quinta-feira, agosto 24, 2006

Jack Sparrow and the horizon he brought us

Neste que é um Verão como outro qualquer, quente, pegajoso, abafado, enfadonho e inundado, nao por água, mas por obras de arte dirigidas a um público devorador de pipocas doces e salgadas...que é tão digno e merecedor de respeito como aquele que as não ingere por "preferir prestar toda a sua atenção à fita pela qual pagou alguns euros" e porque comer pipocas não é "in" ou whathever, os blockbusters aqui estão sentadinhos à nossa frente:Os piratas estão de volta!!! Mais aventuras, lucros para a Disney, e humor gerado do bom desempenho dos actores que se divertem à fartasana a fazê-lo. Abram alas ao Johnny! Johnny!! Este sim é um grande Senhor. Um génio para muitos, e continua a ser, porque convenhamos...só um génio para convencer Marlon Brando a fazer "O bravo"!!, para mim um homem que devia ser idolatrado qual Che, era de valor ver a cara dele estampada em tudo o que é t-shirt e afins expostos com orgulho e pompa! É a partir dele que os piratas ganham vida, aliás a vida no filme nasce do sangue que este actor doa durante as 2 horas e 40 minutos, um pouco longo não? Esta é a meu ver a falha e bónus do filme, falha porque as cenas prolongam-se demasiado, desencadeando estórias paralelas até certo ponto, mas não durante muito tempo, já que a sua intersecção está sempre eminente, e estórias essas que por vezes podem demorar a fazer todo o sentido ao espectador, mas isso é uma questão sobre a qual não me vou alongar já que é só a minha opinião e talvez neste dia os meu neurónios não estivessem ao nível máximo das suas capacidades já de si limitadas.O bónus, bem os fãs gostam de tudo, e quanto mais tempo para se deixarem levar no espírito dos mares e dos bandidos, melhor! Mas o grande problema do filme, o único veradeiramente falando, é o facto deste não ser o primeiro, não cheira a novidade, Os piratas das Caraíbas lavou a alma aos filmes do género, este não lava, apenas passa por água, e por mais extraordinário que seja, por mais (ainda mais) emocionante e por mais alta que seja a fasquia, não é o primeiro. Para se perceber melhor digamos que, a interpretação de Johnny Depp é tao ou melhor como no primeiro filme, a diferença é que destra vez ele não vai ser nomeado a Óscar..acho que me faço entender! De assombro é o universo recriado, as maravilhas das novas tecnólogias no que toca à personagem de Davi Jones e respectiva tripulação, bem como o espaço variado e complexo no qual a trama se desenvolve. A surpresa do (re) aparecimento de personagens que vêm remeter para o pasasdo e para o futuro...o drama amoroso que se adensa, mas repito a minha opinião quanto a mr Bloom, ele ainda não é leading man, ainda terá que "crescer" pelo menos por enquanto, falta qualquer coisa para ser aquilo que ele pode vir a ser, a fama e o poder que este franchise lhe trouxe, a ele e a Keira, trarão os seus frutos, mas a seu tempo. Por isso, 3 cheers para os piratas: 1 porque voltaram 2 porque voltam para o ano, e 3 porque não vai haver o 4( que é o novo preto, pois tanto Indiana Jones e Die Hard estão confirmados e talvez Missão Impossível, isto claro se entretanto o Tom Cruise quiser casar com a Katie Holmes!!))

quarta-feira, agosto 23, 2006

(TA)VIRAr da página prateada

Fugir do mundo, é conquista árdua. Partir para longe é louvável, mas resta sempre algo de nós, de esperança, de sonho, de espuma, uma acendelha à espera de um sopro que teima em arder. E eu fugi nas asas de um pássaro terrestre, veloz e de voo firme que contemplava a minha tristeza cansada, o meu alívio solitário na companhia dos outros... e ouvir o som das asas que balançam. Os dias passaram: quentes, frios, chuvosos, com ou sem vento, com ou sem gaivotas assassinas. Campismo selvagem porque não? Há tentos que fazem mentalizados, convictos...a minha convicção nasceu da força da circunstância...o improviso faz maravilhas, e a mim ofereceu-me o céu estrelado, todo e inteiro, que me beijou os olhos ensonados e me deixou entregar nas delícias dos sonhos encantados, queimando tempo. Seguiram-se mais dias, silêncios, palavras, sorrisos, caminhos trespasasdos por espadas do passado capazes de desmoronar baralhos de cartas que são mais, muito mais do que um jogo. Falou-se, escutou-se, falou-se, aconselhou-se, desafiou-se, desentedeu-se? Enquanto houver confiança. O tempo que passou num ápice, assim é quando se gosta verdadeiramente, quando se reina sem poder concedido pelos deuses e crucifixos. E no último dia , na manhã do farol ouvi o silêncio do mar, escutei o que ele tinha para me dizer, o segredo murmurado que vem por debaixo do chão. Canção incessante que do azul se faz prata, que me ensurdeceu, cegou, calou, e os ossos das mãos que congelaram, nessa manhã de brisa fina. E sabes o que te digo??: Luta. Se perderes. Luta mais. Sangra, se for preciso, dá o teu sangue a beber à vampira que dele precisa sem saber. E se morrer, mais vale uma boa morte que uma não vida. Não queiras pouco, exige tudo, porque tudo é o que a vida exige de ti e ela escorre como lava apressada, e nós não ficamos senão, na memória dos outros enquanto a também eles, ela não faltar. Eu vou lutar, qual guerreira revigorada, qual dama afortunada sem o saber, qual mulher que arde num fogo intenso, e se perder..ou morrer, a memória ( a dos outros) manter-me-à viva, ou pelo menos não morta.

