sábado, março 31, 2012

E a areia da praia?

Andava eu feliz e contente por voltar a ver o sol a brilhar mais forte que nunca, e logo no fim de semana havia o tempo de mudar radicalmente e brindar-me com uns belos dias de Outono. É coisa que não se entende não senhor. E logo eu, uma miúda com tantas coisas para fazer ao sol, e tão poucas para fazer à sombra.
Quer dizer, agora que penso nisso, lembro-me de uma e outra coisa que podia fazer à sombra, mas também quem faz à sombra, faz ao luar e daqui a nada escurece!
Falava eu no sol e no fim de semana. Não estão contentes por começarem a perceber que vem aí o Verão? E não estão preocupados por pensar que tudo o que não choveu até agora, há-de chover nos meses de Junho, Julho e Agosto?
A boa notícia, é que com ou sem essa preocupação na cabeça, o Verão terá sempre esse poder incontrolável de nos aquecer a alma. De nos fazer querer fruta fresca, beber bebidas frescas, dormir desnudados, e até tirar algumas peças de roupa quando já estamos deitados.
O Verão faz com que dancemos mais, e faz ainda com que a nossa pele fique mais luminosa, mais viva. Voltamos a pôr o anelinho no dedo do pé, porque o pé agora vê por onde andamos, mesmo quando andamos às voltas dos mesmos lugares.
E a areia da praia? Não sentem saudades de sentir a areia entre os vossos dedos, aquela rudeza natural com cheiro a sal, a mar e histórias de pescadores naufragados.
Eu sinto falta do Verão. Muita mesmo.

quarta-feira, março 14, 2012

La Mer

Há imensos motivos pelos quais nos enamoramos por alguns filmes. Tantos quantos os nossos devaneios, as nossas memórias de infância, de adolescência, e mais estranho, memórias de momentos que nunca vivemos em períodos históricos dos quais apenas sabemos aquilo que lemos nos livros ou vimos por alguns instantes em fotografias de arquivo.
Não sei explicar porque adoro tanto o filme Thinker Tailor Soldier Spy. Poderia ser pelas magníficas interpretações de actores como Tom Hardy, Mark Strong, Colin Firth e claro Gary Oldman. Poderia ser pelo modo como a história se desenvolve, ou o tema da espionagem, "o passeio" por Londres, a guerra-fria. Poderia ser tudo isso, mas não é.
Acho que o que me faz gostar tanto deste filme é o facto da verdadeira história se consubstanciar naquela camada emocional que fica à flor da pele e a qual nos permite ver um mundo inteiro de sentimentos.
Espero que esta ideia fique bem espelhada neste vídeo do final do filme em que o tom meio alegre e meio triste o Júlio Iglésias acompanha o destino final de todas as personagens. E palavras, não há?
Não é preciso, fica La Mer.

domingo, março 04, 2012

Maternidade

Então não é que já tenho cortinados no meu quarto!? Orgulho em mim e na minha mãe que nunca esmoreceu aquando dos meus olhares incrédulos e das minhas palavras pronunciadas menos perfeitamente, já que a minha boca abrigava umas quantas bolachas Maria para acalmar o meu estômago cego de fome.

“Um pouco para a direiiiiiita, mais acima, olha que isso vai caiiiiiir, vê lá se a bucha não é grand’ demais, olha que me partes a caixa do estore!”. E ela responde:” Benze-te filha que a mãe só descansa quando a calha estiver presa à parede”. E assim foi uma tarde de Domingo bem passada na companhia da mamã.

Do Pinheirinho, trouxe uma panelona de sopa acabadinha de fazer, um ferro de engomar, 2 cortinados, agulhas e dedais, uma calha de dois metros e meio e muita vontade de contribuir para um lar mais harmonioso.

O que se pensava rápido, tornou-se num parto difícil e demorado, mas a concepção levou tanto amor que o resultado não podia ter ficado mais perfeito. Agora vou começar a dormir num quarto com cortinados lisos, brancos, translúcidos, ah digna de uma princesa!

A gatinha aqui do lar harmonioso, fez das suas e achou que o saco das cortinas daria uma cama perfeita e logo agora que pus a mantinha dela a lavar e só lá para Terça-feira é que deve estar “boa para consumo”.

Da tarde, fica-me o ar de satisfeito da mãe, da sua dedicação e das duzentas histórias que me contou da Avenida de Roma até à João XXI, em que a única coisa que a calou foi um pão de Deus digno dos deuses.

Domingos assim são especiais e eu já tinha saudades de passar um serão com a mamã. Mas faltava-me algo. Fazes-me mesmo muita falta.