E porque tudo o que vejo, vejo como nos filmes. E porque tudo o que fazemos e sentimos pode ser recordado nas asas de um caleidoscópio em pleno movimento. Se há "acção" eu revelo por aqui.
segunda-feira, dezembro 24, 2007
O Natal da Princesa
Nunca tive um Natal diferente do anterior.
O que é curioso porque eu mudo de ano para ano.
Com estas duas ideias apercebmo-me da razão pela qual esta época é tão especial e tão chegada à caixinha mágica de música que é o meu coração.
No fim, este dia mais não é do que todo o tempo que o antecede e o nosso desejo caprichoso de que ele páre para que de lá não saiamos sequer por um momentinho. Pois bem, o Natal não é o momento mas sim todo o que lhe antecede, o Natal é esta precisa hora, é a passagem da tarde com a chegada daquels que amamos, são as refeições fartas de sorrisos e boas vontades, é a espera, a espera.
O Natal é a minha ilusão da chamada Noite Branca envolta em criaturas selvagens que se tornam dóceis ao cair da escuridão, são os postais feitos à mão ostentando casas feitas de pedra perdidas num manto também ele branco, tão branco que parece cinzento azulado, tão branco que se torna inantigível, tão branco que se perde no fumo da chaminé que é só minimazada porque a luminosa Lua espaçosa e soberba reluz solitariamente.
Para lá do postal, o Natal são as atitudes, é o respeito das vontades dos outros, são os sorrisos nos olhos dos mais velhos, a esperteza arisca nos mais novos, é a saudade daqueles que já não estando comnosco são aqueles que realmente nunca nos deixam.
...Voltando ao postal ou ao filme, ou ao conto, lá no longe permance o castelo, pano de fundo esmagado pela noite estrelada, habitado pela alegria, reinado pela paz e graciosidade, e aí reside toda a sua poesia, e felizes daqueles que abrem os postais, lêem os contos, abrem os postais( vejam sempre os "postais" que vos são oferecidos), reparem na letra em que são escritos!!
...E no castelo é aguardada a Princesa, atrasada e ofegante, de capa vermelha e vestido esvoaçante, corre ela por entre as árvores escuramente protectoras, corre para junto da lareira alumiada e que faz "dos cabelos louros ouro e das barbas brancas prata". A Princesa é aguardada ansiosamente, manda os passarinhos voarem na sua direcção para que avisem os que a aguardam, que os acalmem "ela vem aí, ela vem aí", e ela com os presentes no regaço feitos vermelhos em flor, eis que chega a Princesa que vê o seu mundo "finalmente", o mundo dela.
A princesa abranda, arranja o vestido, deixa cair a capa nos ombros, passa as portas gigantes e diz de si para si "valeu mesmo a pena, toda a pena...", e emociona-se com a felicidade dos outros.
O Natal é uma tiara banhada de amor- ouro, cravejada de brilhantes- luz e fechada com beijos- mil, coroa uma cabeça livre, forte e encantada.
Feliz Natal a todos, voltem também vocês aos vossos castelos porque sem eles nada faz sentido, voltem enquanto ainda podem voltar.
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