sábado, maio 17, 2008

Colisão

Lembram-se das frases iniciais do filme Crash de Paul Haggis??
Não não é o do Cronenberg!!
Recordo-vos então, são talvez as palavras que mais me marcaram nos últimos tempos (cinematograficamente falando): I think we miss that touch so much, that we crash into each other, just so we can feel something. Tenho sempre a sensação de quetêm todos medo de toda a gente, e por isso fingimos para com os que conhecemos e somos verdadeiros para com os estranhos. O Amor desaparece. Tal como a brisa, e passa tal como ela, os atentos dançam com a brisa, apreciam a sua frescura e fragrância, e ela passa e eles não ficam tristes. Outra virá tão fresca como a passada, melhor se possível, nova e passageira, passageira porque insegura e enquanto insegura, provocadora. Gostamos tanto da brisa, que fechamos todas as portas, todas as janelas para que ela não escape. Mas ela escapa, ela escapa sempre, e nesta vida nada pode ser feito prisioneiro porque cada dia deve ser diferente, é bom entardecer de modo desigual a cada dia, é bom que cada manhã não seja a reprodução da anterior, é bom que os cabelos cresçam, que a fruta amadureça, que o mar se revolte, é bom querermos ser perfeitos...basta haver qualquer possibilidade de perfeição. E Reagir é errado, devíamos todos Responder. Reagir é repetir um padrão, fazer aquilo que nos foi feito. Responder é procurar novas formas, é dar aquilo que não se teve e que mais nos fez falta, é pensar no Hoje como o Momento e no Amanhã como uma impossibilidade. Reagir é usar o Passado como chave que abre portas com fechaduras já forçadas. Responder é destruir as portas e substitui-las por janelas sem grades. Por isso, e tomando de novo a frase, não tenham medo de chocar com pessoas, e não se esqueçam que vemos sempre aquilo que os outros estão a ver! Amem. Façam do Amor (que é uma Canção) uma verdadeira Dança!

quinta-feira, maio 15, 2008

ESCURIDÃO, ou ausência de Luz

Se para o Rei a frase de marca é "Elvis has left the building" aqui para a Princesa a frase que se impõe é : The Princess is back in town!
Bem sei que tenho deixado o meu blog, sem Luz, a mesma Luz que anuncio querer na mente de todos aqueles que respiram Cinema, mas a princesa das fitas de 8 mm está apta para sumarentos e caprichados comentários a tudo o que sirva de assunto: leia-se também a primeira página do 24 horas qur é capaz de produzir o mesmo efeito crítico.
O Tempo é uma coisa curiosa, o dito "cronos" pauta-nos a vida, ridiculariza as coisas mais importantes e impõe-se como ditador, quando devia de ser o oposto a acontecer.
Ou seja, de momento sofro de cronopendicite aguda, para nada tenho tempo e acabo por ter tempo para tudo, no fundo é uma coisa crónica que se cura com uns quantos placebos!
E por isso mesmo: prometo muito em breve novidades quentes e boas ( boas como os bolos da fábrica de Odivelas que papo em carros alheios aí por volta das 4 da manhã.."pla fresquinha")!
Quanto à arte cinéfila, convém não esquecer que já está entre nós Iron Man, chega entretanto o nosso bom e velho Indy, há ainda tempo para o Cavaleiro das trevas, e esta semana chega o dramalhão Reservation Road...ah e a 5 de Junho para as mais fúteis (Cof) o aguardadíssimo e "gossipadíssimo" Sex and the city...eu cá persisto na ideia...todas querem ser "Samantas" mas no fundo são todas uma cambada de "Charlottes"!
Mais coisas, ah o trabalho de investigação sobre Tim Burton...lá vai...ia a passo de caracol, mas o bicho levou agorinha uma injecção de red bull ganhou asas e voa já na minha mente em voltas e reviravoltas..é a questão do Tempo, arranja-se sempre que se quer!
Tal como diz o realizador numa entrevista:
The monster is supposed to die in a monster film right?
- Yeah bu they never die. It's part of the mythology that they do. But they are always coming back. They're always fighting.They fight through the system, the system of bland B- actors.
retirado de entrevista a Tim Burton em 91 sobre o seu fascínio por bestiários

segunda-feira, maio 05, 2008

Citação para falar da "pessoa"

