sábado, dezembro 31, 2005

Prece

Não me queria despedir deste importuno 2005 sem deixar mais umas palavras. Tenho a tendência para ficar algo nostálgica nas passagens de ano, acho que desde pequena. Não me lembro muito bem, ou talvez lembre e não queira partilhar isso com outro humano. Curiosamente dou comigo a pensar não no futuro...como era de esperar... mas no passado, na infância, na importância desmesurada que damos ao tempo ( ao tempo que já passou), porque o futuro esse é desejado num misto de esperança e felicidade envoltos em falsos clichés. Também hoje dei comigo a olhar as árvores húmidas das gotas de água que teimavam em cair do céu e envolver tudo o que por elas fosse tocado.E lembrei-me... ...lembrei-me que li outrora palavras da Florbela Espanca que diziam que as árvores assemelhavam-se a mãos em posição de prece em direcção a Deus. Sorri ao ler, e reti na minha confusamente clara memória esta analogia. Não sei ao certo se todos terão a mesma imagem que ela, mas lembrei-me... e é tão bom lembrar, mas será que me lembro convenientemente, será que não estou a deturpar as palavras dessa sábia?? É melhor parar. Vou abandonar por hoje as palavras, vou guardá-las na minha gaveta mágica e deixá-la entreaberta, não vá a minha alma precisar de consolo literário. Vou rir de noite, recordar velhas imagens ( aquelas que não nos abandonam nunca, e que vemos mais quando fechamos os olhos), deliciar-me com o aroma festivo da noite, o brilho a incendiar o céu naquele fogo multicolor, a família a desejar de mil e um modos a felicidades daqueles que por eles são amados...acho que é daqui que vem a minha nostalgia na despedida do velho ano ( que é velho porque esteve connosco durante trezentos e sessenta e cinco dias consecutivos). Agora, neste momento fiquei sem palavras...e continuo a escrever, a sensação é incrível, escrever sem guia, sem ponteiro na mente, compulsiva e freneticamente...acabo de me lembrar de duas, três coisas, não me quero esquecer de as escrever, sinto a minha mente a querer voar para longe... Primeiro (e peço desculpa se nada disto estiver a fazer sentido), se quando fechamos os olhos continuamos a ver, será que quando morremos e o espiríto( quero acreditar nele) continua a respirar, será que continuo a ver...eu quero ver quando morrer, quero ver as árvores em posição de prece mas não a Deus, não quero pedir nada a Deus, pelo menos uma vez na vida. Mas pedir o quê? A quem se não o fizer a Deus? As ovelhas vão para o paraíso e os carneiros vão para o Inferno. From Cake (ainda não faz sentido? Não era essa a intenção)

sexta-feira, dezembro 23, 2005

Eça é que é Eça ( by Halley)

Bem sei que felizmente o meu espaço é reservado a cinema, mas felizmente também tenho outra grande paixão...um senhor chamado Eça de Queirós, que escreveu há muito uma carta a alguém sobre o Natal. Acho incrível como este génio da literatura ( e por isso génio) mantém-se tão fresco, tão único, tão fascinante, tão verdadeiro e tão cruelmente lúcido. Vou transcrever parte da carta (que eu desejaria que tivesse sido escrita para mim), espero que o que eu vou fazer não se revele crime: " O Natal, a grande festa doméstica da Inglaterra(...)As desgraças públicas nunca impedem que os cidadãos jantem com apetite: e misérias da pátria, enquanto não são tangíveis e se não apresentam sob a forma flamejante de obuses rebentando numa cidade sitiada, não tirarão jamais o sono do patriota(...). O que estragou o Natal foi simplesmente a falta de neve(...), com um sol(...),deslizando timidamente sobre uma imensa peça de seda azul desbotada;(...)Um desapontamento nacional!(...) O assunto não varia na paisagem repetida: é sempre a mesma entrada de um parque, de aparência feudal, por vésperas de Natal, antes da meia- noite;(...) e a perder de vista tudo está coberto da neve caída, uma neve branca, fofa, alta, que faz nos campos um grande silêncio (...) felizes aqueles para quem essas portas difíceis se abrem.(...) - Merry Christmas! Merry Christamas! (...) Sob a chaminé estala e dança a grande fogueira do Natal: a sua luz rica faz parecer de ouro os cabelos louros, e de prata as barbas brancas.(...) E o piano não se cala nestas noites! É alguma velha canção inglesa, em que se fala de torneios e cavaleiros, ou uma dança da Escócia, que se baila com o gentil cerimonial do passado(...) as crianças(...) correm, cantam, riem vão a cada momento espreitar os ponteiros do relógio monumental, porque à meia noite chega o Santo Claus, (...) e que já a esa hora vem caminhando pela neve da estrada.(...) Amável santo Claus! Por um tempo tão frio, naquela idade, deixar a cabana de algodão que ele habita no País da Legenda, e vir por sobre ondas do mar e ramagens de florestas trazer a estes bebés o seu Natal!(...) O respeitável ancião, com o seu capuz até aos olhos, todo salpicado de neve, as mãos escondidas nas largas mangas de frade(...) Todas as crianças o querem abraçar, e ele não se recusa, porque é indulgente(...) as bochechas reluzem-lhe de escralates, as barbas, parecem crescer-lhe, e ali está bonacheirão, com a importância de um deus tutelar e amado, como a encarnação sacramental da alegria doméstica.(...) E as pobres crianças cantam as loas: e elas sabem que não serão esquecidas(...) porque Santo laus é um democrata ,e , se enche os seus alforges para os ricos, gosta sobretudo de os ver esvaziados nos regaço dos pobres. Tudo isto é encantador. Mas tire-se-lhe a neve, e fica tudo estragado. O Natal com uma lua cor de manteiga, a bater numa terra tépida de Primavera, torna-se apenas uma data no calendário.(...) Resta a consolação de que os pobres tiveram menos frio.(...) Nem eu sei realmente como a ceia faustosa possa saber bem - quando se considere que lá fora há quem regele(...). É justamente nestas horas de festa íntima, quando pára por um momento o furioso galope do nosso egoísmo - que a alma se abre a sentimentos melhores de fraternidade e de simpatia universal, e que a consciência da miséria em que se debatem tantos milhares de criaturas volta com uma margura maior(...) - para que se chegue à fácil conclusão que isto é um mundo abominável. Deste sentimento nascem algumas caridades de Natal, mas findas as consoadas, o egoísmo parte à desfilada, ninguém torna amis a pensar nos pobres...) e a miséria continua a gemer ao seu canto!(...) Jesus(...) ameaçou-nos, que teríamos sempre pobres entre nós. Tem-se procurado com revoluções sucessivas fazre falhar esta sinistra profecia - mas as revoluções passam e os pobres ficam.(...) Não é possível mudar. O esforço humano consegue, quando muito, converter um prolterariado faminto numa burguesia farta; mas surge logo das entranhas da sociedade um proletariado pior. Jesus tinha razão; haverá sempre pobres entre nós. Donde se prova que esta humanidade é o maior erro que jamais Deus cometeu.(...) Nos dois ou três primeiros mil anos de existência trepámos a uma certa altura de civilização, mas depois temos vindo rolando para baixo numa camabalhota secular.(...) Já não falo dos gregos e romanos: ninguém hoje tem bastante génio para compor um coro de Ésquilo ou uma página de Virgílio; como escultura e arquitectura somos grotescos; nenhum milionário é capaz de jantar com Lúculo; agitavam-se em atenas ou Roma mais ideais superiores num só dia do que nós invetámos num século,(...) e o escravo, essa miséria da antiguidade, não era mais desgraçado do que o proletário moderno.(...) Deus tem só uma medida a tomar com esta humanidade inútil: afogá-la num dilúvio.(...) sem repetir a fatal indulgência que o levou a poupar Noé; se não fosse o esgoísmo senil desse patriarca borracho, que queria continuar a viver, para continuar a saber, nós hoje gozaríamos a felicidade inefável de não sermos..." ( De Cartas de Inglaterra e Crónicas de Londres) Um mágico Natal a todos os que lerem, dias felizes com efeito.

quinta-feira, dezembro 22, 2005

A minha mãe mudou a posição das coisas da sala

The river of light A minha mãe mudou a posição das coisas da sala, é como se me tivesse mudado também, e eu gosto, mas não mudei verdadeiramente, as coisas são as mesmas, eu é que talvez tenha mudado porque estou consciente de que sou alterada todos os dias permanecendo sempre . Ao acordar, acordo sempre outra, alguém feliz ao acordar, e não sei o porquê. Essa felicidade vai-se desvanecendo ao longo do dia, culminando com a tristeza da noite, uma tristeza interesseira e antecipadora de uma felicidade plena que aguardo laboriosamente, a felicidade da manhã (aquela de há pouco). A minha mãe mudou a posição das coisas da sala. Agora há uma divisão aparente entre "jantar" e "de estar", e eu gosto. Gosto principalmente do facto do meu adorado sofá azul (aquele que depois de 15 minutos nos oferece uma ligeira e languida dor nas costas) ficar de fronte à janela. ... A janela que fica virada para Norte, o Norte que é tocado pelo campo, o campo que é beijado pelo verde, o verde que é lavado pela água da chuva, a chuva que vejo cair do céu como lágrimas de um Deus velho e cansado, um Deus que eu não vejo, não sinto, não falo, que não dá por saber que vai tirar, um Eu que crê na beleza da vida e na tristeza do Homem, um Homem que respira o ar compassado e necessário, todos os dias, até que o último chegue sem ele saber, porque o Homem nunca sabe e feliz é aquele que sabe que não sabe.

domingo, dezembro 18, 2005

Be careful with King

...It was the beauty that killed the beast...ou foi o facto de haver muito dinheiro para ideias pequenas?? E perguntam vocês: "Mas não é isso que resulta em Hollywood?" e eu respondo: "De facto é. Mas não quando se fala de Peter Jackson.". DESILUSÃO. Era essa a palavra marcada na minha testa quando saí da sala de cinema, exausta de três horas longas e devastadoramente massivas de King Kong. Sei perfeitamente quando um filme não me agrada, basta a caminho de casa eu não pensar nele uma única vez, foi o que me aconteceu. Só me lembrei do Kong agora que quero escrever sobre ele. Bem sei que o filme é um remake, mas a verdade é que continuo a achar que há algo que não resulta. Tudo acontece neste filme, lutas, amor( ou qualquer coisa que se compare), gritos (muitos), então e novidades?? O Kong é a novidade, e o polegar para cima do filme, está fantasticamente criado, e mais uma vez fizeram um bom trabalho no que toca a a gerar expressões facias naquele grande ser. Lembram-se de Gollum?? Devem ter sido os mesmo artistas, porque podemos sentir com o Kong o amor pela Ann, o isolamento na ilha e o sofrimento em plena New York, que diga-se de passagem está muito bem recriada. Acção há muita, pena é que as cenas na selva se prolonguem por mais de duas horas repetitivas, onde vemos não um, não dois, mas três T- rex que lutam com Kong, morcegos gigantes que também lutam com Kong, mais os homens do navio que levam a equipa nas filmagens que também lutam com ele, e pensamos nós: "Mas o Kong não tem amigos?", claro que tem! Um: a Ann interpretada por Naomi Watts, uma actriz apaixonada recentemente, alguém que sente que lhe falta ver, ter algo na sua vida e não sabe o que é...será o gorila?? Faz isto sentido?? É isto que eu não gosto em King Kong, não me parece real, as personagens são construídas pela metade, ficamos sem saber ao certo quem é Jimmy o mais novo marinheiro do navio, aliás existem muitas personagens que se perdem pelo caminho, ou porque sã0 comidas por algum ser fantástico da selva ou porque simplesmente desaparecem na espuma do guião. Peter Jackson parece repetir uma fórmula que não resulta a meu ver, 3 horas para Senhor do Aneis é totalmente compreensível mas não par King Kong, seres fantásticos também não se percebem muito bem, os seres humanos da ilha parecem soldados de Sauron um pouco mais velhos, parece até que reutilizaram cenários da trilogia, e neste caso há algo mais que se vira contra o feiticeiro sem ser o seu próprio feitiço, são os efeitos especias que são excessivos e que acabam por retirar grande parte da verosimilhança da obra, isto porque ainda não atingiram a perfeição esperada, e o público espera mais e não estabilidade, Jackson já devia saber mais depois de 9 horas de obra de arte( sem contar com cenas adicionais). Interpretação, não posso deixar de pensar em Jack Black que sobressai, ele é irritavelmente irresistível e penasativamnet apaixonante, não pr ser bonito...que não é, não por ser um herói, que também não é mas por ser o vilão ganacioso, símbolo da indústria cinematográfica da época que tudo fazia,não olhando a vidas humanas para atingir o seu sonho, tudo isto enquadrado numa New York em plena depressão, com pobreza por todos os lados, na qual os valores se perdem e o amor parece não ter lugar, a não ser no topo do Empire State building no qual o pôr do sol pode ser tão bonito como o da selva, porque o sol é o mesmo, o sentimento também, o que muda é que aqui as pessoas divertem-se com o sofrimento dos outros e só pagam 25 centimos por isso. Vejamos depois qual o veredicto dos Oscares.

quinta-feira, dezembro 15, 2005

E o Natal dos hospitais??

