
Devemos correr atrás do que queremos.
Devemos sempre prestar atenção ao que nos rodeia, a quem nos rodeia e a quem rodeamos.
Devemos perdermo-nos para nos voltar a encontrar.
Devemos deixar sempre a porta entreberta para que os fantasmas percebam que não os tememos.
Devemos repetir sempre aquilo que já sabemos que o outro sabe.
Devemos deixar que as oportunidades não escorram por entre os nossos dedos.
Devemos partilhar o pouco que temos, para que o pouco se transforme em algo grandioso.
Devemos morrer se queremos renascer, sem deixar morrer o calor que emana do nosso coração acorrentado à carne fria.
Devemos beber do suór da Lua, cantar com as lágrimas secas do Sol, maravilharmo-nos com o odor das estrelas em noite escura e quente, devemos fechar os olhos para assim vermos toda a uma vida.
Devemos contemplar o Vazio que sentimos engrandecer-se na derrota dos nossos actos.
Devemos deixar o Vazio instalar-se, comprazer-se na nossa dor, deixá-lo mais um pouco.
Devemos apelar às forças que já não acreditamos ter, alimentá-las do que de bom ainda possuimos, pegar na espada da Vitória e despedaçar o Vazio, deixá-lo ir com a brisa fresca da saudade e sair vitorioso no seu lugar.
Devemos partir, se nunca abandonarmos o nosso lugar.
Devemos ficar, se nunca tivermos vontade de partir.
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