domingo, julho 18, 2010

Entre as linhas

poemas que se escrevem e que jamais serão lidos. Há cores inventadas e que jamais impregnarão uma tela. Há lugares do coração que nos esquecemos de procurar. Há medos que por mais que combatamos não se esgotam ao nascer do dia. Há verdades imensas, valiosas, donas da Humanidade. Há coisas que gostaríamos que fossem fáceis, e só o são se assim o quisermos verdadeiramente. Há partes de nós que são estilhaços que nos cortam a nós e aos outros. Há palavras que não queremos vir a precisar de dizer. Há caminhos que não queremos percorrer. Há que percorrê-los, a pé, a voar, contigo, por ti, ou apenas para te alcançar. Há sentimentos que se alojam nas encostas da nossa alma, tal como as rochas tumulares nas praias fazem alterar a morfologia do mundo. Há coisas que quando nos imaginamos sem, fazem com que o reino dos nossos sentidos se desmorone. Ritmo. Obra. Devaneio. Revelação. Inimaginável. Gesto. Obrigatório. Há o verso curto e há a composição escrita. As entrelinhas que foram inventadas para que consigamos descobrir o que deixou de ser visível, as frases feitas para nos redimir, e...as mesmas, capazes de nos condenar.

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