E porque tudo o que vejo, vejo como nos filmes. E porque tudo o que fazemos e sentimos pode ser recordado nas asas de um caleidoscópio em pleno movimento. Se há "acção" eu revelo por aqui.
quarta-feira, dezembro 29, 2010
sábado, dezembro 18, 2010
sábado, dezembro 11, 2010
Porque o coração não sabe ler
sexta-feira, dezembro 03, 2010
A ave
segunda-feira, novembro 29, 2010
domingo, novembro 07, 2010
sábado, novembro 06, 2010
Incrível
domingo, outubro 31, 2010
Amor é o lugar de onde se parte, é o caminho que se trilha e o lugar a que se chega.
domingo, outubro 24, 2010
Embalada
quarta-feira, setembro 15, 2010
Outono
O verão está a morrer. Está a despedir-se depressa demais. Não sentem? Não concordam, ainda ontem parecia estar tão presente. Será que foi alguma coisa que fiz e ele agora está a vingar-se, partindo repentinamente. Mau este Verão, ser vil e sem coração. Que fazer? Prosseguir, com ou sem o ar quente dos meses do meio ano, e não menosprezar aquilo que os que ainda estão para vir me podem oferecer.
Tardes calmas, aninhadas na manta ao sofá. Chá, e bebidas quentes horas frias, refeições reconfortantes, matinés em que adormecemos antes do filme terminar, o enroscar do gato no nosso colo. Aquele frio ao acordar e que nos empurra ainda mais fundo entre os cobertores, aquela vontade que falta uns dias e que teima em ser forte nos outros. A de ficar, ali toda uma manhã.
Noites frias com vidros embaciados, revisitar de momentos puros, nostalgias anciãs, a memória de aniversários remediados, de festividades felizes, de surpresas simples.
Outono que aí vem, folhas amareladas e quebradiças estendidas no chão feitas manto de retalhos, retalhos que teimam em permanecer quietos e murchos, tal como alguns corações, ternos, adormecidos, expectantes, sombrios, em sobressalto, corações descompassados e que precisam de ganhar ritmo, um novo bater, um bater esperançado, um bater feliz, um bater disposto e prosseguir, um bater majestoso e desejoso de mais, apenas um pouco mais.
terça-feira, agosto 24, 2010
A memória
É um corte abrupto na carne, bem no centro. São fios a rebentar por não conter a força do movimento de dentro para fora, arde uma luz que na sua própria aura consome o que resta do corpo dormente. Uma dor tão forte que dá ideia de que o coração quer abrir caminho pelas costas, não temos asas e agora não temos coração.
O ar deixa de entrar. Fechamos os olhos e quando os voltam0s a abrir, está tudo igual, tudo menos o coração que permanece fora do corpo, e o ar que não entra por ele a dentro.
Decidimos sair em busca do Sol e voltar para casa sabendo que não o encontrámos e sentir bem lá no fundo que não o vimos, porque ele saiu também à nossa procura. Assim se gera o apaziguamento doce e que se vai instalando calmo e feliz clamando por Liberdade, aí sabemos que temos de buscar o nosso próprio Sol.
A memória permite acesso a coisas extraodinárias, relembra-nos do que queremos que fique e do que queremos que vá, que fiquem os mapas nos nossos corpos, as manchas nas nossas almas, os olhares tão cheios de vida, o gosto do gosto de outros, o resto que vá.
A memória relembra-nos que há dor, que se olharmos para a ferida dói mais, ganha vida. A memória permite-nos abrir todas as portas que se fecharam, permite-nos correr até que nos faltem as forças até àquilo que queremos, a memória busca-nos quando nos esqueçemos dela. A memória é intruiguista e ávida de conquistas, e quase tão bela... Isso faz dela invejosa, a memória gostava de ser corpo como nós, sentir dor, alegria, prazer e toque humano, mas a memória não pode, é mera escrava do ar que envolve tempo que já foi.
quinta-feira, agosto 12, 2010
Deveres
Devemos correr atrás do que queremos.
Devemos sempre prestar atenção ao que nos rodeia, a quem nos rodeia e a quem rodeamos.
Devemos perdermo-nos para nos voltar a encontrar.
Devemos deixar sempre a porta entreberta para que os fantasmas percebam que não os tememos.
Devemos repetir sempre aquilo que já sabemos que o outro sabe.
Devemos deixar que as oportunidades não escorram por entre os nossos dedos.
Devemos partilhar o pouco que temos, para que o pouco se transforme em algo grandioso.
Devemos morrer se queremos renascer, sem deixar morrer o calor que emana do nosso coração acorrentado à carne fria.