E pensemos no Natal... Quem não gosta de pensar no Natal?? Passamos todo o santo ano a pensar no Natal, os familiares que chegam carregados de coisinhas da Terra, os primos que não víamos há que tempos, os irmãos que se reunem depois da grande discussão por causa da fiação do carro, a papinha deliciosa que as nossas mães cozinham. A fartura à mesa, a árvore decorada com 1 mês de antecedência, o presépio ( que se for como o meu é composto por: uma ovelha, um burro, uma nossa senhora branca, um José que é nada mais nada menos que um rei mago e um mennino Jesus chinês - chamo a isto Globalização) e todas aquelas coisas bonitinhas, pequeninas e rechochundinhas!!! Mas o Natal são dois dias e a vida três!! E culpem-me mas eu gosto do Natal, não me venham com as estórioas do consumismo, e da hipocrisia e afins. Sinceramente acho que o Natal é das poucas coisas boas criadas pela nossa religião. Tudo bem as pessoas não se lembram dos mendigos no resto do ano, não se lembram da fome em África nem dos milhões de famílias vítimas de guerras que não as suas e que vivem em perfeito estado de miséria. Mas pelo menos lembram-se no Natal e é para isso que ele serve, para que as pessoas muito más ou simplesmete aquelas mais "esquecidas" não o sejam pelo menos uma vez em todo o ano. Imaginem agora a tristeza frustrante que seria um ano sem Natal, sem o já tão repassado Natal dos hospitais ou episódio do Mr Bean and the Christmas na RtP 1?? O natal dos hospitais é um marco na nossa televisão, ver toda aquela alegria nos doentes acamados e ligados ao soro a ponto de quase apanahrem uma pneumonia só para verem o Marco Paulo!!! É Natal é a tradição...e o nosso gosto em ver que existem sempre uns piores que nós, o Natal lembra-nos isso faz-nos também recordar de que o mesmo nos pode acontecer a nós, por isso o melhor é sermos de facto bons un para os outros. Até o Mr Bean que é o britânico mais triste alguma vez criado em televisão ama o Natal e nós pobres mas sortudos mortais rimos da sua solidão::: o Mr Bean é aquele senhor que envia cartões de Natal a si próprio, oferece olhos ao seu único amigo e recebe uma única prenda de Natal: o seu parzinho de meias!! Não é tudo isto triste?? E não ficamos nós logo com muita vontade de festejar a época, de dar, de sorrir, de comer, de chorar, de recordar, de ajudar?? Que seja pelo menos uma vez no ano todo. Que seja pelo menos no Natal. Párem de dizer que o Natal é comércio, porque os senhores que vendem na rua, não jantavam se não fosse o nosso Natal consumista...se pensarmos assim já não somos tão maus pois não??

quinta-feira, dezembro 08, 2005

Escravidão

"...Agora, és o rio e as margens e a nascente; és o dia e a tarde dentro do dia, e o sol dentro da tarde; és o mundo todo por seres a sua pele..." José Luis Peixoto, Morreste-me E não é reconfortante imaginar que a noite pinta um quadro para apreciar pela manhã? E não é apaziguador saber que o frio que sentimos nos relembra o quanto estamos vivos? E não é angustiante pensar que nunca penso nisto? Hoje fazia frio de manhã e eu pensei. Ao fazer o meu caminho habitual, parei por um instante para admirar os galhos das árvores que choravam lágrimas cristalizadas sem sal ... como me comprazi na dor daqueles seres, a minha alegria é a sua tristeza. Olhei a erva orvalhada de uma brancura esverdeada - pura magia! Senti o vento nos olhos e nos lábios que fechei ao mesmo tempo, esse vento cortante e arrepiante, esse vento sussurrador de silêncios, pareço estar a ouvi-lo agora...................................................................................................................... (Estranhamente) esta tela que devia ser pintada um dia nunca desaparece, mas eu só a vejo, a vi, hoje, ontem , amanhã...E quero lá voltar. Quero sentar-me na relva. Ouvir o que o vento tem para me contar. Perceber como é que os pássaros ensaiam aquelas coreografias voadoras por entre as nuvens. Ai! Como quero voar para nunca mais voltar. Porque eu volto todos os dias. Sigo o meu caminho sem medo, porque ele espera por mim numa doce indolência. A noite, essa deusa agora exclusiva dos românticos, foi outrora minha escrava, hoje, ontem, amanhã, a escrava dos meus sonhos, a minha escrava fazedora de paz que me abandonou, deixando-me apenas a paisagem da manhã, os seus restos mortais, como se a noite morresse todos os dias com o nascer do Sol. Amanhã volto seguramente.

quinta-feira, dezembro 01, 2005

Everything will change now!! (possíveis spoilers)

Regra número 1: Nunca gerar grandes expectativas relativamente a um filme ou a qualquer outra coisa que seja. Estejam cientes de que a nossa mente é demasiadamente grandiosa para se contentar com aquilo que a mentes dos outros são capazes de criar. Foi assim que na passada semana corri às salas de cinema para ver o novíssimo Harry Potter e o cálice de fogo, e claro desiludi-me. Acontece sempre com as adaptações ao cinema, lemos e sonhamos tão alto que depois na tela o sonho é esquartejado e ficamos com aquela leve impressão de que não foi exactamente aquilo que li!! Também não se pense que é tudo mau, não, pelo contrário, este é o melhor filme da saga ( também não era dificil fazer melhor). Faltam coisas como sempre, o pior para mim é sermos privados de ver o Harry a sofrer às mãos dos tios Dursley; os actores não estão maus, cresceram, individualizaram-se no grupo, não fosse só a pequena Hermione um pouco histérica demais para o meu gosto. Outra coisa que não entendo é como é que a relação de Harry com Dumbledore é uma coisa nos livros e nos filmes é algo tão fria e distante, tudo bem que os actores são ingleses mas é preciso calor humano, já que até este ponto da saga Dumbledore é o que de mais parecido com um pai que Harry tem (a relação com Sirius vem mudar isso), deviam pensar melhor nisso no próximo Harry Potter e Ordem de Fénix, o meu preferido depois do prisioneiro de Azkaban... Quem tiver pequenada watch out! este filme é muito mais dark que todos os outros, mais sombrio, o Voldemort é terrível e maravilhoso ao mesmo tempo Salve Ralph Fiennes, e Snape continua a ser o meu professor preferido embora Moody esteja estupendo e a sua caracterização muito bem conseguida com o seu olho louco!! Os cenários são desta vez menos "Hogwarts" que nos outros filmes, sendo muitas das cenas filmadas nos exterior, mas também muitos credíveis. Este filme inova , não tanto como em Azkaban mas de um modo ainda mais assustador. Quanto a Daniel Radcliffe, bem ele é Harry Potter, não há nada a fazer, era um erro fatal trocá-lo neste momento, por mal ou bem que faça vai ser sempre Harry, e por mim ele fá-lo muito bem( não estou a ser irónica). Esperemos que no próximo filme a sua faceta de adolescente em turbulência se manifeste positivamente e ele consiga a aclamação da crítica, que lhe vai fazendo falta, porque os milhões de libras ele já conquistou... Por isso já sabem, se são fãs e ainda não viram, vão com algumas reservas, para se poderem deliciar com a obra, que são 2 horas e tal bem empregues sim senhora. Só vos peço que limitem um pouco as vossas capacidades imaginativas, só para que não saiam da sala e digam :" Tanta coisa para isto!!" É tudo uma questão de perspectiva. Ah é verdade e não atendam telemóveis na sala!! Para mais visões interessantes de filmes visitem: http://www.zoomlight.blogspot.com

quinta-feira, novembro 17, 2005

Lembrar

E se eu disser que sou o que sinto? Se sinto medo, sou medo. Se sinto fome, sou fome. Se sinto amor, sou amor. Se não sinto, não sou? O mundo que crio é a minha realidade, os outros só a percebem quando nela entram, limitam-se a vaguear que nem simples sombras e : "Louca"- dizem eles, não sabendo eles que é mútua a loucura que se prolonga nessa estranha linha que nos une. São eles meras marionetas que manipulo com o meu fio de pesca e que retiro de cena no momento em que deixo de precisar deles, e se os mato não é por não gostar deles (pois gosto mais do que imaginam) é porque a sua ausência magnifica a minha gratidão, ou então é simplesmente porque já não fazem sentido, já me ultrapassaram. Faço-o sabendo na inconsciência das minhas premeditações que também eles criam, manipulam, riem, matam...matam-me. Será que não me podem deixar em paz? Claro que não. Porque eu nunca os deixo. Quero dormir tenho tanto sono. Não me lembro do início e foi há tão pouco tempo. Mas o tempo é corpo, porque é o corpo que sente o tempo, e o meu corpo quer descanso, quer não pensar na criação...esse monstro no armário da roupa velha do criador, esse dador de almas. Com isto pareço ser infeliz, mas não. Sou tão ou mais feliz que os outros, aquilo que me separa é o facto de eu me lembrar. Sinto felicidade, sou felicidade. Lembram-se?

