domingo, julho 11, 2010

É bom...

É bom quando chegamos, sentir que foi como se nunca tivéssemos partido! Também gosto da sensação de partir, e nesse mesmo momento vislumbrar a minha chegada. Por melhor que seja o motivo da ida, só é de facto bom, se tivermos uma razão ainda melhor para regressar. Sempre vi assim as minhas viagens. Fui sempre na intenção de voltar. Houve apenas uma vez que não o desejava, queria lá ficar, nem sei bem porquê...estava a gostar por demais da novidade e a achar que aqui no lugar onde tinha de ficar não tinha grandes coisas para fazer, a não ser continuar a aprender um pouco sobre tudo e nunca muito sobre coisa alguma. "Adolescentes" diz a irmã!! Mas a verdade é que voltei. No ano seguinte regressei pela mesma altura, os planos foram alterados à última da hora, peguei em mim, comprei um bilhete e meti-me no avião, queria desaparecer...mesmo que fosse só por 10 dias, mesmo sabendo que o longe é sempre perto demais. Voltei tristíssima por sair de lá, foi uma verdadeira tortura, mas voltei. Alterada. Tomei decisões, mudei tudo, desisti do que havia a desistir e formulei uma recuperação: nos entretantos fui celebrando a vida! Desde então a viagem que fiz foi por aqui mesmo, a do ano passado não conta...e este ano também não prevejo nenhuma no horizonte! Viajarei nos sonhos, que vou trilhar por entre caminhos feitos em chão de pedra dourada coberta por todo um manto feito de retalhos de alegria e cheiro a moringa. Além dos sonhos, viajarei com as palavras, nos intervalos dos esforços laborais, nas noites quentes e abafadas de Verão, nas manhãs cheias de esperança e frescura, nos entardeceres calmos e abraçados, sim o entardecer é capaz de nos abraçar: normalmente é nesse momento que o nosso coração se deixa inflamar.

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