sexta-feira, abril 02, 2010

Como que em círculos

Os momentos que escolhemos para sermos felizes, recolhidos na doce contemplação do momento vivido são os que contam. Os que contam são os que recolhidos na doce contemplação do momento vivido, e de facto vivido e latente, cresce fresco mesmo depois de tanto tempo.
Os momentos que escolhemos para sermos felizes são os momentos que podem ter sido bons ou maus: se bons, recordamo-los para sorrir, se maus ,a escolha recai sobre o momento da superação, aquele momento em que reaprendemos a valorizar tudo aquilo que perdeu o devido valor. E é assim, simplesmente assim, fácil, leve e apaziguador. Fácil agora, mais difícil na altura, não fosse o tempo uma corrente de ferro que nunca, nunca se corta.
Tudo nasce do momento da escolha que fazemos sem que disso nos apercebamos, passamos o dia a fazer escolhas, hoje ou amanhã, aqui ou ali, assim ou assim, de lado ou de frente, contigo ou sem ti, sorrindo ou chorando, andando ou a voar, ao acordar ou ao deitar, agora ou daqui a cinco minutos, com manteiga ou queijo fresco, em casa ou na rua, porque sim ou porque não, por mim ou por ti, por nós ou por ninguém.
Perpetuar como que em círculos, fazê-los rodar, rodar com eles e para eles, fazer do violeta a junção do vermelho e azul, rodar com as cores, correr ao vento com elas, respirar o ar que agora é violeta e ontem era cinza, olhar o céu e ver coisas sem fim, ver coisas que ninguém vê, ou talvez veja mas não se atreva a dizer-nos.
Escolhemos o ser, a carne, e o espírito que é tudo menos santo, porque a santidade está no coração e não naquilo em que cremos. Devoramos o que há para devorar, esticamos o tempo concedido pelo som da harpa, vibramos com a imaginação feita acção ritmada, recordamos o dia, a noite, a hora e o minuto, do geral para o particular, do perfil para o sorriso aberto. Recordar, guardar, usar e preservar. Fazer do velho, novo, e tornar o novo nalgo mágico. Questionar e reflectir sobre o valor do abstracto e do concreto. O que vale mais? O que perdura? Será que escolhemos as lições a aprender? Pedir paz e lembrar que a paz começa em nós, no nosso coração e na nossa alma.

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