sábado, novembro 12, 2005

China clowns

Based on an almost true story: " Hi. My name is John. I'm 50 years old and this is my first time here, in this therapy group. Well, when I married 25 years ago, I never imagined things would get so bad. I'm not speaking about my job, nor about my wife's chocolate cake, which is terrible, just for the record, nor about my kids who refused to to their Philosophy homework because they go against their Socialist ideas. No. What happened was that when I agreed to marry my present wife, I simply ignored those 18 giant pasteboard boxes that she brought home. The word "FRAGILE" written on them also in giant words didn't catch my attention at all, and those were the boxes that would change my life forever. Crystal glasses! I thought. ..it's always good to have glasses, and if they're crystal. Lucky me! Dead bodies?! Why not? At least I would have some fun...for a while. No. ORNAMENTS. My wife is a compulsive ornament collector, and I am the one who is here. Name the collection, she owns it. "The one hundred and one plates of the royal family", she bought them. "The seventy seven Russian dolls", she bought them. "The eighty eight handamade China clowns", well there's one to complete that collection, oh Thank You Lord! And she even has the nerve to say:" Honey, the kids love my collections!!" Yeah right! And I say to her: " Honey, "the kids" are seventeen, they're probably communists, so they must just love China clowns. And my friends, do you know who cleans the dust off those collections?That would be me. I'm the man who spends all his Sunday mornings cleaning the dust off those China clowns and whathever!!!.... Why on Earth didn't I pay attention to those 18 boxes when I had the time? Because if I had...if I had, they would have probably have...accidently fallen out of our window. Thank you all for listening. I feel much better now." Monolgue by LG

sábado, novembro 05, 2005

O inexistente Dalí nos EMA 2005

Foi no passado dia 3 que Portugal se fez passar por um dos "grandes", não é que o nosso país não o tente todos os dias, mas é que desta vez fê-lo à frente de todos, e pior do que isso, admitio-o em público. Acho muito triste quando figuras públicas vêm, portanto a público, dizer: " Portugal mostrou que também tem capacidades para esta e aquela"...ah tem?? Então se tem, vamos a fazer as 'ditas' coisas e não ficar à espera que os outros nos venham dizer "menino bonito" e afagar-nos o pêlo...tomemos as iniciativas, lutemos com as nossas armas, (eu sei que são poucas e made in China) mas pelo menos vamos...não tenhamos medo de nos agregar astuciosamente aos gigantes porque se eles o são devem-nos a nós ( "porque nos dominam", diz o inteligente), mas nós precisamos dos mestres, e só é grande aquele que excede o seu modelo já dizia Aristóteles no tempo em que os prémios MTV ainda exibiam artistas com máscaras em vez de operações plásticas tapadas com óculos Dior com lentes gigantescas...aqueles da moda!! Não foi um mau espectáculo, não senhor, mas pareceu-me como hei-de dizer...uma lágrima perdida na imensa chuva. Sim é isso. Os artistas, para variar, pareciam menos interessados em actuar do que em promover os seus últimos trabalhos...ouvi o título do cd da Shakira aí umas 10 vezes e o quanto ela estava contente em cá estar e como os portugueses são bonitos.... Espanquem-me! O espectáculo começou com uns largos minutos de atraso à la bonne mode du bon Portugal, e os prémios pareciam ser recebidos como mais uma banalidade do showbusiness. Devo admitir que gostei da apresentação que coube a Borat, o pivot do Cazaquistão, que numa época como a nossa parece-me uma crítica bem mais inteligente e interessante do que a feita pelo Jared Leto na sua apresentação numa de actor jovem, e por isso rebelde, que só o fez porque está a milhas do seu país natal, onde o Bush está longe de adivinhar o que é se passa na cidade espanhola Lisboa...só se algum empregado do empregado da White House que é filho do filho que era casado com a filha de um tal Ferreira o disser ao senhor, enquanto lhe apara um charuto cubano, que a este o Fidel não lhe pôs as mãos. Borat representa bem melhor o mundo daqueles que vivem na miséria porque os outros lá no fim do mundo assim o desejam, não tendo eles nada a ver com uma coisa chamada poder porque nunca a possuiram, sendo eles apenas leves carnes para canhão, carne a viver num tempo errado, num local deslocalizado. Eles são apenas o produto de um mundo humanamente entristecedor e ganacioso. Não haviam eles de querer fugir do seu país natal numa avioneta amarela em direcção a Tires. Torturem-me com ácido! Quanto a performances, bem não há muito a dizer...ou haverá?? Se tivesse que eleger uma, seria Foo Fighters, que não são o MEU grupo mas estiveram bastante bem a meu ver. A eterna Madonna, e eu aprecio muito a senhora, como não está em época de tournée ainda não aqueceu o corpinho, por isso dou-lhe um desconto, mas ficou far far away das minhas expectativas. Portugueses, portugueses...cadê?? Só mesmo os encarregados de limpeza e uns gatos pingados no público. Era no mínimo surreal encontrar descendentes d'El rei D. Afonso Henriques a defender o seu território valentemente. Uma actuaçãozita... afinal quem é que ía ligar? Se por muitas vezes nem mesmo nós permanecemos no mesmo canal onde eles estão, havia de ser os outros...era então não era... A malta queria era Robbie e este e aquel'outro, os portugueses no palco íam destoar o cenário, como acabaram por fazer no final aquando da entrega do prémio portugês. Uma actuação portuguesa era para a esmagadora maioria do público estrangeirado como dar Dalí a neoclacissistas!! Era desequilibrar todo um sistema já de si, tão pobremente estruturado e era vê-los a fugir do olho visionário. Sirvam-me cianeto num copo alto! Mas como já disse, Portugal ainda não é aquele destino. Um dia quem sabe?? Vamos pensar que sim. eu quero pensar que sim, para quando for velha não ser uma exilada ou pior, uma emigrante toda saudosista do mau que afinal era tão bom!! Queria antes dourar a minha velhice numa quinta em Sintra sentada na minha cadeira de Balouço em pleno Outono a mirar as folhas caídas das árvores a jogar à apanhada numa roda viva.

quarta-feira, novembro 02, 2005

Entrevista de emprego

Primeiramente perguntam:"Como está? Prazer em conhecer!" bla bla bla, mas eis que começam as perguntas traiçoeiras.... - "Então e você (vamos sublinhar o você ao longo da conversa) tem experiência neste ramo?" - "Bem claro que sim", quem é que neste mundo respondia numa entrevista de emprego não ter qualquer tipo de experiência (mesmo que não tivesse) se quisesse trabalhar num banco??? - E em que banco? - Portanto num banco que por acaso fica aqui na zona...mas o ambiente sabe,não era dos melhores, achei que estava na altura de mudar de valores...percebe?" Nesta linha a entrevista cotinua num modo calmo mas fascinantemente ritmado. - "E diga-me quanto é que gostava de ganhar?"-Quanto é que QUERO ganhar??!! Devo dizer que esta é A pergunta, aquela que me mata. Quanto é que EU QUERO ganhar??!! Bem estamos num banco não estamos? Até quanto está interessado em gastar com uma competente e EXPERIENTE funcionária??!!- pensei eu. Nesse momento respondi numa voz muito profunda e quase honesta: - "O dinheiro não é importante senhor, o que eu QUERO é fazer parte de um grupo tão importante como este." O entrevistador vidrou os olhos em mim de um modo estupendamente dramático ( ou seria ironia?) e perguntou: - "Você está disponível?" - Nesse momento devolvi o mesmo olhar dramático( para ele não pensar que era o único que o sabia fazer) embora cá dentro estivesse com uma vontade de rir desbravada, porque estava a tentar pensar numa única pessoa no mundo que se dignasse a ir a uma entrevista de emprego sem estar propriamente disponível, quem é que faz isso? Serão muitos e eu não sei, andarão eles espalhados pelo país a comprar jornais na esperança de que as páginas centrais possuam algum quadrado mialgroso que possivelmente irá pagar a luz, a água e a renda que por acaso já estão em atraso??... Talvez este entrevistador estivesse habituado a falar com pessoas INDISPONÌVEIS NO MOMENTO. Então eu respondi: - "Estou disponível no momento.", e rematei com um belíssimo "claro". Enquanto o senhor falava sobre o banco, a competência, o rigor...comecei a pensar que ele nunca mais se despachava e que eu tinha que estar na pizaria ás 10 para começar o meu turno. -"Nós ligamos." disse ele. "Ligam?" pensei eu?? Isto foi há 2 meses, e eu continuo a trabalhar na mesma pizaria, o telefone não tocou, às vezes o rigor não se aplica, o exemplo vem de cima mas cai ao trambolhões, se calhar mandam-me uma mesnsagem escrita ou assim... No fim disto tudo fico com a ideia de que o banco e a pizaria não são duas coisas muito distintas, é que ambas sobrevivem do mesmo: Dos pobres. Com sorte o pobre vai ao banco, deposita o ordenado na conta e 95% é gasto na prestação do empréstimo - o banco sobrevive- e seguidamente com os 5% pensa onde os vai gastar enquanto se refastela com uma fatia de piza aviada pela minha pessoa. É um ciclo como qualquer outro.

domingo, outubro 30, 2005

Sangue

Il sangue di Cristo, Bianca Maria Romano Leio as palavras dos outros e percebo o quão livres não são. Quero tanto escrever, ser livre como elas, ao falarem-me aos ouvidos, ao sussurrarem-me lamentos... E eu escuto-as. As pessoas, essas gritam-me mentiras: " É verdade!" juram elas. Mas eu sei o que sei, e não me engano, e as palavras voam para longe. Regresso a mim, tenho pressa em acabar. Quero cantar mas sinto-me amordaçada. As minhas asas colaram-se uma na outra e conspiram abraçadas contra mim, contra mim que lhes dei vida. Foram elas quem raptram as palavras, as palavras que não são minhas, porque são livres, e elas soltam-se porque não passam de palavrase para elas é fácil. Mas como são fortes! E as asas, essas sim minhas, como são fracas! Ao acabar, isolo-me confusa no meio dos outros. Perco o chão, sufoco no ar que os outros respiram. Afogo-me nas lágrimas que não choram por mim. As palavras que voltaram, agora livres, escorrem para o papel como que meu sangue sejam. Sinto-me engradecer na minha fraqueza... o mundo fecha-se. Amanhã volta a força, com novo sangue, o sangue que é meu, meu e das palavras.

quarta-feira, outubro 26, 2005

Alice

Alice angustia, revolta, sufoca, entristece, diminui-nos. Faz-nos perceber porque é que as pessoas são mais do que pessoas, são muito mais do que isso, são parte de nós e se desaparecem, então também nós desaparecemos. É sem dúvida uma experiência dolorosa assistir a Alice, muitos daqueles que já se confrontaram com a dor da perda de um filho cruzam-se com todos nós todos os dias, no metro, no comboio, nas 'casas de sandes', na rua. Nunca percebemos a sua dor simplesmente porque não vemos essas pessoas, limitamo-nos a olhar e a passar porque temos mais com o que nos preocupar...daí a nossa surpresa quando uma criança nos olha e nos sorri aparentemente do nada, mas a criança sabes porque é que o faz, nós é que já perdemos essa delicadeza pura. A perda de um filho é a maior dor que alguém pode sentir (não duvido), pior do que isso é a incerteza... porque perante a morte nada mais podemos fazer a não ser recordarmo-nos todos os dias dessa pessoa mantendo-a viva aos nossos olhos, mas não saber se ela 'partiu', se ela respira, se ela ainda sorri, dor maior não deveria ser humanamente suportável. Alice fala sobre a ausência, a perda - de si mesmo- o silêncio, os tempos mortos, as acções mecânicas inatas do ser obsecado(se me é permitido falar nestes termos), as tentativas, as desilusões, as frustrações, o medo da verdade, a esperança no reencontro, e sobre o inverno desolador que reina os nossos corações. Desde o início sabemos qual o desfecho do filme, infelizmente são poucos os casos que terminam com um sorriso na cara daqueles que procuram incessantemente por algo que ninguém (nem Deus- para os crentes) deveria ter o poder de os privar. Alice desapareceu a 17 de abril de 2003. Tinha cabelos encaracolados castanhos claros (como os do pai) e vestia a bata do infantário por debaixo de um casaco azul.Desde esse dia nunca mais foi vista. Inês Batarda é simplesmente fantástica, ela é a mãe da sua menina qua passa os seus dias num estado de completa apatia agora que perdeu qualquer vontade de viver ou amar. Nuno Lopes é o pai de Alice que é também um actor, que através da sua profissão escapa ao drama da sua vida, sendo o palco o seu refúgio e local onde recupera as suas forças para mais um dia de rotina na sua busca solitária na grande Lisboa, com a juda de pessoas que instalam as suas camaras em pontos estratégicos da cidade, 'fazendo o que podem' na busca, de forma relutante ou até despreocupada...é que eles não acreditam. A banda sonora acompanha a obra de forma magestral, cada nota de piano é como que um passo deste desolado pai, ou um suspiro da mãe, ou um baixar de olhos de um comum peão...O azul chamou-me a atenção, é que além de tudo isto Alice é ainda ums obra visualmente fascinante, como se a qualquer momento o écran pudesse ser invadido por uma queda de água apaziguadora, que nunca chega. O azul predomina. Os ingleses dizem estar 'blue' quando estão tristes. A água ao reflectir o céu torna-se azul. A multidão é cinzenta, ou será azul? O casaco de Alice era azul. Vi Alice não como um simples filme, mas quase como se estivesse a ler um poema, ou melhor um hino cantado a todos aqueles que sofrem em silêncio por causa de um acto tão cruel como levar algo que não é seu, sinto que as minhas palavras não chegam para explicar o que sinto, é que sinceramente não consigo perceber. Só sei que a vida deixa de fazer sentido. O mundo deixa de rodar. A incerteza apodera-se do nosso espírito...espiríto??Acredito que a dor ultrapassa essa barreira, dilacera a carne,faz o sangue deixa de correr. Ficam palavras por dizer, o amor incindicional que une as pessoas não consegue cortar o véu negro da dor, que ele é tão bem costurado que faz a menina Alice perder-se num outro mundo(não o das maravilhas), regido pelo vazio,pelo silêncio... Mas o Amor é só um sentimento, não traz ninguém de volta e a vida continua. Alice agora é passado para os outros, e constante para aqueles que amarão sempre a menina dos seus olhos. As duas cenas finais do filme decidem-no( se é que ele não estava já decidido desde o primeiro segundo...), a escolha é feita: procurar Alice ou viver? Para Lewis Carrol a fonte secou, mas a vida, essa subsiste, Alice também.

