e cuidado ao infímo pormenor...um verdadeiro trabalho de actor que joga com o que tem e dele tira o melhor partido. Milhares são as fotografias a que temos acesso, as minhas preferidas são as a preto e branco porque acho que recvlam algo de tenebroso sobre ele, algo que nunca ninguém descobriu, como se ele possuísse um qualquer tipo de segredo sagrado a revelar ao mundo, segredo esse que se silenciou com ele num grito abafado pela pressa de viver, é só pensar nas famosas fotografias tiradas em Madison Square, num dia chuvoso de inverno. Felizmente nunca o chegámos a ver desmoronar-se, a sua beleza jamais foi corrompida com o peso dos anos, o corpo jamais foi marcado com as cicatrizes da vida, o espiríto jamais foi aprisionado pelas leis do mundo. Como já diziam: James Dean...too fast to live, to young to die......

domingo, setembro 25, 2005

Wake up Donnie

A primeira vez que vi Donnie Darko não percebi nada. A segunda vez que vi Donnie Darko não percebi nada. A terceira vez que vi Donnie Darko percebi tudo. A mesma terceira vez deixou-me maravilhada. Este não é um filme simples de seguir ou compreender, mas de um determinado ponto de vista não é nada complicado, o segredo é deixarmo-nos levar pela mente de Donnie e pelos vários sinais que nos são deixados ao longo do filme. A existência do coelho tenebroso tem algo de Alice nos país das maravilhas, como uma personagem também ela enigmática, num mundo a ser desoberto pelas piores razões.E se nos recordarmos existe também um coelho interessante no mundo da Alice. É que aqui o dia do juízo final é anunciado com a maior das calmas como se fosse o próximo passo a dar na nossa longa caminhada pela existência terrestre. Não quero contar muito sobre a obra, iria estragar a surpresa das surpresas e iria deturpar certamente a visão do público, pois a imaginação aqui é rei e decisivamente imprescindível. É injusto dizer que o filme é x e percorre o caminho y e vai ter a z. A piada é exacatamente divagar pelo universo criado e no fim discutir com os outros os vários aspectos que moldam as máscaras do roll de personagens que desfilam em acções paralelas que só se tocam porque o destino é implacável e o desenvolver da acção remete para a fatalidade dos actos falhados. E não vale a pena querer mudar o decurso dos acontecimentos. E não vale a pena lutar. E não vale a pena saber que viajar no tempo é possível. E não vale a pena porque qualquer criatura humana neste mundo morre sozinha. É curiosíssima a forma como nos é mostrado que a acção do filme decorre nso anos 80, quer seja pela banda sonora, pelo guarda roupa, pelas referências culturais e políticas ou simplesmente porque se o mundo acabasse nos anos 80, a nossa existência de lá para cá simplesmente não o é. Talvez seja essa a crítica da obra, dizer que a cultura morreu com o culminar dos anos 80, que nada nasceu desde então, e que nem sequer somos capazes de nos reinventarmos. Mas porquê um coelho? Se fosse uma ovelha a pergunta seria feita na mesma, qualquer que fosse o animal...a vida é feita de escolhas, e aqui um simples coelho, aquele ser adorável é nos entregue de forma assustadora e quase anedótica, fazendo-nos pensarmos duas vezes antes de nos rirmos do Bugs Bunny. Um conselho, se ainda não viram Donnie Darko vejam-no como se fose ver um filme de David Lynch, lutem com as outras pessoas que digam: "Ai! Não é nada disso que estás para aí a dizer..." Quem não gostar deste tipo de desafios cinematográficos, nem vale a pena aventurarem-se porque aí aos 20 minutos do filme desligam o leitor de dvd ou então será possível percorrer com lupa o caminho da vossa baba, que vai directamente do canto inferior direito da vossa boca até à extremidade superior da almofada do sofá da vossa mãe!!