Devemos beber do suór da Lua, cantar com as lágrimas secas do Sol, maravilharmo-nos com o odor das estrelas em noite escura e quente, devemos fechar os olhos para assim vermos toda a uma vida.
Devemos contemplar o Vazio que sentimos engrandecer-se na derrota dos nossos actos.
Devemos deixar o Vazio instalar-se, comprazer-se na nossa dor, deixá-lo mais um pouco.
Devemos apelar às forças que já não acreditamos ter, alimentá-las do que de bom ainda possuimos, pegar na espada da Vitória e despedaçar o Vazio, deixá-lo ir com a brisa fresca da saudade e sair vitorioso no seu lugar.
Devemos partir, se nunca abandonarmos o nosso lugar.
Devemos ficar, se nunca tivermos vontade de partir.
segunda-feira, agosto 02, 2010
domingo, agosto 01, 2010
A Vida parece ter vontade própria
Sabem quando vos apetece fugir, esquecer, relativizar, simplificar, esconder de tudo e todos com a máscara de um sorriso escavada na mais dura rocha na encosta da solidão?
Sabem quando se tenta apagar da memória, mesmo que temporariamente, os bons momentos vividos, as alegrias partilhadas, os sorrisos cúmplices, os despertares felizes... e tentamos e tentamos, em vão...
Parece que estamos a produzir uma imitação da vida, uma forma desesperada de não sentimento, de não desejo, de não cumprimento do dever, de esquecimento. Um rio que não desagua em mar algum...
E eis que a Vida ganha força, mais uma vez, e parece ter vontade própria, esbofeteia-nos, diz que nos portámos mal, que estamos a fugir de algo que está dentro de nós e que ecoa numa sombra pesada. A sombra é nossa prisioneira, ou nós dela.
E eis que a Vida ganha força, força como a do corpo enraivecido, força como a lágrima que escorre sem poder ser contida, força como a do vento em noite de tempestade, força como a da entrada de um corpo no outro num balanço terno, força como a das amarras do passado, força como a da sombra que rouba a luz do nosso dia, força como a do espaço da palavra escrita porque não a posso proferir de viva voz, força como a da alma que acredita que a sua carne se unirá a ela uma vez mais.
E eis que a vida me faz deparar com isto...e eu lembro tudo outra vez...é a Vida.
"Um beijo teu é como água salgada, quanto mais se bebe...mais sede se tem."
Drummond de Andrade
segunda-feira, julho 26, 2010
Hoje odiei o mundo por duas vezes
Desde o dia 15 de Junho que odeio o mundo. Faço sempre o mesmo caminho em direcção ao meu trabalho e o mesmo para regressar a casa ou a outro sítio qualquer.
Tem dias em que odeio o mundo. Desde o dia 15 que ao mesmo tempo que me encaminho para o escritório vejo um homem velho, de cabelo e barba branca, com sacos de plástico numa ou em ambas as mãos. Nas mãos cheias que me parecem vazias. Mas só as mãos parecem vazias, olho-o sempre revoltada e fico triste, não sei o que lhe aconteceu, o que fez ou o que lhe fizeram. Não sei como e quantas pessoas magoou, não sei se mentiu, se maltratou, se roubou ou se matou sequer. Juro que não sei. Não lhe conheço a voz, nem a morada. Só vejo com o meu olhar entristecido que procura o olhar triste dele, e nesta procura terna de vidas fugidias fico sem saber porque odeio o mundo e por ele nada consigo sentir.
Apenas sei do que vejo, e quando o vejo, olho-o a ver se me olha, procuro-lhe a íris mas ele olha sempre o chão e nunca as pessoas de frente, não sei se por vergonha, se por medo. Ele não me olha, e tem dias em que acho que se o conseguisse encontrar com o meu olhar que lhe conseguiria ler a alma e dizer-lhe sem palavras que não tem que fugir das pessoas. Um dia se o vir sentado no banco do jardim frente à igreja como também já o cheguei a ver, vou falar com ele. Devia tê-lo já feito. Hoje vi-o a caminho do emprego e a caminho de casa. Hoje vi-o duas vezes. Hoje odiei o mundo por duas vezes. E hoje não o consigo esquecer.
domingo, julho 18, 2010
Entre as linhas
Há poemas que se escrevem e que jamais serão lidos.
Há cores inventadas e que jamais impregnarão uma tela.
Há lugares do coração que nos esquecemos de procurar.
Há medos que por mais que combatamos não se esgotam ao nascer do dia.
Há verdades imensas, valiosas, donas da Humanidade.
Há coisas que gostaríamos que fossem fáceis, e só o são se assim o quisermos verdadeiramente.