sexta-feira, outubro 14, 2005

O que conta é a beleza interior

O Homem é seduzido pela beleza, sempre o foi desde o mais remoto dos tempos. A beleza é dificilmente explicável bem o sei, porque não se resume a uma beleza. Fazemos a distinção tão comum nos nossos dias entre a física e a interior, o que o Homem não sabe é que a beleza física é vísivel, palpável, apreciável... limitada, mais limitada do que muitos imaginam. A outra , a chamada interior, essa nunca se corrompe, não se extingue. Consegui até perceber que a interior tem ainda outra faceta incrível, é que como poucos sabem, a beleza interior irradia, tem uma luz própria, não se importa de partilhar. A beleza física é egoísta como poucas, fecha-se atrás de uma porta de metal e grita "É minha, minha e não tua!", tira tudo e não deixa nada. A interior torna os outros bonitos, arranca-lhes sorrisos, fá-los felizes. O nosso erro é querermos o imediato na palma das nossas mãos, queremos a beleza mais visível que conseguirmos porque não temos tempo para a outra, os outros que se preocupem com eles próprios. No fundo é como a estória da Rosa e do Rouxinol...ele cantava maravilhosamente e não suportava a dor dos que sofrem por amar, ela a rosa, queria-se vermelha e bela, vermelha de sangue e bela de amor. O rouxinol cedeu, cantou uma última vez enquanto dava cor à bela rosa, mas aqueles que se amavam deixaram de o fazer, e o seu esforço foi em vão. Os amados separam-se, o rouxinol morre ao deixar o espinho da rosa cravar-se no seu coração, dando-lhe todo o seu sangue. A rosa fica vermelha do sangue do rouxinol, a rosa vermelha é esquecida e deixada na lama de uma noite escura de Inverno, porque o rouxinol morreu ao dar-lhe beleza. A rosa que era vermelha, fica sozinha. Bela mas sozinha. O mundo é mais do que aquilo que os nossos olhos conseguem ver. O mundo só começa realmente quando fechamos os nossos olhos.

sexta-feira, outubro 07, 2005

Parabéns maninha

Nem sempre é fácil escrever sobre de quem se gosta, principalmente quando se gosta muito e quando essa pessoa é uma das principais da nossa vida. Sabes que és!! Se fosses actriz escrever-te-ia um argumento arrebatador para que brilhasses numa luz poderosa e só tua, mas primeiro teria que ter o dom da escrita e a imginação de uma poetisa para criar um belo poema digno de ti. Serias talves uma femme fatale, não, não que digo eu... Serias uma deusa do Olimpo, daquelas que encantam o chão que pisam, enfeitiçam os seres para que só para ela eles olhem, possui a bondade de poucos neste mundo e voa sobre o mar calmo, mas é nesse momento que um golpe do destino rasga a barreira do divino uma última vez ...(porque a esse nem as deusas escapam...) o mar revolta-se, a tempestade é sentida pelos pescadores que puxam os seus barcos para a areia, um relâmpago encadeia o horizonte, o trovão, esse ensurdecedor vilão condena as asas da deusa, ela cai no mar. As ondas devolvem-na à terra, os pescadores exclamam que jamais viram semelhante beleza, a deusa olha à sua volta e percebe que as suas asas cairam e já não é eterna, mas não se importa, sabe que agora vai entrar na vida de alguém que a ama muito, de quem nunca se separará. A deusa esquece que foi deusa. A deusa esquece que foi eterna. Mas eu lembro-me que ela é eterna no meu coração. Eu lembro-me que a minha irmã é a deusa.

sexta-feira, setembro 30, 2005

O eterno rebelde

Fazem hoje 50 anos que o rebelde dos nossos sonhos nos abandonou. Nada fazia prever que a vida de um jovem, atraente, magnetizante e ultra talentoso iria ser tão curta e talvez tão duradoura nos nossos imaginários. Há gente assim. E felizmente são extremamente poucos. James Dean deixa um legado cinematográfico de culto bastante reduzido, tal como o número de dias que lhe foram possibilitados viver a vida. Entre eles Giant (terminado já com James morto), Rebel without a cause, East of eden, Harvest, e mais 2 ou 3 filmes...mais pequenos se é que me percebem.... Partiu para sempre de forma violenta num acidente de carro, tendo recebido apenas duas horas antes uma multa por excesso de velocidade, mas os dados estavam lançados, os deuses já reunidos em concílio e a sua vida a ser pesada na balança...os deuses devem ter pensado que alguém como ele devia ser eternizado assim, na sua maior perfeição, no auge(ou não) dos seus actos, e por azar divino ou não, o seu Porsche colidiu com um outro carro e o ícone tornou-se lenda, ganhando asas invisíveis e voando hoje no nosso mais profundo imaginário. Dizia-se que era algo petulante para com os outros actores, mas todos o admiravam, "era do carisma" diziam eles - chamem-lhes loucos!! Era excesivo, vivia intensamente, leu e amou o pequeno princípe, e condenava-se todos os dias com o seu inconfudível cigarro, imagem de marca e motivo de doença prolongada para todos aqueles que o passaram a imitar. Viveu apenas para ser reconhecido e ter consciência desse reconhecimento com o filme East of Eden, gozando pouco do seu enorme sucesso, merecendo uma nomeação póstuma ao oscar, a primeira a ser atribuída na indústria, e a segunda com Giant. Claro está que sempre que existe um ranking dos homens mais bonitos no mundo do espectáculo, Dean aparece de novo como se nunca o dia de 30 de setembro de 1955 tivesse acontecido, é o eterno adolescente que nunca nos abandonará, um ideal de beleza eterna também masculina. Uma combinação hipnotizante: o olhar profundo, o cabelo platinado naturalmente, o inconfudível cigarro, o look desmazelado e cuidado ao infímo pormenor...um verdadeiro trabalho de actor que joga com o que tem e dele tira o melhor partido. Milhares são as fotografias a que temos acesso, as minhas preferidas são as a preto e branco porque acho que recvlam algo de tenebroso sobre ele, algo que nunca ninguém descobriu, como se ele possuísse um qualquer tipo de segredo sagrado a revelar ao mundo, segredo esse que se silenciou com ele num grito abafado pela pressa de viver, é só pensar nas famosas fotografias tiradas em Madison Square, num dia chuvoso de inverno. Felizmente nunca o chegámos a ver desmoronar-se, a sua beleza jamais foi corrompida com o peso dos anos, o corpo jamais foi marcado com as cicatrizes da vida, o espiríto jamais foi aprisionado pelas leis do mundo. Como já diziam: James Dean...too fast to live, to young to die......

domingo, setembro 25, 2005

Wake up Donnie

A primeira vez que vi Donnie Darko não percebi nada. A segunda vez que vi Donnie Darko não percebi nada. A terceira vez que vi Donnie Darko percebi tudo. A mesma terceira vez deixou-me maravilhada. Este não é um filme simples de seguir ou compreender, mas de um determinado ponto de vista não é nada complicado, o segredo é deixarmo-nos levar pela mente de Donnie e pelos vários sinais que nos são deixados ao longo do filme. A existência do coelho tenebroso tem algo de Alice nos país das maravilhas, como uma personagem também ela enigmática, num mundo a ser desoberto pelas piores razões.E se nos recordarmos existe também um coelho interessante no mundo da Alice. É que aqui o dia do juízo final é anunciado com a maior das calmas como se fosse o próximo passo a dar na nossa longa caminhada pela existência terrestre. Não quero contar muito sobre a obra, iria estragar a surpresa das surpresas e iria deturpar certamente a visão do público, pois a imaginação aqui é rei e decisivamente imprescindível. É injusto dizer que o filme é x e percorre o caminho y e vai ter a z. A piada é exacatamente divagar pelo universo criado e no fim discutir com os outros os vários aspectos que moldam as máscaras do roll de personagens que desfilam em acções paralelas que só se tocam porque o destino é implacável e o desenvolver da acção remete para a fatalidade dos actos falhados. E não vale a pena querer mudar o decurso dos acontecimentos. E não vale a pena lutar. E não vale a pena saber que viajar no tempo é possível. E não vale a pena porque qualquer criatura humana neste mundo morre sozinha. É curiosíssima a forma como nos é mostrado que a acção do filme decorre nso anos 80, quer seja pela banda sonora, pelo guarda roupa, pelas referências culturais e políticas ou simplesmente porque se o mundo acabasse nos anos 80, a nossa existência de lá para cá simplesmente não o é. Talvez seja essa a crítica da obra, dizer que a cultura morreu com o culminar dos anos 80, que nada nasceu desde então, e que nem sequer somos capazes de nos reinventarmos. Mas porquê um coelho? Se fosse uma ovelha a pergunta seria feita na mesma, qualquer que fosse o animal...a vida é feita de escolhas, e aqui um simples coelho, aquele ser adorável é nos entregue de forma assustadora e quase anedótica, fazendo-nos pensarmos duas vezes antes de nos rirmos do Bugs Bunny. Um conselho, se ainda não viram Donnie Darko vejam-no como se fose ver um filme de David Lynch, lutem com as outras pessoas que digam: "Ai! Não é nada disso que estás para aí a dizer..." Quem não gostar deste tipo de desafios cinematográficos, nem vale a pena aventurarem-se porque aí aos 20 minutos do filme desligam o leitor de dvd ou então será possível percorrer com lupa o caminho da vossa baba, que vai directamente do canto inferior direito da vossa boca até à extremidade superior da almofada do sofá da vossa mãe!!

