quinta-feira, outubro 19, 2006

ODiaQueMorreuAoNascer

Chove lá fora, brisa enublada, o tempo parece impaciente, e hoje não podia estar em maior contraste comigo, não estou bem mas pelo menos sinto-me infinitamente não mal.
O amor vejo-o como algo pequeno (maior incoerência), mas perdoem-me.. possuo hoje o coração na ponta dos dedos e escrevendo freneticamente à meia luz cinza das pesadas nuvens, a mente contorce-se, esfrega algo e sai isto.
"Há tempo" dizem os coerentes, eles devem conhecer as parcas fiadoras , eu nunca as vi, podia jurar que as senti, subindo a minha coluna, arrepanhando a carne e silenciado o grito, que não gritei porque vi que um e um são dois, mas de dois tira-se um e fica um, que dividindo ao meio, fica meio e com meio não faço nada, com meio sou metade, para me completar, há que somar e multiplicar e eu ainda só sei subtrair e dividir.
Sentir o amor, falar do amor, sempre o amor, é sempre ele e mais ninguém, como se não houvesse mais nada, como se fosse o ponto de partida e de chegada e o próprio caminho...qual caminho, que seta seguir, parar para recuperar, onde, quando, porquê, hoje?
Amanhã. Amanha respondo ao amante ( aquele que ama, não o que se compadece com o prazer).
Agir, agir sempre, institiva...furtuitamente...egoísta sacana, está à espreita, "andas a seguir-me", escuto os teus paços, associo-os à tua sombra, desiste, não, não, não desistas, fica sempre, olha-me ao adormecer, canta-me o canto da melodia inglesa que ouviste através das linhas mundias que descarregam milhares, milhoes, ao segundo, à centésima do segundo e expelem o som, como se de poros se libertassem...
É um vício. Um ciclo acrílico de cheiro intoxicante, que queima os pulmões, entope as veias, agúa os olhos, magoa o peito, rasga a carne e corrompe a alma, com complacência, disciplina.
E quando eu não estiver, é porque sumi da cara redonda da terra, entrei na crosta profunda e ardente, laranja e castanha, hibernei para o fogo, cometi um ataque terrorista em mim mesma...se não o fiz é porque então fui antes apanhar o metro e entrei numa carruagem repleta de ovelhas tatuadas a lerem as páginas de um qualquer papel reciclado gratuito.
As árvores são cortadas, os homens enterrados, da árvore nasce o papel do Homem um fruto igual cada vez mais igual, cinzento, triste como este dia que repito, não podia estar em maior contraste comigo.
Feliz o que não tem internet. Feliz o que não vê o que eu vejo.

2 comentários:

Anónimo disse...

Infeliz o que não te conhece!

Bu

Prometheus disse...

Infeliz sim aquele que até ela quer chegar, dispondo apenas de um obscuro e desconfiável caminho... Infeliz aquele que com ela não pode privar, de perto, mais de perto, mto mais, para além desta máscara, da internet... Torno-me feliz, porém, ao desenrolar um pensamento, ao concretizar uma ideia, ao escrever-te ... Para isso contribui o dia, o tal dia que se pretende especial, 21 de Out. Uma audiência repleta de sentimentos e emoções salta, de repente, do meu coração, gritando no frio da noite escura:

PARABÉNS!!!!

Com um sorriso tocado nos lábios, arrumo apressadamente essa plateia efervescente, sentindo-a aos pulos dentro de mim... De repente estás apenas tu sentada nas cadeiras todas iguais dirigidas para mim...
No nervoso miudinho que tb sinto, acho um presente para ti e para o teu ouvido... Digo:
"espero que gostes e que tenhas um dia feliz"

reservo-te o lugar algures por aqui:
http://meems.imeem.com/z41Dnyu5/music*
*/OEU_Mrw0/enjoy_the_silence/

grande beijo deixo mesmo antes de desaparecer na escuridão do dia teatral****