A Cinderella no masculino

Então não é que o regresso de Russell Crowe dá-se através de uma personagem à semelhança e imagem daquela que lhe deu um oscar há 4 anos?? Em Cinderella man a verídica personagem de Jim Braddock é interpretada pelo senhor que é já um lead actor em Hollywood, para muito do meu descontentamento... Já sei que é bom actor, é um líder nato, não tem medo de usar os punhos(dentro e fora do cenário), mas daí a faça o que fizer a palavra oscar soar que nem um sino na manhã de Páscoa...tenham dó!! É que nem versatilidade se pode dizer que seja o seu forte...ou muito me engano ou personagens que têm tudo,batem lá no fundo e depois regressam no seu melhor, acho que já o vi fazer isso vezes a mais. Longe vão os tempos em que Russell interpretava um vilão como em 1992 com Romper stromper ou sei lá,uma personagem mais ambígua como em L.A Confidential( o seu melhor filme a meu ver), com isto não me esqueço do brilhante The insider, mas acho que ele quando escolheu esse filme nem sabia muito bem no que é que ia dar, mas o senhor precisava de trabalhar. Falando menos dele e mais do filme em si, o Russell não está mal, longe disso, mas os aplausos vão seguramente para o forte desempenho da Renee Zellwehger e do brilhantíssimo Paul Giamatti...façam vénias não se acanhem.Gosto tanto deste actor como de John c Reilly, parecem aqueles actores talhados para papéis secundários, elevando os filmes a níveis esplendorosos!!! O cast infantil também merece aplausos, os filhos do casal Braddock é excelente, apelando á ternura do público e ao riso momentâneo. Este é para mim,de longe o melhor filme de Ron Howard. A banda sonora que percorre a obra é envolvente e segura, a recriação da época é bastante convicente, espelhando bem a mágoa e sofrimento daqueles que atravessaram a maior crise económica que os EUA jamais abraçaram com a queda da bolsda de 29. Não se pode dizer propriamente que este seja um filme sobre boxe. É mais do que isso. Vai bem mais longe. È muito mais um drama(um pouco lamechas demais, mas que resulta)familiar e pessoal, por parte casal Braddock,que se vê privado de bens essenciais e por breves momentos angustientes daqueles de quem mais amam na vida. As cenas de luta são bastante credíveis, com coreografias muito estudadas, sendo o combate final uma veradeira pérola, não sendo na minha opinião nem muito longo para que nos aborreçamos mas também não muito curto para que nos saiba a pouco. Cinderella man é um filme não sobre luta por um título como em Million dollar baby, mas uma luta bem mais difícil, um luta pela sobrevivência num mundo esgotado e a precisar de um verdaeiro herói. Não se trata de provar nada a ningúem,nem mesmo a si próprio, mas sim de luta para sobreviver, ganhando forças através da lembrança daqueles que ama e nos sorrisos dos mesmos por breves instantes que sejam. Os momentos de humor casual pautam também ao longo da narrativa sem nunca fazer esquecer que este é daqueles filmes que se levarem um lencinho, melhor! Não sei explicar bem, mas embora tenha gostado há qualquer coisa no filme que não me convence e que não me deixa completamente satisfeita, digo isto porque vejo em todo o lado o Oscar como promessa indispensável e realmente não percebo tamanho entusiasmo. Se o filme fosse assim tão bom, o público teria sido bem mais fiel, mesmo sabendo que estreou numa má época nos EUA. É esperar por Fevereiro quando forem anunciados os nomeados, mas não me surpreendo nada se os nomes forem os que encabeçam este cinedrella. O meu voto vai para Paul Giamatti e... Paul Giamatti, e fico por aqui...