A Cinderella no masculino

Então não é que o regresso de Russell Crowe dá-se através de uma personagem à semelhança e imagem daquela que lhe deu um oscar há 4 anos?? Em Cinderella man a verídica personagem de Jim Braddock é interpretada pelo senhor que é já um lead actor em Hollywood, para muito do meu descontentamento... Já sei que é bom actor, é um líder nato, não tem medo de usar os punhos(dentro e fora do cenário), mas daí a faça o que fizer a palavra oscar soar que nem um sino na manhã de Páscoa...tenham dó!! É que nem versatilidade se pode dizer que seja o seu forte...ou muito me engano ou personagens que têm tudo,batem lá no fundo e depois regressam no seu melhor, acho que já o vi fazer isso vezes a mais. Longe vão os tempos em que Russell interpretava um vilão como em 1992 com Romper stromper ou sei lá,uma personagem mais ambígua como em L.A Confidential( o seu melhor filme a meu ver), com isto não me esqueço do brilhante The insider, mas acho que ele quando escolheu esse filme nem sabia muito bem no que é que ia dar, mas o senhor precisava de trabalhar. Falando menos dele e mais do filme em si, o Russell não está mal, longe disso, mas os aplausos vão seguramente para o forte desempenho da Renee Zellwehger e do brilhantíssimo Paul Giamatti...façam vénias não se acanhem.Gosto tanto deste actor como de John c Reilly, parecem aqueles actores talhados para papéis secundários, elevando os filmes a níveis esplendorosos!!! O cast infantil também merece aplausos, os filhos do casal Braddock é excelente, apelando á ternura do público e ao riso momentâneo. Este é para mim,de longe o melhor filme de Ron Howard. A banda sonora que percorre a obra é envolvente e segura, a recriação da época é bastante convicente, espelhando bem a mágoa e sofrimento daqueles que atravessaram a maior crise económica que os EUA jamais abraçaram com a queda da bolsda de 29. Não se pode dizer propriamente que este seja um filme sobre boxe. É mais do que isso. Vai bem mais longe. È muito mais um drama(um pouco lamechas demais, mas que resulta)familiar e pessoal, por parte casal Braddock,que se vê privado de bens essenciais e por breves momentos angustientes daqueles de quem mais amam na vida. As cenas de luta são bastante credíveis, com coreografias muito estudadas, sendo o combate final uma veradeira pérola, não sendo na minha opinião nem muito longo para que nos aborreçamos mas também não muito curto para que nos saiba a pouco. Cinderella man é um filme não sobre luta por um título como em Million dollar baby, mas uma luta bem mais difícil, um luta pela sobrevivência num mundo esgotado e a precisar de um verdaeiro herói. Não se trata de provar nada a ningúem,nem mesmo a si próprio, mas sim de luta para sobreviver, ganhando forças através da lembrança daqueles que ama e nos sorrisos dos mesmos por breves instantes que sejam. Os momentos de humor casual pautam também ao longo da narrativa sem nunca fazer esquecer que este é daqueles filmes que se levarem um lencinho, melhor! Não sei explicar bem, mas embora tenha gostado há qualquer coisa no filme que não me convence e que não me deixa completamente satisfeita, digo isto porque vejo em todo o lado o Oscar como promessa indispensável e realmente não percebo tamanho entusiasmo. Se o filme fosse assim tão bom, o público teria sido bem mais fiel, mesmo sabendo que estreou numa má época nos EUA. É esperar por Fevereiro quando forem anunciados os nomeados, mas não me surpreendo nada se os nomes forem os que encabeçam este cinedrella. O meu voto vai para Paul Giamatti e... Paul Giamatti, e fico por aqui...

quarta-feira, setembro 14, 2005

O código como ilusão das massas

Foi com alguma náusea e sem nenhum tipo de entusiasmo que me prestei a ler O código de Da Vinci de dan Brown. Consigo perceber perfeitamente o fascínio de milhões por esta obra, porque inova, propõe, gera controvérsia...e como gostamos disso. Os que se enfeitiçam pelo código são aqueles que pouco ou nada sabem sobre o(s) assunto(s) tratado(s). O próprio autor afirma que todos os factos históricos são verídicos, bem como descrições de obras, locais e instituições, o que aguça ainda mais a curiosidade dos demais. É sabido que o mistério/tema central já serviu de base a centenas de livros que se vão empoeirando nas estantes das livrarias mais aclamadas, livros esses de História, Religião, Simbologismo, Antroplogismo, Mitos, Lendas...o grande problema desses livros é que não são romances. Atenção, o código também não o é,mas para lá caminha. Outro facto que retira mérito à obra é claro, o número astronómico de vendas, porque já se sabe o que vende não é considerado culturalmente, porque se vende é porque agrada ás massas, e essas, na pobre visão de muitos são estúpidas. Dan Brown pega naquilo que mais questões levantou e levanta no mundo ocidental, a sua própria religião que consdtiui o maior enigma para todos os crentes, pois a meu ver os cristãos devem ser os únicos crentes que não sabem no que creêm... O código lê-se bem, é acessíevl a qualquer um que se preze, possui a dose perfeita de fantasia, suspense,acção, humor e enigmas que fazem brilhar os olhos dos leitores mais compulsivos..é vê-los no metro, nas filas nos carros, nas camionetas, nas filas do correio, na praia, nos cafés. Todos estes leitores ficam maravilhados ao verem Leonardo da Vinci e a sua obra a esconderem o maior mistério da nossa cultura: digam lá se não é perfeito??!! A razão pela qual todos os que congecemos já term lido o código, ou conhecerem alguém que já o fez é simples: A esmagadora maioria das pessoas conhece muito pouco de Arte, se já tiveram a honra de visitar o Lovre( como as odeio...) talvez o tenham feito a correr com o único intuito de ver a bela da Mona Lisa para depois dizerem:"O quê era só aquilo??!!" e voltarem ás suas compras ou subirem a torre Eiffel. Estas mesmas pessoas nada sabem sobre Maçonaria,ou sobre grupos secretos, mal conhecem a sua própria religião,ou o conceito de seita, mas quando ouvem estas palavra mágicas faz-se magia nas suas mentes e devoram o seu novo manual de discordância. Muitas foram as noticias lidas nos jornais sobre a "guerra" entre o Vaticano e os defnsores da obra, e isso claro faz subir as vendas para regalo de Mr Brown, que pouco ou nada se pronuncia sobre a dita "guerra". Toda a gente gosta de controvérsias, de desdizer o que é sabido, de pensar que há sempre alguém que os engana e por isso a vida não anda para a frente e o mundo não vislumbra a paz, como nunca o fez nem nunca o vai fazer: não faz parte da natureza do Homem, a paz que tanto ambiciona e que ele próprio afasta todos os dias da sua vida. Eu própria já ouvi uma discussão não muito acesa em que um dos intervenientes afirmou: "mas eu li no código de da Vinci!". E agora a adptação... Acho que não havia outra coisa na mente do autor que não a adaptação ao cinema quando escreveu o código, e já digo porquê. Ron Howard encarrega-se de realizar o filme, e devo manifestar já o meu pouco amor a este senhor, primeiro porque "adora" trabalhar com Russell Crowe que é de longe um actor tão bom como o afirmam muitos críticos, vejo-o apenas como bom actor num género, talvez a idade o venha a melhorar. Depois também não gosro de Ron Howard porque não vejo na sua filmografia nada que decisivamente seja brilhante, apenas o seu ar como produtor na série 24 em 2001 e pouco mais... Embora não goste deste senhor como já afirmei, consigo ver nele a competência necessária para seguir com este projecto. Uma coisa é adaptar uma grande obra literária,o que é árdua tarefa, outra é adaptar uma coisa que toda a gente já leu e por isso se sente tão ligada a ela, vai-se lá saber porquê... Quem já leu o livro repara facilemte que ao longo dos 105 capítulos o livro desenvolve-se rapidamente, sendo cada um dos capítulos grandiosamente pequenos. Muitos dos capítulos são facilmente lidos entre a paragem de Campo pequeno e Saldanha... Ou seja, o argumentista do filme não terá muito tarbalho, o livro parece ser escrito para ser adaptado em seguida, num minuto de película são facilmente "enfiados" 2 ou 3 capítulos que são meras descrições de pequenas acções, estados de espírito e acções paralelas aos dos heróis da obra. Por isso todo o livro pode fazer parte do filme, não serão precisos garndes cortes ou grandes elos de ligação. O grande trunfo de Ron Howard além do livro em sim tem muitos nomes: Tom Hanks, Ian McKellen, Audrey Tautout, Alfred Molina, Paul Bettany e ainda Jean Reno.. De certeza que a daptação sobrepôr-se-á ao original sendo tembém um êxito de bilheteriras. Quem já leu e gostou, vai ver. Quem já leu e não gostou, vai certamente ver. Quem não leu e por isso não sabe, vai ver para não ter o trabalho de ler o livro. Há gostos para tudo e por isso público mais do que o necessário. É esperar para ver e ir ao cinema, certamente.

terça-feira, setembro 06, 2005

Michelia Champaca

Magnólia: género de árvore em flor aromática. Este é o texto mais difícil que alguma vez me propus a escrever, é o que acontece quando gostamos demasiado de alguma coisa;ganhamos a terrível tendência para ver beleza em tudo...até em sapos esborrachados. Por achar este filme tão descabido e tão natural(ou não, como verão em diante)este foi um dos primeiros dvd's que adquiri a um preço apetecível. Quem o vê uma vez não o pode perceber na íntegra, e quem não tem paciência para o ver mais do que uma vez, rever capítulos, fazer "slow" em determinados momentos, prestar atenção a deixas, não vale a pena porque nunca chegará a nenhuma conclusão satisfatória.A histórinha de que "a primeira visão é que conta", aqui não enche estômagos vazios e ávidos de nutrientes. Primeiro de tudo: eu não percebo a minha vida, nem o mundo que me rodeia, Magnólia trata destes dois assuntos, logo toda esta incompreensão existêncial dá lugar a uma lógica bastante defensável. Magnólia não se propõe a fazer sentido tal como a vida não faz. E neste ponto tanto Paul Thomas Anderson como David Lynch partilham um estilo a nível de argumento,mas quem precisa de um fantasista Lynch quando temos um Anderson puramente humanista??!! Fico sempre fascinada quando alguém decide não fazer um filme centrado numa só história mas sim em muitas, ligadas por um fio condutor(imperceptível para os intervenientes). Se pensarmos bem nenhuma destas histórias tem que se ligar , nenhuma das personagens é motivada por uma qualquer força maior...não, aqui tudo se prende com decisões autónomas, o verbo chamado a prestar declarações é ESCOLHER, a vida faz-se de escolhas e elas conduzem-no por caminhos longos, sós e penosos. Podia ser tudo um gigantesco mal entendido, sabem como é : "fulano de sicrano conheceu sicrano de fulano e etc...", coisas acontecem, e não têm que ser explicadas com respostas plausíveis, ou justificações científicas que só nos fazem desperdiçar o tempo e a memória. Mas por outro lado , se quisermos encontrar razões para tudo...muitas situações podem ser exploradas(adiante). O medo é a porta que nos aprisiona. O passado é a chave, é nele que se encontram todas as respostas, dele remetem os nossos actos e irradia o nosso futuro: "Podemos cortar com o passado mas o passado não corta connosco". Neste dia de chuva ( primeiro de água propriamente dita e mais tarde de sapos), todas as personagens se cruzam, conhecem-se, ignoram-se e o mais importante redimen-se consigo próprias, com o mundo, com a vida e com a morte (essa que nunca se esquece de voltar). Por maior que seja o arrependimento, o mal já está feito, as feridas já sangram - não há reparação possível e o relógio tic-tac, tic-tac... Tudo é possível, aquele que só quer amar, "Eu tenho mesmo amor para dar. Só não sei onde o pôr.", aquela que encontro o amor fê-lo tarde demais: "sabe o que é dormir na cama com a morte?", aquele que se redimiu no fio da navalha, aquele que por ser o mais esperto carrega um fardo...e a história repete-se de trás para a frente, e de frente para trás...a incomprrensão tem destas coisas, ou estarei apenas a seguir o caminho mais fácil?? A chuva cai, o dia está no limite e as personagens encontram-se na sua maior profunda dor, este é o momento em que todas cantam (Wise up de Aimee Mann), elas dizem: " Isto não vai parar, por isso desiste.", este é o clímax do sofrimento e o inicio da absolvição que chega finalmente com a chuva nocturna. As personagens são todas tocadas pelo "trágico", a de mr Cruise na cena final é arrebatadora e brutal - perdoar não é esquecer - a solidão é demasiadamente dolorosa e é ele quem pede: " Não vás. Não vás." ao pai moribundo, aqui está uma das chaves de que referi atrás; se folhearmos as nossas empoeiradas bíblias sagradas e procurarmos no Êxodo versículos 8:2 podemos ler: " Mas se recusar deixá-lo ir, eis que ferirei com rãs todos os seus termos".( não estou a inventar nada) A chuva de sapos por mais estranha que pareça, não abala nenhuma das personagens verdadeiramente, assustam-se é um facto, mas a única que se pronuncia é Phil o enfermeiro bondoso e conciliador.A chuva significa uma prece atendida, uma absolvição. E não ficamso por aqui, 8 e 2 são dois números importantes, porque existiam 82% de probabilidade de chuva, e 8 + 2 são 10 o número de personagens em relevo na película. Ilógico? Arrisacamo-nos a ir mais longe? O menino rapper que salva Linda e tenta ajuadr o nosso polícia a desvendar um caso de homicídio ao cantar diz: " Eu sou o profeta. Quando tudo se complica deus faz chover..."arrepiados?? E mais, a arma que o polícia perde para seu desespero, aparece mais tarde nas mãos do mesmo menino que corre com ela não se sabe para onde, e eis que a arma reaparece...no final da chuva de sapos para felicidade do polícia, como que lançada dos céus. Confusos, ou é até tudo muito racional? A chuva cai porque "aconteceu mesmo" como diz o quadro, e " é uma coisa que acontece" diz o rapaz prodígio;se fosse teatro, eu apostaria em Brecht!!! Momentos aparentemente surgidos do nada marcam um dia crucial( não para o resto do mundo que não as 10 personagens), se calhar sempre que algo de grande acontece, chovem sapos, talvez nós não os vejamos, e sejam só visíveis para quem é/foi decisivo. Se calhar estão a chover sapos agora, e nós nem sequer nos damos conta, porque este é somente mais um dias das nossas vidas. Como diz o narrador: " Nesta minha modesta opinião há bizarrias a acontecerem a todas as horas. E isto continua sem parar.". Magnólia é delicioso, frustrante, arrebatador, incomprrensível...bem depende do modo como o vemos...é um espelho da vida,a correr numa encruzilhada destinada a recuperar um momento fugaz, aquele pelo qual esperamos todos os dias e que quando finalmente percebemos, sorrimos. "Ás vezes as pessoas precisam de serem perdoadas... Mas perdoar o quê?" Todas as expressões entre aspas e em itálico são traduções livres do argumento original do filme Magnólia de 1999 com Melinda Dillon, Tom Cruise, Julianne Moore, John C.reilly, Alfred Molina, William H. Macy, Philip Seymour Hoffman, entre muitos, muitos outros. Arevam-se a ver. o título deste blog, parece ser descabido mas não é, juro.

