quinta-feira, outubro 25, 2007

Les chansons d'amour

Imaginem que lhes apetece ir a Paris.
Imaginem que lhes apetece ver parisienses.
Imaginem que lhes apetece ver chuva em Paris.
Imaginem que não sabem muito bem o que achar do Amor e que um filme pode dar algumas respostas, ou deixar umas quantas questões pertinentes no ar.
Imaginem que vão ver o Les chansons d'Amour!

Com esta obra temos a oportunidade de entrar na cabeça, no coração, na casa e na voz de uma geração que não sabe muito bem o que fazer com o Amor. Não é que não o sintam, bem pelo contrário, sentem-no, misturam-nos e dissolvem-no no seu dia a dia, partilhando-o com um número de pessoas maior do que o normal(?).

Uma primeira análise deste filme pode levar-nos a conclusões estranhas, alguns comentários como "francesisses", mas se pensarmos um pouco mais, apercebemo-nos que não é bem assim, trata-se de uma visão sintetizada de como o amor e a paixão, o desejo e a sombra da "normalidade" podem travar batalhas nem sempre justas, nem sempre imparciais.

Vamos tendo surpresas no filme, a fotografia límpida de uma Paris vista de ângulos esquematizados, câmaras que se movem sobre carris ( vendo-se os carris), câmaras colocadas sobre carros, câmaras sempre em movimento, que se movem em simultâneo com coreografias dos actores simples e algo boémias, urbanas e quase teatrais, parece um pouco contraditório, mas há como que uma sussessão de tudo isto em diferentes cenas, uma salada russa num filme francês a bem dizer!

Outra surpresa, oh é um musical, e resulta tão bem que a partir de certo modo não queremos ouvir nada na língua francesa que não seja cantada, seja sobre o que as personagens estão a sentir, seja porque chove em paris, ou porque os "animais estão melancólicos", ou porque as crianças brincam no parque com as mães, mas são canções de amor, todas elas, o amor em todas as suas variantes, com todos os seus caprichos, o amor ao virar da esquina, o amor a três!

Interessante as diferentes formas de fixação de imagem como aquela em estilo fotodocumental usada de modo a tornar ainda mais presente e persistente e imagem da morte, o vazio avassalador que ela deixa, o rasto da dor que percorre toda uma rua escura como se a luz se extinguisse logo ao nascer do dia.

Saímos da sala pelo menos a pensar que não devemos dar nada por garantido, que a vida é curta, que cantar mesmo para dentro não faz mal, que dançar em plena rua não é pecado, que amar o próximo é correcto desde que nos faça feliz, que "tentar" é a melhor hipótese, que devemos acima de tudo sentir e procurar sentir, se não o fizermos morremos ainda antes do dia derradeiro!

Assim vale a pena repartir a relação entre a "partida" dela, a "ausência" de ambos e o "regresso" dele, sim faz todo o sentido, ah e já escreveram uma canção de Amor?

Apetece-vos esscrever uma canção de Amor?
Não percam tempo!!

1 comentário:

Joanne disse...

Fiquei bastante curiosa...e em breve ate vou a Paris =D