quarta-feira, setembro 14, 2005

O código como ilusão das massas

Foi com alguma náusea e sem nenhum tipo de entusiasmo que me prestei a ler O código de Da Vinci de dan Brown. Consigo perceber perfeitamente o fascínio de milhões por esta obra, porque inova, propõe, gera controvérsia...e como gostamos disso. Os que se enfeitiçam pelo código são aqueles que pouco ou nada sabem sobre o(s) assunto(s) tratado(s). O próprio autor afirma que todos os factos históricos são verídicos, bem como descrições de obras, locais e instituições, o que aguça ainda mais a curiosidade dos demais. É sabido que o mistério/tema central já serviu de base a centenas de livros que se vão empoeirando nas estantes das livrarias mais aclamadas, livros esses de História, Religião, Simbologismo, Antroplogismo, Mitos, Lendas...o grande problema desses livros é que não são romances. Atenção, o código também não o é,mas para lá caminha. Outro facto que retira mérito à obra é claro, o número astronómico de vendas, porque já se sabe o que vende não é considerado culturalmente, porque se vende é porque agrada ás massas, e essas, na pobre visão de muitos são estúpidas. Dan Brown pega naquilo que mais questões levantou e levanta no mundo ocidental, a sua própria religião que consdtiui o maior enigma para todos os crentes, pois a meu ver os cristãos devem ser os únicos crentes que não sabem no que creêm... O código lê-se bem, é acessíevl a qualquer um que se preze, possui a dose perfeita de fantasia, suspense,acção, humor e enigmas que fazem brilhar os olhos dos leitores mais compulsivos..é vê-los no metro, nas filas nos carros, nas camionetas, nas filas do correio, na praia, nos cafés. Todos estes leitores ficam maravilhados ao verem Leonardo da Vinci e a sua obra a esconderem o maior mistério da nossa cultura: digam lá se não é perfeito??!! A razão pela qual todos os que congecemos já term lido o código, ou conhecerem alguém que já o fez é simples: A esmagadora maioria das pessoas conhece muito pouco de Arte, se já tiveram a honra de visitar o Lovre( como as odeio...) talvez o tenham feito a correr com o único intuito de ver a bela da Mona Lisa para depois dizerem:"O quê era só aquilo??!!" e voltarem ás suas compras ou subirem a torre Eiffel. Estas mesmas pessoas nada sabem sobre Maçonaria,ou sobre grupos secretos, mal conhecem a sua própria religião,ou o conceito de seita, mas quando ouvem estas palavra mágicas faz-se magia nas suas mentes e devoram o seu novo manual de discordância. Muitas foram as noticias lidas nos jornais sobre a "guerra" entre o Vaticano e os defnsores da obra, e isso claro faz subir as vendas para regalo de Mr Brown, que pouco ou nada se pronuncia sobre a dita "guerra". Toda a gente gosta de controvérsias, de desdizer o que é sabido, de pensar que há sempre alguém que os engana e por isso a vida não anda para a frente e o mundo não vislumbra a paz, como nunca o fez nem nunca o vai fazer: não faz parte da natureza do Homem, a paz que tanto ambiciona e que ele próprio afasta todos os dias da sua vida. Eu própria já ouvi uma discussão não muito acesa em que um dos intervenientes afirmou: "mas eu li no código de da Vinci!". E agora a adptação... Acho que não havia outra coisa na mente do autor que não a adaptação ao cinema quando escreveu o código, e já digo porquê. Ron Howard encarrega-se de realizar o filme, e devo manifestar já o meu pouco amor a este senhor, primeiro porque "adora" trabalhar com Russell Crowe que é de longe um actor tão bom como o afirmam muitos críticos, vejo-o apenas como bom actor num género, talvez a idade o venha a melhorar. Depois também não gosro de Ron Howard porque não vejo na sua filmografia nada que decisivamente seja brilhante, apenas o seu ar como produtor na série 24 em 2001 e pouco mais... Embora não goste deste senhor como já afirmei, consigo ver nele a competência necessária para seguir com este projecto. Uma coisa é adaptar uma grande obra literária,o que é árdua tarefa, outra é adaptar uma coisa que toda a gente já leu e por isso se sente tão ligada a ela, vai-se lá saber porquê... Quem já leu o livro repara facilemte que ao longo dos 105 capítulos o livro desenvolve-se rapidamente, sendo cada um dos capítulos grandiosamente pequenos. Muitos dos capítulos são facilmente lidos entre a paragem de Campo pequeno e Saldanha... Ou seja, o argumentista do filme não terá muito tarbalho, o livro parece ser escrito para ser adaptado em seguida, num minuto de película são facilmente "enfiados" 2 ou 3 capítulos que são meras descrições de pequenas acções, estados de espírito e acções paralelas aos dos heróis da obra. Por isso todo o livro pode fazer parte do filme, não serão precisos garndes cortes ou grandes elos de ligação. O grande trunfo de Ron Howard além do livro em sim tem muitos nomes: Tom Hanks, Ian McKellen, Audrey Tautout, Alfred Molina, Paul Bettany e ainda Jean Reno.. De certeza que a daptação sobrepôr-se-á ao original sendo tembém um êxito de bilheteriras. Quem já leu e gostou, vai ver. Quem já leu e não gostou, vai certamente ver. Quem não leu e por isso não sabe, vai ver para não ter o trabalho de ler o livro. Há gostos para tudo e por isso público mais do que o necessário. É esperar para ver e ir ao cinema, certamente.