sábado, setembro 03, 2005

Delays e expectativas

Os fans da saga V for Vendetta ao que parece terão que aguardar mais um pouco pela sua estreia. Ao que parece a Warner bros está a ter alguns problemas com a película e numa de a melhorar atrasou a sua estreia que estava já anunciada para Novembro(presente no poster) próximo para o Março ou Abril de 2006. A escolha da data é questionável, porque normalmente estes "atrasos" acontecem porque é preferível que os filmes estreem em datas próximas a entregas de prémios e assim, acho que pelo menos vais a tempo de fazer a sua estreia mundial no festival de Cannes, deve ser essa a ideia. Só espero que agora não se ponham a encher o filme de efeitos especiais e telas verdes(miraculosamente ocultadas pelas técnicas mais avançadas) de modo a tornar o filme mais poético...e vamos também a ver se o filme não é estragado por demasiados pormenores, é que seria uma desilusão para os fans e um crime na carreira imaculada de Natalie Portman, que diga-se de passagem, ficou muito bem com aquele look à Miss Ripley (ver Alien )!! Outro que parece estrear em Outubro nos EUA é Elizabethtown, mesmo à porta da season dos oscares, o trailer é bastante apelativo como já nos tem acostumado Cameron Crowe ("Show me the money!" em Jerry Maguire), e se tiverem a oportunidade de ver o trailer extenso a circular na net no site oficial do filme atrevam-se é delicioso, ainda por cima ao som de My father's gun de Elton John, o site deixa ainda ouvir a banda sonora na íntegra, thank you a lot sir. The Constant gardener também já está a dar cartas no circulo dos críticos e parece ser um forte candidato á corrida aos oscares, principalmente ao nível das interpretações de Ralph Fiennes e da talentíssima Rachel Weisz, o filme é realizado pelo brasileiro Fernando Meirelles já conhecido pela sua incursão a Hollywood com o brilhante City of God. Foi para meu grande desgosto que assisti ao The island. Não vou perder muito tempo com este, já tinha reticencias relativamente a Michael Bay, agora estas transformaram-se em evidências, é que é mesmo muito mau.... Não inova em nada, já aquilo foi tudo exprimentado, não tem ritmo, o Sean Bean é o bad guy( para variar), a Scarlett está so far, far away da sua mestria interpretativa e o Ewan parece saído de um curso de actor tirado por correspondência. Sinceramente não recomendo a ninguém, ah e se estão numa de poupar não vão ver Monster in Law, não é horrivel mas não perde nada em dvd, e assim já são 8 euros que poupam em 2 idas ao cinema(isto se não tiverem cartão jovem ou de estudante). Se os querem aplicar em algo decente, vão à fnac e aproveitem as promoções, como o The crowe que vale 100 vezes o valor a que está a ser comercializado, é que é daquela obras primas a que ninguém fica indiferente e fica bem em qualquer estante. Ouvi dizer de fonte fidedigna que The edukators é uma obra prima, se puderem...

quarta-feira, agosto 31, 2005

And the blade runs...

Ao estrear a 25 de Junho de 1982,(1983 em Portugal no festival de cinema Fantasporto) Blade Runner não contou com as melhores críticas, pelo menos não nos EUA, porque cá a conversa foi outra. O público esse, sempre fiel às suas convicções e pouco preocupado com as opiniões dos senhores do cinema aclamaram-no desde logo, porque o verdadeiro público nunca é estúpido. Talvez este facto se deva à geração de críticos de cinema que se criava na época, deve tratar-se de uma crise de identidade pela qual os senhores passavam na década de 80, no final de contas essa é a derradeira década para muitos e muitas em que:" cause girls just wanna have fun!!!"(Go Cindy...) . Blade runner é um dos melhores se não mesmo o melhor o melhor filme de ficção científica feito até hoje, após o seu ano de estreia chegou mesmo a ser nomeado ao oscar de melhores efeitos especiais, mas na corrida ao prémio não ganhar não significa que seja mau, nunca esquecer esse pormenor e mais importante, por vezes ganha-se por razões mais obscuras que não a qualidade. A película é brindada com uma magnetizante banda sonora a cargo de Vangelis atingindo o seu expoente máximo no diálogo final entre Dukard(Harrison ford) e Roy Batty(Ruger Hauer), sendo a interpretação do segundo brilhante, a melhor talvez de toda a sua carreira. É incrível a facilidade que tenho em rever essa cena frame a frame, repetido com toda a calma que me é possível o diálogo final quase profético: "all those moments will be lost in time like tears in the rain..." e uma pomba branca voa, voa, não há imagem mais humanista que esta já dizia um professor meu de faculdade. Ridley Scott conseguiu com este filme uma proeza que poucos realizadores se podem gabar de conquistar, que é tornar um filme melhor com a idade, qual vinho do porto, que agurda o tempo necessário e as condições externas favoráveis à sua sábia apuração- é bem sabido que o que se vê hoje amanhã está desactualizado e daqui a 10 anos (e agora repito-me) they will be lost like tears in te rain...não dando qualquer fruto que popssamos colher proveitosamente. Consigo pensar em mais 2 realizadores por razões díspares que conseguiram o mesmo feito: Hitchcock e Kubrick com Psico e Laranja mecânica respectivamente, o primeiro porque mergulha nas profundezas do humanos num estilo freudiano e o outro por avaliar tão perspicazmente a humanidade do homem e da sociedade que ele criou ou criou a ele?? Nos dias de hoje em que o cinema parace tão uniforme, poucas são as ideias novas, e muitas as repetições arbitrárias de imagens já nossas conhecidas e muita falta fazia um Blade Runner em 2005, mas isso é impossível, jamais uma película desta grandeza será (re) criada e mesmo que fosse seria sempre uma réplica (quem viu o filme sabe a que me refiro). Grande aprte do misticismo que envolve esta obra deve-se ao facto da humanidade ser aqui contemplada de um ponto de vista cruel (real??), tendo como centro o Homem que se equivale a Deus (ou como o queiram chamar, mas tomando tudo do ponto de vista da religião cristã). Mas, não será esta sua criação física a destruição do seu próprio espírito? Nos dias de hoje se perguntarmos a 100 pessoas com mais de 30 anos quais os seus 10 filme de sempre, certamente para muitas Blade runner está nessa lista, trata-se de uma referência cinematográfica, um filme de culto que muitos ainda hoje tentam elevar e compreender através de sites na internet que montam e desmontam cenas e diálogos de modo a desodificar os seus símbolos, alimentando a obra e conferindo-lhe vida. Muitos mistérios ficam por desvendar, nem sei ao certo se Ridley Scott(autor de pequenas pérolas e muitos flops) tinha em mente o furor que BR ainda hoje provoca, nem sei bem se as cenas de culto do filme são propositadas ou simplesmente falhas humanas (do realizador entenda-se). Se bem que para Harrison Ford na época a sua escolha não se deveu a outro factor que não o monetário(há senhores com muita certo, indeed), o que fica para a História é que ele encabeça aquele que é O FILME, que vagueia hoje e sempre no imaginário de milhões de pessoas, sim milhões não é um exagero. Escravizar a vida humana por uma duração limitada de tempo para que depois possa ser destruída quando a sua existência deixa de ser necessária, parece ser uma ideia horripilante, que provocaria decerto escândalo por toda a parte, mas se se tratasse "apenas" de um clone, então a conversa seria outra, não seria um acto assim tão condenável...pelo menos essa é a opinião das sociedades do mundo de BR. Aqui os clones não sabem que o são, pensam ser tão ou mais humanos que qualquer humano, porque esse deixou de o ser há muito, e tudo isto num mundo escuro(como que se de um pesadelo se tratasse) pois os Sol, essa estrela magnífica, essa está em plena fuga, como se nem ela quisesse compactuar com a dita criação humana. Blade Runner é um filme tão à frente no seu tempo, que só hoje pode ser comprendido na íntegra, num mundo actual governado por sociedades vazias de humanidade. Ao assistir a BR percebemos que os mais de 20 anos pelos quais passou formaram o momento propício a uma total análise de um tema tão actual como a clonagem humana. Qual o papel de Deus na criação afinal? Quer o Homem adiantar-se ao seu criador? E a criatura, terá ela algum valor para o Homem? Terá a criatura o direito à vida? Terá ela o direito a viver mais do que aquilo a que o seu criador a condenou? Será a sua memória real? Terá a criatura o direito a sonhar? Terá o criador o direito e o poder de impôr o sonho à criatura? E os unicórnios serão reais ou simplesmente uma velha imposição do criador? É sem dúvida uma pena não existir uma edição portuguesa de Blade Runner...já nem falo de uma edição especial disponível no nosso país. Com: Harrison Ford, Rutger Hauer, Sean Young, Daryl Hannah que entra numa das cenas de luta mais memoráves da História do cinema, entre outros.