segunda-feira, agosto 21, 2006

And "He" returned (finally)

Foi com agrado que vi regressar o extraterrestre mais querido do mundo do cinema (logo atrás do E.T, pois claro). O responsável por esta experiência extremamente dedicada e humana é Brian Singer, que após muitas voltas e reviravoltas conseguiu fazer renascer das cinzas mais um grande franchise...é agora ver t- shirts com um "S" estampado tamanho XL, por essa Lisboa fora, enfim mais super heróis por esse mudo. Facilmente se percebe a razão pela qual a crítica se mantém tão favorável ao eterno Kal-El, enquanto que as bilheteiras se mostram um pouco mais reticentes, pelo menos da parte norte americana. É que quem está à espera de assistir a lutas desenfreadas, entre bons e maus da fita, amores de novela extraídas do sex appeal dos actores, e clichês dignos do livro "as mais bonitas frases do mundo", bem pode tirar o cavalinho da chuva...mas é que bem pode mesmo. A nível de frases, vá, deixamos passar as palavras de Marlon Brando no papel de de pai de Kal El, frases paternais essas repetidas pelo próprio herói mais lá para o final ad pélícula! Sexo não há. Acção também não. Resultado: menos vendas. O máximo que se vê é Kal El a ser sovado como nunca, depois de exposto ao seu pior inimigo natural, e mais não conto. Brandon Routh , tem talento e seguramente um futuro no mundo cinematográfico, é carismático e expressivo tanto como Clark Kent ou Kal El, fazendo mesmo pensar num possível James Dean (sem um final trágico e precoce rezemos) dos nossos dias, mas isso já sou eu a premeditar coisas!! O actor em causa transmite sem dúvida humanidade através do olhar algo perdido e incompreendido um "outcast" como ele próprio se julga. E arrepia vê-lo e pensar em Christopher Reeves por breves momentos, mesmo sabendo que aquele azul intenso mais não é que um adereço e quem sabe algum trabalhinho de pós produção..as maravilhas das novas tecnologias, tecnologias essas com a devida publicidade no belo do movie não é Samsung??!! Há uma certa névoa em toda a fita que paira não como uma sombra de um fantasma mas mais como uma brisa apaziguadora que assegura a comunhão entre enredo e espectador, algo entre tradição e pertença, entre harmonia e saudade. Lex Luthor esse vilão na pele de Kevin Spacey ou vice versa!!, é arrasador, bem como a sua fiel Cocô Chanel, interpretada pela versátil Parker Posey, tão deslumbrada e mal amada, enfim é difícil amar quem não ama. Os efeitos especiais elevam a película a voos maiores que por mais ceguinhos que estejamos deixamo-nos levitar pelas acrobacias do Super-herói moldável como um pedaço de plasticina vermelha e azul. Superman returns foi feito com o coração , demorou, custou muito, mas compensa sem dúvida,é dinheiro bem empregue num Verão impregnado (ao qual já nos habituámos) de piratas e polícias à caça de barões da droga, vestido à Boss e afins. As cores deste fim de Verão são o azul e o vermelho (deixei o preto e o cinzento para o Inverno). A vénia deve ser feita, o esforço recompensado. É tocante a dedicação final a Christopher e Dana, esses sim os verdadeiros heróis face a uma vida difícil e confusa, temida e vazia. É sempre bom recordarmo-nos e que a morte de facto pouco poder deve possuir e que em casos destes não é ela quem se deve recordar, celebremos antes a vida, essa luz que não se extingue nunca e que existe para nos apercebermos que os sonhos devem ser sempre uma realidade.

quarta-feira, agosto 02, 2006

As palavras sao como pólvora, e estas como os nossos sentimentos

...Porque não existe melhor caracteristica própria do Homem que a insatisfação, e não percebo qual o real propósito que me põe aqui neste determinado ponto do mundo.Porque é que nos sentimos únicos nesta enorme esfera, porque é que parecemos amar, e fazer do amor a nossa primordial e viva chama.. Os sentimentos alimentam aquilo a que chamamos de vida, e quanto mais intensamente sentirmos, mais sangue fazemos correr, mais gestos aprendemos, mais (enfim) vivemos. E viver mais nao é que esticar uma linha à espera que ela não rompa, viver mais não é que espreitar para lá da linha do horizonte, viver mais não é correr ate não poder mais enquanto procuramos o fim do mundo. Choro ao pensar nas estrelas, invejo-as sem se me sentir invejosa, elas que contemplam a passagem do tempo, elas cada vez mais novas e nós cada vez mais velhos, elas cada vez mais brilhantes e nós ofuscados. Parto para longe, como se fosse a primeira da última vez, parto para respirar, para invejar as estrelas, para correr, para balançar nas ondas do mar, para abraçar a brisa que com dois beijos frescos me saúda a cada manhã abençoada, que eu ignorei por tantas vezes. Basta de lamentos e coisas por dizer, basta de medos de luas assombradas e alabatrozes esfomeados, basta de pesadelos e olhos raivosos, basta...recomeça, pára, ondula, os cabelos negros ao sabor do vento, a pele macia a saber a maçã. Aquilo que sinto, faço-o hoje porque amanhã é outro dia, nova pólvora, novo sentimento, o mesmo sangue, novo tiro, novo olhar, amanha recomeço. A mala está feita, as ideias guardads, os sentimentos num baú fechado a sete chaves e perdidos no fundo do mar, revisitado pela sereia muda que os trás logo pela manhã enquanto deixo as minhas marcas na areia que o mar irá beber. Porque o mar apaga e a sereia não tem língua para contar.