terça-feira, setembro 06, 2005

Michelia Champaca

Magnólia: género de árvore em flor aromática. Este é o texto mais difícil que alguma vez me propus a escrever, é o que acontece quando gostamos demasiado de alguma coisa;ganhamos a terrível tendência para ver beleza em tudo...até em sapos esborrachados. Por achar este filme tão descabido e tão natural(ou não, como verão em diante)este foi um dos primeiros dvd's que adquiri a um preço apetecível. Quem o vê uma vez não o pode perceber na íntegra, e quem não tem paciência para o ver mais do que uma vez, rever capítulos, fazer "slow" em determinados momentos, prestar atenção a deixas, não vale a pena porque nunca chegará a nenhuma conclusão satisfatória.A histórinha de que "a primeira visão é que conta", aqui não enche estômagos vazios e ávidos de nutrientes. Primeiro de tudo: eu não percebo a minha vida, nem o mundo que me rodeia, Magnólia trata destes dois assuntos, logo toda esta incompreensão existêncial dá lugar a uma lógica bastante defensável. Magnólia não se propõe a fazer sentido tal como a vida não faz. E neste ponto tanto Paul Thomas Anderson como David Lynch partilham um estilo a nível de argumento,mas quem precisa de um fantasista Lynch quando temos um Anderson puramente humanista??!! Fico sempre fascinada quando alguém decide não fazer um filme centrado numa só história mas sim em muitas, ligadas por um fio condutor(imperceptível para os intervenientes). Se pensarmos bem nenhuma destas histórias tem que se ligar , nenhuma das personagens é motivada por uma qualquer força maior...não, aqui tudo se prende com decisões autónomas, o verbo chamado a prestar declarações é ESCOLHER, a vida faz-se de escolhas e elas conduzem-no por caminhos longos, sós e penosos. Podia ser tudo um gigantesco mal entendido, sabem como é : "fulano de sicrano conheceu sicrano de fulano e etc...", coisas acontecem, e não têm que ser explicadas com respostas plausíveis, ou justificações científicas que só nos fazem desperdiçar o tempo e a memória. Mas por outro lado , se quisermos encontrar razões para tudo...muitas situações podem ser exploradas(adiante). O medo é a porta que nos aprisiona. O passado é a chave, é nele que se encontram todas as respostas, dele remetem os nossos actos e irradia o nosso futuro: "Podemos cortar com o passado mas o passado não corta connosco". Neste dia de chuva ( primeiro de água propriamente dita e mais tarde de sapos), todas as personagens se cruzam, conhecem-se, ignoram-se e o mais importante redimen-se consigo próprias, com o mundo, com a vida e com a morte (essa que nunca se esquece de voltar). Por maior que seja o arrependimento, o mal já está feito, as feridas já sangram - não há reparação possível e o relógio tic-tac, tic-tac... Tudo é possível, aquele que só quer amar, "Eu tenho mesmo amor para dar. Só não sei onde o pôr.", aquela que encontro o amor fê-lo tarde demais: "sabe o que é dormir na cama com a morte?", aquele que se redimiu no fio da navalha, aquele que por ser o mais esperto carrega um fardo...e a história repete-se de trás para a frente, e de frente para trás...a incomprrensão tem destas coisas, ou estarei apenas a seguir o caminho mais fácil?? A chuva cai, o dia está no limite e as personagens encontram-se na sua maior profunda dor, este é o momento em que todas cantam (Wise up de Aimee Mann), elas dizem: " Isto não vai parar, por isso desiste.", este é o clímax do sofrimento e o inicio da absolvição que chega finalmente com a chuva nocturna. As personagens são todas tocadas pelo "trágico", a de mr Cruise na cena final é arrebatadora e brutal - perdoar não é esquecer - a solidão é demasiadamente dolorosa e é ele quem pede: " Não vás. Não vás." ao pai moribundo, aqui está uma das chaves de que referi atrás; se folhearmos as nossas empoeiradas bíblias sagradas e procurarmos no Êxodo versículos 8:2 podemos ler: " Mas se recusar deixá-lo ir, eis que ferirei com rãs todos os seus termos".( não estou a inventar nada) A chuva de sapos por mais estranha que pareça, não abala nenhuma das personagens verdadeiramente, assustam-se é um facto, mas a única que se pronuncia é Phil o enfermeiro bondoso e conciliador.A chuva significa uma prece atendida, uma absolvição. E não ficamso por aqui, 8 e 2 são dois números importantes, porque existiam 82% de probabilidade de chuva, e 8 + 2 são 10 o número de personagens em relevo na película. Ilógico? Arrisacamo-nos a ir mais longe? O menino rapper que salva Linda e tenta ajuadr o nosso polícia a desvendar um caso de homicídio ao cantar diz: " Eu sou o profeta. Quando tudo se complica deus faz chover..."arrepiados?? E mais, a arma que o polícia perde para seu desespero, aparece mais tarde nas mãos do mesmo menino que corre com ela não se sabe para onde, e eis que a arma reaparece...no final da chuva de sapos para felicidade do polícia, como que lançada dos céus. Confusos, ou é até tudo muito racional? A chuva cai porque "aconteceu mesmo" como diz o quadro, e " é uma coisa que acontece" diz o rapaz prodígio;se fosse teatro, eu apostaria em Brecht!!! Momentos aparentemente surgidos do nada marcam um dia crucial( não para o resto do mundo que não as 10 personagens), se calhar sempre que algo de grande acontece, chovem sapos, talvez nós não os vejamos, e sejam só visíveis para quem é/foi decisivo. Se calhar estão a chover sapos agora, e nós nem sequer nos damos conta, porque este é somente mais um dias das nossas vidas. Como diz o narrador: " Nesta minha modesta opinião há bizarrias a acontecerem a todas as horas. E isto continua sem parar.". Magnólia é delicioso, frustrante, arrebatador, incomprrensível...bem depende do modo como o vemos...é um espelho da vida,a correr numa encruzilhada destinada a recuperar um momento fugaz, aquele pelo qual esperamos todos os dias e que quando finalmente percebemos, sorrimos. "Ás vezes as pessoas precisam de serem perdoadas... Mas perdoar o quê?" Todas as expressões entre aspas e em itálico são traduções livres do argumento original do filme Magnólia de 1999 com Melinda Dillon, Tom Cruise, Julianne Moore, John C.reilly, Alfred Molina, William H. Macy, Philip Seymour Hoffman, entre muitos, muitos outros. Arevam-se a ver. o título deste blog, parece ser descabido mas não é, juro.