sexta-feira, agosto 26, 2005

Eu acredito

Sábio é o que se contenta com o espectáculo do mundo, E ao beber nem recorda Que já bebeu na vida, Para quem tudo é novo E imarcescível sempre. Ricardo Reis, Odes Sonho todos os dias que vagueio em filmes. Filmes que vejo, que relembro, os quais não me saiem da cabeça e me consomem como nada mais o consegue fazer. Acontece-me de tal maneira que me sinto sufocar tal como me está a acontecer agora. Acredito que perco em cada momento, parte da minha personalidade ainda tão embrionária.Admiro-me por não saber do que gosto realmnte, tudo o que sei são fragmentos frágeis,e receio perder o tempo, esse bem essencial e precioso, que só se renova com novo sangue e me escorre entre os dedos como se da água mais límpida se tratasse. Tenho que fazer, visões, acções, a minha vida para viver...mas depois penso nos filmes. Penso no tempo que levam a serem feitos, nos infímos pormenores a levar em conta e perco-me finalmente, sem encontrar ninguém que me diga que está tudo bem e que vou ser feliz o resto da minha vida. Depois vem outro e outro,e ainda mais outro,e a minha existêcia afunda-se num rio calmo porém profundo. Não há nada pior do que sentir não ter pé. A vida acena, os que gosto surgem na íris, os feitos passeiam em camara lenta e não realizei sequer parte do que planeei. Não quero chegar ao fim da vida e lembrar-me que não tenho nada para me lembrar, que não salvei nenhuma vida que não a minha, essa se tivesse chegado a tempo, que não me ajudei, que não corri atrás dos meus sonhos...qual menina de rede em punho à caça de borbuletas...não realizei... E pensar que tudo isto dava um filme, Meu Deus lá estou eu outra vez a pensar nisso.Não consigo parar, é o meu vício e não há nada melhor que um vício. Não me quero ver livre desse companheiro, que ele me sugue todo o meu ser, porque ao fazê-lo sentirme-ei completa, por mais ideal, surreal ou incopreensível que pareça. O processo é simples, inicialmente é aquele formigueiro que percorre todo o corpo, as imagens nascem, os sons libertam, os aromas despertam, e o momento que se segue por mais fugaz que seja é uma plenitude trémula mas impossível de aprisionar. Tão depressa como surge desaparece e eu sinto-me pior do que quando inicialmente, por saber que da próxima vez o momento será tão súbito que a dor gritante se desvanecerá num suspiro lento e gelado. A mente esvazia-se depois do turbilhão que quase a fez explodir e a vida continua a rolar tal como uma bobina, não digo que de um modo infeliz mas melancólico, produzindo um som pesante e compassado tal como o bater do meu coração. Uma melancolia que eu percebo e preservo, que faz já parte de mim. a ela devo estas palavras que não magoam porque não passam de palavras, mas que traçam as linhas da minha vida, do meu guião num código indecifrável e inantigível, guião que talvez nunca venha a lwr apenas o viverei. Ao acordar quando vislumbro os primeiros raios de sol, já não há nada mais a fazer, o meu primeiro pensamento é uma questão...o porquê ninguém começar assim um filme e o terminar com a lua ao fundo do escuro oceano do céu... Agora que acabei não me sinto melhor nem nada que se compare. A sensação é a mesma que tinha ao começar, a diferença é que agora está tudo igual e não há maior diferença que essa, os momentos irrepetitíveis são uma ilusão porque eu vivo-os todos os dias. Acredito piamente nas minha palavras.

segunda-feira, agosto 22, 2005

Charlie and the chocolate factory(spoilers ahead)

Por onde começar...é que com tantas voltas e rodas, cores e sabores, sorrisos e lágrimas, gargalhadas e dejà vous fiquei assim como que tonta. Este é sem dúvida um filme com a cara de Tim Burton espelhada em qualquer canto de um cenário irreal e fantasioso e por isso mesmo tão facilmente imaginado nos nossos sonhos. Não só porque the man é Johnny Depp e isso diz tudo, embora quase irreconhecível(porque Depp faz a delícia de muitos sonhos de muitas meninas) ,aplausos para caracterização e guarda roupa. A personagem de Willie Wonka faz-nos pensar num palhaço de circo, que aparentando toda a felicidade possível, esconde a sua própria tristeza por detrás de maneirismos e quantidades desmesuradas de base e blush!! Todos os pormenores do filme são deliciosos permitindo aos mais novos sonhar e os mais crescidos sonharem em serem novos, era ver famílias na sala de cinema, pais a acompanharem os filhos que deliravam com os cenários e com os esquilos, e os pais que se riam com a maior das facilidades nas cenas mais simples como uma simples ida ao cabeleireiro ou ao psiquiatra*coug,cough*. Desde o início temos noção de um Burton algo nostálgico que nos deixa vislumbrar cenas e detalhes já conhecidos do público, não que o público não goste, mas o senhor insiste em recordar-nos que já nos ofereceu todo um banquete majestoso ao longo dos anos, composto pelas histórias mais fantásticas adaptadas ao cinema, as personagens mais divertidas, mais trágicas e memoráveis, que por detrás de toda a sua mágoa possuem sempre um passado negro marcado pela incompreensão da família ou da sociedade( recordo-me do senho Pinguim de Batman Returns abandonado pela sua própria família e agora claro o próprio Willie Wonka na relação com um membro da sua família). A música que abraça a película é memorável, desta ves Danny Elfman opta por coros infantis que se misturam com sonoridades circenses (algo de Big Fish que ficou) aliados ainda a uma entrada em qualquer feira popular(não a de Lisboa). É como se abríssemos uma caixa de música e acelerássemos a sua rotação e voilà temos a banda sonora do filme! Qualquer humano se identifica com as notas musicais e com as vozinhas das criancinhas que não são o forte de Wonka, talvez por lhe lembrarem a sua infância e o seu próprio entusiasmo relativamente aos doces. Quando li algures que Depp se tinha baseado no rei do Pop, caí 2 vezes para a esquerda( o meu lado mais fraco já que sou destra) e 3 vezes para trás...é que não achei nada, não sei se ele próprio o admitiu, ou é especulação por parte dos jornalistas, mas se o objectivo é tentar comparar a fábrica do Charle*cough* quero dizer do Wonka com Neverland...façam um favor a vocês mesmos: CUREM-SE. O enlenco é todo ele formidável não só por serem fantáticos actores, como a musa de Burton Bonham Carter, mas porque o senhor os dirige para lá do humano, não sei que palavras é que ele lhes diz mas deve ser fornidável, imagino algo como "Agora têm 10 anos e não vos apetece ir à escola!!". As crianças são muito boas, refiro-me ao quarteto fantástico( as 'vítimas' de Wonka, ou melhor dos seus próprios defeitos, incutidos pela própria família ou pior, pela sociedade e pela Televisão). E o menino que faz de Charlie bem esse agora só não pode crescer no mundo como o de Hollywood, porque se não lá se vai outro talento!! Não posso dizer que este é o meu filme preferido do realizador, porque o meu coração tomba sempre para o Eduardo e as suas mãos de tesoura, mas a surpresa é...e para mim foi espantosa, se calhar poucos notam, mas eu vislumbrei o Eduardo numa cena do filme (pequena) quando o nosso Wonka tem na sua mão direita uma tesoura gigante. Não pude deixar de pensar nisso e fazer essa analogia, e que a mim ninguém me tira da cabeça que aquela tesoura é propositada... Erva comestível, xupa-xupas com sabor unstopable, trabalhadores que cantam e dançam sem cobrarem mais por isso, esquilos esforçados, rio de chocolate batido por uma cascata...rendo-me! Esta obra visa bem a sociedade tem um efeito moralizador. Porque as máquinas substituem as mãos humanas. Porque a ganância dos capitalistas 'entortam' casas. Porque a televisão manipula em excesso. Porque o acesso às coisas triviais anula a beleza a tudo o que não é trivial. Porque a luta pelos sonhos não pode ceder. Porque a bondade não pode adormecer nos nossos corações. Porque a maldade existe e deve ficar com aqueles que a sentem. Porque a família é o mais importante. Porque a pobreza pode ser uma riqueza incalculável. Porque a partilha deve ser uma constante. Porque a sorte pertence a todos e a cada um num determinado momento. Porque o amor esse, nem todo o chocolate do mundo o compra. Porque Wonka aprendeu isso com Charlie. Porque agora é Wonka que lhe deve algo. Porque agora é a vez dele retribuir. E por mais estranho que seja, quando saí da sala de cinema, não me apetecia nada empaturrar-me de chocolates, foi estraho. A acompanhar esse não desejo por chocolates (algo extremamente invulgar na minha pessoa) ficou uma tristeza pelo mundo não ser como Burton realiza e como Depp interpreta. Dei por mim a descer umas escadaria de cimento calculo que fria, uma carruagem de metro a correr a toda a velocidade, um som que nunca tanto me havia incomodado, numa tarde de Verão quentíssima sem oompa loompas. Restou-me ir para casa a sonhar com 1 hora e 46 minutos de película a que havia assistido. E pensar que Johnny Depp nem gosta de chocolates...nem sabe o que perde...

sexta-feira, agosto 19, 2005

O estranho

Starry night over the Rhone Dizem os sábios que antes de amarmos nunca sentimos nada igual. Por mais que me esforce não me lembro de semelhante coisa ter acontecido com a minha pessoa... A imagem é de facto poderosíssima, ou então imaginemos: Um estranho. E de repente tudo o que nos é exterior deixa de fazer sentido, sentimo-nos intrigados de tal modo que até o luar consegue reflectir os nossos pensamentos, e este é o mesmo luar que pensámos conhecer toda a nossa vida, mas não, este é o luar que olhamos todas as noites mas nunca vemos realmente. E dizem eles que esta é a mais velha lição ensinada pelo Amor. Apesar de tudo isto, não deixo de ficar triste e incrédula. Então antes de amarmos não conseguimos admirar a verdadeira beleza do mundo?? Será que tudo fica assim tão diferente depois de conhecermos o "estranho"?? Se isto acontece, a vida sem amor não faz mesmo sentido, para quê viver se não conseguimos apreciar o que de melhor os astros nos podem iluminar... Quero ser folha e voar no vento do Outono, ser estrela e brilhar de dia, ser luz e desaparecer na noite, ser a escuridão que mata o dia, ser graciosa e fazer "sapinho" no mar (private joke), ser "cobrinha" e serpentear-Te a existência (private joke again, I can't help it), ser aquela que não morre porque a morte não a assusta apenas a imortaliza.

segunda-feira, agosto 15, 2005

Arrisquemo-nos a voar sobre o mar

Se há algo pelo qual perco o meu precioso tempo a questionar, e eu questiomo-me muito, é a razão (inconsciente?) que nos leva a desconsiderar o mundo em que vivemos, a vida que nele pisamos e que complicamos através das mais variadas formas, muitas vezes sem nos darmos conta(daí ser inconsciente). Porque todos queremos que a vida seja fantástica.E todos queremos que o sofrimento nunca nos apanhe.E todos queremos a paz mundial. Ou poupem-me... O mundo, é aquilo que fazemos dele, tal como nós somos aquilo que fazemos de nós próprios, os outros, passo a expressão:"vão-se lixar!", eles bem nos tentam moldar, mas não conseguem, pelo menos aparentemente, dizem-nos o que vestir, o que comer, o que dizer, mas o que sentir ou pensar...isso bem eles querem, mas o Homem, se há coisa que o define é a sua insatisfação face à vida, e isso nunca nos será tirado. Podemos pensar conhecer as pessoas pelo que dizem, pelo que nos dizem, embora muitas vezes elas só o digam porque sabem exactamente que é isso que queremos ouvir. E é tão fácil perceber, chega a ser ridículo...infantil. O mundo piora a cada dia, e consequentemente como que numa maré de azar e porque existimos, a nossa vida degrada-se também, tal como a pedra que é dura sofre, graças à força da erosão provocada pelo mar, também nós sofremos...somos limados, têmo-lo sido com o passar do tempo, tornamo-nos pessoas mais lisas, macias, bonitas? Ou vejamos, amamos desde sempre, dizem os humanistas e filósofos, quando o mundo era simples, sem máquinas, sem facilidades, sem viagens pelo mundo em classe executiva, sim porque antes tentávamos por mar(era fácil não chegar ao destino, mas sim ao esconderijo de um tesouro de um qualquer pirata chanfrado e já em estado avançado de decomposição, não temos como regressar porque o barco destruiu-se na tempestade e agora somo ricos e vivemos no máximo 36 horas). Deste modo e para não nos arriscarmos reduzimos a área de conquista ao nosso território, à nossa aldeia, sabemos que nos podemos apaixonar pelas nossos vizinhos e afins, qualquer coisa humana. E somos felizes para sempre??Não me parece...sofremos na mesma, ou porque a nossa possível conquista já está comprometida ou porque simplesmente não vai com a nossa cara. E acabamos sós, a escrever poemas e textos tristérrimos a perguntar não "Porquê eu?" mas sim "Porque não eu??". Hoje: telefone, internet, viagens (podemos viajar 2 vezes ou mais por dia)??Sem falar das cartas escritas à la pata, mas essas ninguém escreve, dão trabalho, gastam tinta e antes que nos arrependamos de mandar pelo correio ou colocar na mala do destinatário sem que ele note, preferimos a sms ou o e-mail...e mesmo assim assim as coisas não são nada fáceis, os escritores frustrados continuam na linha da frente, os criadores de blogs amontoam-se, a música pop vende como nunca, já sem falar nos programas de televisão que se comprometem a nos arranjar o par ideal. Sejamos realistas, encaremos a vida, desfrutêmo-la, brindemos aos nossos sucessos bem como aos nossos fracassos, e se ela não nos corresponder( aquela pessoa) continuemos a tentar, a sonhar, peguemos no papel, no telefone,no computador... que seja. Não sejamos como aquele que descobre o tesouro do pirata, com tanto para dar e gastar e tão pouco tempo para o fazer, o relógio...tique taque...as folhas flutuam no ar, e nós só temos o tesouro e nenhuma maneira de sair do esconderijo. Arrisquemo-nos a voar.

