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Este mês tem um poder especial.
Não sei explicar ao certo por palavras que poder é, mas creio que é algo que tem que ver com o poder da antecipação. Novembro está entre outubro e dezembro, dois dos meus meses preferidos, mas por estar no meio não é mediano, e por estar no meio não é como aqueles irmãos de quem nunca se ouve falar, de quem nunca se espera muito. Pelo contrário, eu espero muito de novembro, espero tudo.
Por ele, esqueço que não gosto da sensação de frio quando fico muito tempo no sofá sem uma manta, e esqueço que está na hora de trocar bolas de gelado por pedaços dantescos de chocolate de leite. Por ele, prefiro ficar horas a ver filmes agarrada ao meu marido, do que a suspirar pelas horas de sol passadas na Figueirinha. Por ele, ando de mão dada na rua a pisar folhas de ouro estaladiças e a sorrir sempre que vejo as bochechas rosadas de uma menina criança emolduradas por uma franja e um gorro quentinho.
Novembro é o mês da esperança e dos preparativos mentais. Nada se faz, mas tudo se pensa. Onde vai ficar a árvore desta vez? Será que colei a cabeça daquela peça de presépio partida no ano passado? Onde vou passear na manhã de dia 24. Cabrito, perú ou leitão? Bolo, mousse ou azevia?
Tantos preparativos que "o irmão do meio" tem de equacionar. Novembro é frio, mas não é aquele frio que nos atira para a cama. Novembro é frio o suficiente para nos voltarmos a apaixonar pelo cheiro a castanha assada e pelo som das castanhas a serem balançadas no assador de latão. Novembro são as primeiras luzes, que por serem as primeiras, são alvo de olhares incrédulos mas que depressa ganham o seu lugar, e depressa nos mostram que é natal outra vez.
Novembro foi o mês em que te conheci, se já não bastasse tudo o resto.
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