Há partes de nós que são estilhaços que nos cortam a nós e aos outros.
Há palavras que não queremos vir a precisar de dizer.
Há caminhos que não queremos percorrer.
Há que percorrê-los, a pé, a voar, contigo, por ti, ou apenas para te alcançar.
Há sentimentos que se alojam nas encostas da nossa alma, tal como as rochas tumulares nas praias fazem alterar a morfologia do mundo.
Há coisas que quando nos imaginamos sem, fazem com que o reino dos nossos sentidos se desmorone.
Ritmo.
Obra.
Devaneio.
Revelação.
Inimaginável.
Gesto.
Obrigatório.
Há o verso curto e há a composição escrita. As entrelinhas que foram inventadas para que consigamos descobrir o que deixou de ser visível, as frases feitas para nos redimir, e...as mesmas, capazes de nos condenar.
domingo, julho 11, 2010
É bom...
É bom quando chegamos, sentir que foi como se nunca tivéssemos partido!
Também gosto da sensação de partir, e nesse mesmo momento vislumbrar a minha chegada. Por melhor que seja o motivo da ida, só é de facto bom, se tivermos uma razão ainda melhor para regressar. Sempre vi assim as minhas viagens. Fui sempre na intenção de voltar. Houve apenas uma vez que não o desejava, queria lá ficar, nem sei bem porquê...estava a gostar por demais da novidade e a achar que aqui no lugar onde tinha de ficar não tinha grandes coisas para fazer, a não ser continuar a aprender um pouco sobre tudo e nunca muito sobre coisa alguma. "Adolescentes" diz a irmã!!
Mas a verdade é que voltei. No ano seguinte regressei pela mesma altura, os planos foram alterados à última da hora, peguei em mim, comprei um bilhete e meti-me no avião, queria desaparecer...mesmo que fosse só por 10 dias, mesmo sabendo que o longe é sempre perto demais. Voltei tristíssima por sair de lá, foi uma verdadeira tortura, mas voltei. Alterada. Tomei decisões, mudei tudo, desisti do que havia a desistir e formulei uma recuperação: nos entretantos fui celebrando a vida!
Desde então a viagem que fiz foi por aqui mesmo, a do ano passado não conta...e este ano também não prevejo nenhuma no horizonte!
Viajarei nos sonhos, que vou trilhar por entre caminhos feitos em chão de pedra dourada coberta por todo um manto feito de retalhos de alegria e cheiro a moringa.
Além dos sonhos, viajarei com as palavras, nos intervalos dos esforços laborais, nas noites quentes e abafadas de Verão, nas manhãs cheias de esperança e frescura, nos entardeceres calmos e abraçados, sim o entardecer é capaz de nos abraçar: normalmente é nesse momento que o nosso coração se deixa inflamar.
sábado, julho 03, 2010
Manifesto ao Prazer
Creio que preciso de descodificar o prazer. Afinal o que é isso de "prazer". Sei sentir, mas não sei explicar. Não sei se coloque a questão em termos físicos, ou siga outro rumo que desemboque numa ressonância magnética à alma.
O prazer poderá ser dor?
Acho que sim. Pode gerar ou ser gerado por ela. Deveriam ser antagónicos, mas vejo-os um ao lado do outro, de mãos dadas. Porém, e é aqui que entra a grande questão: o prazer proporciona felicidade. Andamos todos à procura de ser felizes, mas dou por mim a olhar para isto tudo e a crer que procuramos de maneira errada. É como se a felicidade fosse uma meta e não todo o chão que pisamos até chegar a ela...A felicidade meus caros é algo que está sempre connosco, dentro de nós, e para onde quer que vamos, a felicidade está em nós, é tudo aquilo que somos, o que de bom nos alegrou e o que de mau nos fez mudar, mudar para melhor. Sejamos independentes e encontraremos forma de dar a quem precisar de receber. Talvez a questão à qual não quero responder seja "És feliz?", mas sim "Podes ser ainda mais feliz?", prefiro responder à segunda questão.
E eis que me lembro do prazer, e nas suas variações, o prazer na dor como já mencionei, o prazer como escape, o prazer como manifestação sensorial dos nossos sentimento, ( a sensação de sentir...jamais esquecerei isso), o prazer como resultado explosivo do afecto que sentimos por alguém, o prazer em dar, o prazer de receber, o prazer da carne pura e dura, o prazer na vontade que se gera entre duas pessoas sem que precisem de fazer uma pergunta que seja, o prazer de um simples acordar silencioso, porém majestoso em gestos, o prazer de ouvir a voz de alguém de quem se gosta e que nos faz falta, o prazer em achar que há muito para fazer, por isso o que está feito se feito com prazer não precisa de qualquer recriminação.