sábado, setembro 03, 2005

Delays e expectativas

Os fans da saga V for Vendetta ao que parece terão que aguardar mais um pouco pela sua estreia. Ao que parece a Warner bros está a ter alguns problemas com a película e numa de a melhorar atrasou a sua estreia que estava já anunciada para Novembro(presente no poster) próximo para o Março ou Abril de 2006. A escolha da data é questionável, porque normalmente estes "atrasos" acontecem porque é preferível que os filmes estreem em datas próximas a entregas de prémios e assim, acho que pelo menos vais a tempo de fazer a sua estreia mundial no festival de Cannes, deve ser essa a ideia. Só espero que agora não se ponham a encher o filme de efeitos especiais e telas verdes(miraculosamente ocultadas pelas técnicas mais avançadas) de modo a tornar o filme mais poético...e vamos também a ver se o filme não é estragado por demasiados pormenores, é que seria uma desilusão para os fans e um crime na carreira imaculada de Natalie Portman, que diga-se de passagem, ficou muito bem com aquele look à Miss Ripley (ver Alien )!! Outro que parece estrear em Outubro nos EUA é Elizabethtown, mesmo à porta da season dos oscares, o trailer é bastante apelativo como já nos tem acostumado Cameron Crowe ("Show me the money!" em Jerry Maguire), e se tiverem a oportunidade de ver o trailer extenso a circular na net no site oficial do filme atrevam-se é delicioso, ainda por cima ao som de My father's gun de Elton John, o site deixa ainda ouvir a banda sonora na íntegra, thank you a lot sir. The Constant gardener também já está a dar cartas no circulo dos críticos e parece ser um forte candidato á corrida aos oscares, principalmente ao nível das interpretações de Ralph Fiennes e da talentíssima Rachel Weisz, o filme é realizado pelo brasileiro Fernando Meirelles já conhecido pela sua incursão a Hollywood com o brilhante City of God. Foi para meu grande desgosto que assisti ao The island. Não vou perder muito tempo com este, já tinha reticencias relativamente a Michael Bay, agora estas transformaram-se em evidências, é que é mesmo muito mau.... Não inova em nada, já aquilo foi tudo exprimentado, não tem ritmo, o Sean Bean é o bad guy( para variar), a Scarlett está so far, far away da sua mestria interpretativa e o Ewan parece saído de um curso de actor tirado por correspondência. Sinceramente não recomendo a ninguém, ah e se estão numa de poupar não vão ver Monster in Law, não é horrivel mas não perde nada em dvd, e assim já são 8 euros que poupam em 2 idas ao cinema(isto se não tiverem cartão jovem ou de estudante). Se os querem aplicar em algo decente, vão à fnac e aproveitem as promoções, como o The crowe que vale 100 vezes o valor a que está a ser comercializado, é que é daquela obras primas a que ninguém fica indiferente e fica bem em qualquer estante. Ouvi dizer de fonte fidedigna que The edukators é uma obra prima, se puderem...