domingo, agosto 14, 2005

Harry is back! (contém spoilers)

Dark and difficult times lie ahead Harry. Soon we must all face the choice between what is right... and what is easy. O orfão cresceu, encontrou alguém que é agora o mais parecido com um familiar que ele podia ter(já que os tios e o primo não estão para aí virados), e aos 14 anos prepara-se para defrontar um magnífico e díficil torneio em que rivaliza com os escolhidos das melhores escolas de magia...mas para variar, Harry não deveria ser o escolhido...uma nova cilada está à sua espera. O filme é já um dos grandes aguardados do ano, os fãs estão espectantes, pois finalmente veremos a cara de Voldemort interpretado pelo interessantíssimo Ralph Fiennes (Monte dos Vendavais e O paciente Inglês) que surgirá só no final( e talvez no início) mas alimentando já os ódios crescentes do grande público. A realização cabe a Mike Newell conhecido por 4 casamentos e um funeral, O sorriso de Mona Lisa, Donnie Brasco entre muitos outros, sim porque este senhor já realiza dese os anos 60, ou seja, já cá anda há muito tempo e tem mais do que a obrigação de saber, que adaptar um livro ao cinema é difícil, vive-se de escolhas como é sabido, há que omitir factos que não contradigam ou destabilizem a narrativa, mas também não é preciso acrescentar detalhes e cenas descabidas para tornar o filme mais isto e aquilo. Vamos dar um voto de confiança a este senhor, ele pelo menos fez um dos meus filmes preferidos de todo o sempre: o 4 casamentos. Os actores já se sabe, são os mesmos, o trio maravilha brilha como sempre parecendo serem moldados para a coisa, sendo a estrela claro Daniel Radcliffe que eu só espero que quando crescer não se torne num Macauly Culkin, crescer?...ele já cresceu mais do que devia, só sei que em 2008 quando estrear the half-blood prince o menino deverá aparentar aí uns 20 aninhos mas os fãs não se importam e devem repudiar a ideia de se trocar o actor, eu também acho a ideia horrível, perderia toda a piada o jovem Daniel é já mais do que simplesmente Harry Potter, ele é também a alma da magia universal desta obra. O resto do cast é já o de sempre, o grande Alan Rickman e o de sempre Michael Gmbon para não mencionar todos. Os próximos filmes serão sempre também muito aguardados claro, com o"acordar" da adolescência de Harry, com todas as implicâcias que o seu comportamento pode despoletar, todas as suas crises de bom e mau humor, as suas revoltas e a sua dor física( a cicratiz que nunca o deixa) e espiritual ( a morte daqueles que ama), mas esse ainda falta A ordem de Fénix só chega em 2007, pelo menos é essa a previsão, com realização de David Yates. É fácil gostar dos livros de Harry Potter, mais difícil pode ser gostar dos filmes que nem sempre são grande coisa, não sou grande fã dos 2 primeiros, mas vi o terceiro há coisa de uns dias e gostei mesmo muito. Sabemos que é um filme sobre magia e seres espectaculares, mas os efeitos especiais nem sempre são os mais desejáveis. Gostava de ver um Peter Jackson a realizar um Harry...naa...acho que o senhor não é lá um grande aficionado da saga. Temos pena. Veremos então em Novembro o que nos espera, mais não poso contar mas também não preciso, está tudos nas centenas de páginas de Harry Potter and the goblet of fire.

sábado, agosto 13, 2005

Partida

E porquê voltar? Será pela fantástica sensação que é o regresso, só comparável ao entusiasmo proporcionado pela partida??Talvez. A viagem é sinónimo de viragem (as palavras até são parecidas), esquecemos aquilo que ainda não fizemos, afugentamos problemas, varremos para debaixo do tapete aquelas vozes desagradáveis e opinadoras que só nos oprimem, enfim, é apenas uma fuga com data de regresso que nos prende numa rede fina e intrasponível...aos nossos próprios olhos. Mas o regresso é inevitável, rara é a pessoa que parte para não mais voltar(invejo essas). O regresso traz consigo uma nova pessoa que é a mesma, que se acha agora capaz de lutar encontrando forças nos menores detalhes do seu espírito (os mais grandiosos). Entretanto o dia a dia instala-se, a pessoa que partiu regressa a si, não tem para onde ir(porque as próximas férias ainda vão longe), e o máximo que faz é seguir em frente e procurar ser feliz. Partimos porque nos apetece, regressamso porque tem de ser, porque não temos para onde ir, e sentimos falta daquilo a que não damos valor...a saudade é algo terrível, o mundo afinal não é assim tão grande que nos faça esquecer. Por isso quero tanto voar, ver o mundo de onde mais niguém o faça, percorrer todas as terras, ver todas as caras, sorrir em todas as paragens, falar em todas as linguas. Não peço muito. Só quero ser Deus.

segunda-feira, agosto 08, 2005

2046 só em 2005 (para alguns)

Então não é que 2046 só chega agora ás salas norte americanas??? Por isso é que os tipos têm tanto dinheiro...fazem filmes muita maus nos quais gastam fortunas, e o resultado é:MAIS E MAIS DINHEIRO...são esses os filmes que fazem esta indústria viver e tornar-se cada vez mais poderosa. Por isso não há espaço para filmes estrangeiros, ou mesmo norte americanos que tratem assuntos sérios com grande mestria. 2046 é daqueles a que ninguém fica indiferente, pode não o perceber na íntegra, se é que é esse o grande propósito do realizador, mas quem vê sonha, imagina, divaga,comove-se, questiona-se... O mítico número já existente naquela a que podemos chamar uma prequela de In the mood for love, ganha agora uma nova consistência que sendo tão concreta acaba por tornar-se vaga e motivo para que nos possamo perder nas mãos que guiam a câmara de Wong. Claro que a crítica norte americana trata e bem este novo (para eles) de Wong Kar Wai, porque sabem que as críticas estrangeiras foram estrondosamente favoráveis a este senhor e eles não querem ficar mal vistos, porque cultura é cultura e eles assim sempre podem tirar mais umas ideiazitas. Já é sabido que o box office deste filme não é estrondoso, mas também não é isso que interessa ao senhor, os mestres não precisam disso(embora eu ache que crítica e dinheiro não deviam ser opostos). 2046 vive por si no imaginário daqueles que o viram e confunde aqueles que se deixam apaixonar pela forma humana, pela mente humana, pela humanidade em si.

sábado, julho 30, 2005

Só porque gosto de anjos que expressam o que sentem

O anjo nada tem a ver com o tema mas como se trata de uma das minhas obras favoritas... Mudando de assunto: O calor ainda aperta, o sol ainda brilha bem perto no firmamento, as pipocas ainda saltam bem quentes naquela maquina barulhenta, mas os filmes da nova season já espreitam nos EUA e ainda mais Importante aqui em Portugal. Na Net já circulam previsões para os Oscares a realizar em Março do ano que vem, muitos dos filmes ainda nem estrearam ou simplesmente nem estão concluídos encontrando-se ainda naquilo a que se chama pós- produção. Acho engraçada a grande facilidade que há em lançar nomes e apostas em filmes, actores e realizadores que ainda nem mostrarm o que valem ao grande público, bem sei que grupos restritos tiveram já acesso a eles por trabalharem no mesmo meio mas mesmo assim não acho correcto, porque desde cedo começam a moldar e influenciar a opinião do grande público. Denotar também que depois existem milhares de factores...sim milhares que ditam as nomeações ao Oscar muitas vezes o êxito ou não de bilheteira fala mais alto, a esse respeito fala-se muito de Cinderella man com Russel Crow e Renée Zellweger, que não vendeu tanto como se esperava e estreou mais cedo que o previsto nos Eua (cá ainda nem chegou) deixando de ficar na mente dos americanos e podendo ser esquecido pelo júri dos prémios. As surpresas são sempre esperadas, por isso às vezes deixam de ter piada em filmes mais modestos que valem pelos ecxelentes argumentos e talentosos actores. Parece que o garnde blockbuster a concorrer será King Kong com Naomi Watts e Adrien Brody com realização a cargo do grade Peter Jackson, que embarca numa nova odisseia, desta vez a historia de amor entre Naomi e o macaco gigante...correspondido??mmm acho que ela vai preferir o também brilhante Brody. Certamente este filme terá muitas nomeações nas categorias maia técnicas, mas Jackson pode tambem contar com a nomeação de melhor relaizador. Jackson torna-se então no novo Spielberg que pelos rumores que ouvi na internetr pensa já na reforma....também acho que não... Elizabethtown também é outro que parece estar na corrida, com Orlando Bloom , Susan Sarandon e Kirsten Dunst, desta vez acho que o Orlando acertou na escolha, que temos que dizer, não é o actor mais genial à face da tera mas lá carisma tem(esta é para ti Iol). Walk the line é outro anunciado, trata-se de mais um biopic de uma estrela da música , desta vez a estrela é Johnny Cash interpretado pelo brilhantíssimo Joaquin Phoenix que depois de mais um peíodo conturbado parece voltar em grande forma, não física mas sim artistíca...sempre disse que ele ía fazer uma carreira igulazinha à do Sean Penn. O filme é realizado pelo mesmo senhor de Girl Interrupted James Mangold e o trailer já circula na net. A surpresa é Reese Witherspoon que todos dizem surpreender pela positiva e arriscam ser o melhor que ela já fez...este filme é apontado a muitas categorias: filme, realização, arumneto adaptado e interpretação- Phoenix e Witherspoon, que nunca se sabe, porque caso seja nomeada será a melhoer actriz ou secundária??Aconteceu o ano passado a Kate Winslet com Finding Neverland...ela foi tudo menos secundária. AH é verdade Joaquin canta no filme, é a voz dele e não a de Cash...não sei qual será a reacção dos fans. V for Vendetta também já circula e a minha opinião é...ainda não a formei, é cedo para mim e conheço muito mal a sua fonte, tenho que me aplicar mais um pouco, neste ano recheado de adptações da Bd. Acho que é tudo por agora, mas já sabem isto são tudo previsões e muitas delas nem seqer são bem fundamentadas, o júri é que decide e nomeia e nunca se sabe as verdadeiras razões que os fazem escolher ste ou aquele nome.. Fiquem bem e vejam muito cinema Todos estes filmes têm já trailers ou teaser a circular, deliciem-se Na próxima falarei de Harry Potter