O prazer. Sintam-no, mas não façam dele um sedativo, não vejam no prazer uma sensação momentânea, um escape para os problemas da vida, problemas sempre teremos, resolvemos uns e logo surgem outros, com o prazer é a mesma coisa, deixamos de ter prazer numas coisas para ter noutras, e o mesmo com as pessoas, e o mesmo com as cores, e o mesmo com a felicidade, hoje sou feliz, mas amanhã quero ser mais!
domingo, junho 27, 2010
É de noite que os deuses descem à Terra dos Sonhos
sábado, junho 26, 2010
Afinal do que é que não gosto
domingo, junho 20, 2010
Respiro entre Vento e Aguarela
(fotograma do filme, E tudo o ventou levou, 1939)
sexta-feira, junho 18, 2010
Pessoas
domingo, junho 13, 2010
Passarinho na gaiola!
"Disseste-me tu!"
Sinto as grades, as asas presas e o espelho que reflecte a imagem que não apetece admirar.
A prisão que esgota, suga a energia, e cola as asas à carne que não se vê.
E dentro da gaiola há o pauzinho suspenso por dois fios feitos de arame que o transformam num balouço, sinto o arrepio do balanço, o medo de cair...mas não caio, eu devia cair.
Não percebo..eu devia cair.
Uma coisa é não querer, outra é não poder, um coisa é ser, outra é algo que não sei o que é.
Quero voar, pode ser baixo, naquele voo tangente ao solo que por timidez roça na ponta da erva orvalhada que arrepia a barriga ao toque, mas quero voar. Mas não consigo cair primeiro.
Não rasga, não corrói, não verga, não expulsa, o que entra fica e não sai.
Não corre, não parte, não estica, o que respira transpira e não molha.
Bate as asas passarinho, que o gato está a ver-te por entre as grades da gaiola.
sábado, junho 05, 2010
A um passo da Eternidade
sábado, maio 29, 2010
O Passado é capaz de vos libertar
domingo, maio 09, 2010
Porque a Felicidade é um Império
Para a minha amiga
domingo, abril 25, 2010
A profetisa das sensações
Mar
domingo, abril 18, 2010
A primeira viagem da pequenina
domingo, abril 11, 2010
Escolham as vossas......
sexta-feira, abril 02, 2010
Como que em círculos
sábado, março 27, 2010
d e v a n e i o
domingo, março 14, 2010
Fogo gelado
quinta-feira, março 11, 2010
Estás-me nos dedos
sexta-feira, março 05, 2010
"Daqui à Eternidade"
terça-feira, março 02, 2010
sábado, fevereiro 27, 2010
Quando alguém morre
Uma noite como esta
quinta-feira, fevereiro 25, 2010
segunda-feira, fevereiro 22, 2010
Entretenimento
terça-feira, fevereiro 16, 2010
Juro pela minha saúde
domingo, fevereiro 14, 2010
Adaptações
Comprei-o na Quinta à tarde e comecei a ler. Fui dormir à noite e li um pouco mais de manhã. De tarde fui ver o filme, foi como se me tivessem esmurrado durante duas horas. A minha amiga sentiu o mesmo. Precious é demasiado forte, realista e profundo. Porém convém ser visto, porque há coisas assim ... que merecem o nosso respeito. Terminei Push na mesma tarde.
quinta-feira, fevereiro 11, 2010
Who's Gonna Save My Soul
Sim Gnarls Barkley! Sou devota :) (não é a minha canção preferida, mas amoooo o vídeo)
quarta-feira, fevereiro 10, 2010
terça-feira, fevereiro 09, 2010
Quero mais
domingo, fevereiro 07, 2010
Atonement - Briony ♪
(O único óscar que este filme ganhou foi o de Melhor banda sonora) Dario Marianelli transforma brilhantemente para notas musicais as palavras da história de Atonement, e este tema é só o início da viagem. Leiam o livro e depois vejam o filme, o resultado é espantoso, porque Atonement é dos poucos casos em que a adaptação de romance a Cinema é excelentemente conseguida!
Recomendadíssimo
sábado, fevereiro 06, 2010
Sombra pesada II
quinta-feira, fevereiro 04, 2010
Vamos a parar com a chuva 'tá?
terça-feira, fevereiro 02, 2010
sábado, janeiro 30, 2010
'The Ghost Writer' Trailer HD
(e agora lembrei-me da música)....Roman Polanski o dono da sobriedade!
"A experiência"


