segunda-feira, dezembro 31, 2007

De que são feitos os sonhos

O mal da revisitação de um ano que adormece para dar lugar a um que quer acordar, é chegar à conclusão de que por melhores ou piores que algumas coisas tenham sido, a verdade é que já não estão a fazer-nos companhia. As boas lá estão elas sorridentes e gloriosas acenando com coroas de louro num pedestal de mármore; as más quietas e sisudas e infelizes por já não nos poderem amedrontar mais, as pobrezinhas. Decidi hoje de manhã que este dia não seria o último de nada, mas antes a continuação de algo que teima em principiar-se! Se hoje é dia para ficar pensativa, que seja só pelas coisas boas que estão para vir e não pelas más que vieram cobrar uma vistinha rápida, deixar uma lembrança e enfim obrigar-nos a dar uma volta maior àquela prevista. O que me interessa, hoje, esta manhã e esta noite é exactamente- o momento: este estado de permanente ansiedade que me faz pular da cama todas as manhãs e apreciar o nascer do dia e o céu cor de rosa. Esse "nascer" que quero ver até ao momento derradeiro, porque se ele nasce todos os dias não é de bom tom não o ver, "o sol quando nasce é para todos" certo? São os projectos fáceis aqueles que transformo em "resoluções", são esses que me confortam, que me transmitem a ideia de "tarefa cumprida", gosto de metas perfeitamente transponíveis que me possibilitam os sonhos que ficam por sonhar, tenho para mim que são esses os que mais queremos ver realizados...são os sonhos que nem imaginamos que temos! São esses sonhos que que fazem de nós pessoas felizes. E cada filme não será em vão, nem cada fuga, nem cada ausência, nem cada sorriso, nem cada abalo à normalidade, nem cada conspiração estrelar para que os nossos caminhos turtuosos se alinhem, nem cada descoberta, nem o "oops" da minha cara amiga ao imaginar que estava a destruir a manga da minha camisola roxa, nem a cara de felicidade daquele menino que tinha mais chocolate e chantily na cara que na caneca, nem terá sido em vão o sol a fazer brilhar o azul infantil do céu do meio dia, nem as nuvens na presença da ausência de estrelas no meu regresso a casa, nem as mensagens trocadas com o amigo que não se importa de ler o que as melgas escrevem. Se as coisas fossem fáceis o que seria de nós? O momento. O regresso. O cair da noite. A música. O fogo. A face alva. As pequenas coisas. O anel gigantesco. A floresta encantada. O adeus. O Olá. O 2007 e o 2008! Foi um bom ano? Será com certeza!

2 comentários:

1 dia depois disse...

Um novo ano poderá ser encarado como um novo episódio de uma season que é a Vida! Só há uma season e em cada episódio fazemos aquilo que achamos o correcto, não nos devemos arrepender do que fazemos, mas sim do que fazemos (who told me this?).

É bom acordar todos os dias e poder lutar pelos nossos sonhos, pelos nossos objectivos, mesmo os pequenos, mesmo os que sabemos que vamos ultrapassar.

O que nos faz realmente feliz não é o que alcançámos mas sim o caminho que tivemos de percorrer, com ele crescemos e aprendemos, tornamo-nos melhores pessoas.

Tens vindo a acompanhar-me desde há muito tempo, tens assistido à minha transformação, és parte dessa transformação.

Tudo de Bom para Ti!

Aquele Abraço

Bu

l00ker disse...

dá gosto ler o que tu escreves! Parabens ;) (nao me estou a repetir porque este ano ainda não tos tinha dado) :)