::Citando::
Homem de que eu goste cobre-me no frio e vai à porta beijar-me quando saio de madrugada. Fala com paixão dos meu pés pequeninos, diz as palavras que eu gosto de dizer e está disposto a tudo para me ouvir gritar na cama. Homem de que eu goste nunca vai dizer "Cuidado, que te podem ouvir.", pelo contrário dirá antes: "Grita mais, que eu gosto. Para as caracteristicas físicas estou-me sinceramente nas tintas. Nem pernas boas, nem músculos, nem peitorais, nadinha disto tem cabimento na minha cabeça. Ou seja, ele até pode vir com isto tudo, mas vai ter de me apertar as coxas e rir-se das minhas estrias. Homem de que eu goste está-se a marimbar para que os outros pensem se é gay ou é do Benfica. (...) Nunca gostei de um homem com bigode, mas como posso negar à partida um bigodista que desconheço??Também nunca me senti atraída por nenhum louro de olhos azuis ("not my cup of tea" adciciona Leila), mas sei lá se o meu futuro será ao lado de um dos filhos de D. Duarte?? Homem de que eu goste não tem de ser de forma nenhuma, nem de estar em forma. Nem tem de ser preto ou branco, mas tem de ter raça. E coragem, porque o amor é sempre um acto de coragem. Quanto a conselhos a jornalista que se denomina "Cidália" - essa embaixadora dos clichés satisfatórios - diz: Era bom se procurássemos pessoas em vez de ideias em vez de continuarmos a perseguir ideais. Os ideais servem a todos os que encontram na impossibilidade o conforto. Lá está, existe a pessoa ideal, a "certa", "the one" qual Neo a ser seduzido pelo charme de Morpheus e do comprimido vermelho, aquela pessoa que possui todas as características, todas as boas vontades, todas as qualidades, que nos quer, e nos quer fazer feliz, que é bonita e inteligente, doce e preocupada... e depois há "a outra pessoa". Aquela pessoa. A que nos arrebatou sem mais nem menos, a que entrou sem pedir, a que nos tomou num início de tarde cálido, que pode ser tudo e nada, a que é o "Tudo" e nunca o "Nada". Não é a pessoa certa como se canta por aí, mas sim a pessoa de quem gostamos e não há nada a fazer, não há armas, textos confusos e madrugadores, comprimidos vermelhos, homens com óculos sem hastes que nos acudam, nem há certezas sobre absolutamente nada, há o agora, o momento, e a ideia de um passado recente. Sabemos apenas que precisamos dela e que dela não queremos prescindir, não não a pessoa não preenche "a lista", preenche outra coisa: o coração. Sim preenches-me o coração (e desculpa extravasar isto para o domínio bloguista), mas são 8 da manhã e sabes que a esta hora sou perigosa com as palavras.

sábado, maio 03, 2008

Um 'trendy' fica-me tão bem!

Justificação

Diz-lhes que a chama se extinguiu - por saberes que é agora mais forte que nunca- que o corpo deixou de lutar - por saberes que a luta só agora começou- e diz-lhes que és Estrela e não Universo, és margem e não rio, parte e não todo. Eternizemos o Ontem na cascata das memórias puras - que não são puras porque já estamos a pensar nelas e eu até já as estou a escrever, dá-me algo de real que eu possa explorar ou ignorar, dá-me e eu mostro-te tudo aquilo que já vi, dá-me algo que tenhas e não saibas e dá-me ainda tudo aquilo que te faz falta. Quanto tempo dura um momento fugaz? Um dia, um segundo, uma ausência...quanto mais simples, mais particular, quanto mais perto mais trascendente, e sempre no seu devido lugar, no seu lugar de sempre, no seu novo lugar, já não é o mesmo lugar, notaste? Mas não deixa de ser o seu lugar. Porque HOJE as palavras perdem o significado, fogem-me da boca habituada a pronunciar, se me perguntares porquê , não te preocupes porque eu calo-me. Sejamos parte do Todo, e não Todo, porque no Todo não há lugar para nós, e na parte ele está sempre à nossa espera, com ou sem palavras, com ou sem expectativas, com ou sem presença, é mais fácil perder-me numa casa que no Universo. De facto somos a Luz que viaja por entre os poros da malha da atmosfera. Diz-lhes que tens um coração sempre disposto, que a trizteza é coisa de velhos, que fazes sesta como peixes, que caminhas por entre searas em fins de tarde de Verão, sozinho contigo mesmo, tendo os assobios do vento como companheiros longíquos, diz-lhes que passas as pontas dos dedos pelas superfícies moles, que as absorves como língua quente e viva, repleta de sangue invisível, o mesmo sangue que corre nas veias das tuas mãos que estendes a alguém que não sabes se existe.
Escuta o som do silêncio, aprecia o bailado gratuito dos ramos de árvores, olha, olha sempre, que este mundo é feito de olhares, de palavras vãs ( e disso percebo eu bem), de momentos simples, de gelados de baunilha e bolos de chocolate, de vestidos rodados e normalidade feita folha de papel amachucada.
Sonho que durmo profundamente, e ao acordar percebo que ainda sonho- fecho os olhos - sinto o corpo que está em contacto com algo, adormeço, volto a sonhar, acordo depois do sono profundo e dou comigo a perceber que não me cheguei a deitar. E como não sei explicar ou justificar algumas coisas que faço, escondo-me por detrás disto: escrever ajuda-me a abrandar os meus pensamentos que querem ir de encontro aos meus sentimentos. Acho que não serve, que nada justifica, não chega eu sei, mas prometo crescer em breve.