domingo, dezembro 23, 2007

ए इस्तो é पर टी!

Ontem regressei a casa depois de um longo, mas não muito frio dia. Saí cedo e voltei tarde, tal como se quer. Pelas ruas de Lisboa deliciei-me no meio de multidões felizes a fazer compras, a procurar desejos encantados nas prateleiras que são repostas à velocidade da luz. Caras cansadas, cores fortes, luzes que vão para lá da nossa percepção, uma espiral mágica que só um ser com uma grande capacidade de nos arreliar não se consegue deixar sensibilizar. Matei as saudades da minha irmã, almoçámos dois kilos de sushi enquanto conversávamos sobre os Natais passados: "Lembras-te?" gosto tanto dessa expressão, dá-me a sensação de uma existência feliz na Linha do Tempo fiado pelas Parcas, aquele aprisionado nas fotografias meio dobradas. Seguiu-se um último adeus a alguém especial (sim, sim "já lhes falei sobre nós e reagiram bem"),falámos do Futuro (essa incerteza, os planos, os sonhos, a cidade), recordámos o Passado mais pobre e não menos alegre, apenas diferente, onde algo se perdeu e algo se deixou ficar na nossa memória ecoando nos nossos actos, e falámos do Presente, mas esse passa tão depressa que mais vale vivê-lo. Fazes-me bem! É incrível como frases como "está bem, está bem" colocam tudo a perder e frases como "mãos de fada" e "ai uma passadeira" nos fazem emergir do subsolo e nos fazer ascender a uma existência mais plástica, mais concreta, mais próxima daquilo que queremos para nós, mais longe dos afectos mas mais perto de tudo o resto. É incrível como um mesmo lugar nos pode trazer boas e más memórias, as boas para nos fazer prosseguir, as más para nos ajudar a crescer. Este post vai inundado de borbotos e por isso sabes que é para ti. Se nem sempre vemos aquilo que olhamos, sei também que não é fácil olharmos para aquilo que vemos. Eu vejo aquilo que quero, olho muito pouco, mas vejo sempre, e tu estás sempre lá, no meu lado esquerdo.

2 comentários:

l00ker disse...

"Se nem sempre vemos aquilo que olhamos, sei também que não é fácil olharmos para aquilo que vemos"

gostei do pensamento..

Daniela Lopes Moura disse...

De repente deu vontade de um abraço.
Uma vontade de entrelaço, de proximidade...
de amizade. Sei lá...

Talvez um aconchego que enfatize a vida e
amenize as dores...
Que fale sobre os amores,
que seja teimoso e ao mesmo tempo forte.

Deu vontade de poder rever saudade de um abraço.
Um abraço que eternize o tempo e preencha todo espaço
mas que faça lembrar do carinho, que surge devagarzinho
da magia da união dos corpos, das auras... Sei lá...

Lembrar do calor das mãos
acariciando as costas a dizer... "estou aqui".
Lembrar do trançar dos braços envolventes
e seguros afirmando "estou com você"...
Lembrar da transfusão de forças
com a suavidade do momento... Sei lá...
abraço...abraço...abraço...
abraço...abraço...abraço...
abraço...abraço...abraço...

O que importa é a magia deste abraço!
A fusão de energia que harmoniza,
integra tudo, e que se traduz
no cosmo, no tempo e no espaço.
Só sei que agora deu vontade desse abraço!!
Que afaste toda e qualquer angústia.
Que desperte a lágrima da alegria, e acalme o coração...
Que traduza a amizade, o amor e a emoção.
E para um abraço assim só pude pensar em você....
nessa sua energia, nessa sua sensibilidade
que sabe entender o por quê...
dessa vontade desse abraço.

Vinicius de Moraes

Há um nó na garganta... e que vontade de um abraço!!!