quarta-feira, outubro 25, 2006

Little miss Sunshine

Estanhamente traduzido para "uma famíla à beira de um atque de nervos" Little miss Sunshine é até agora a minha comédia do ano: simples, inteligente, prática e disfuncionalmente coordenada.
O elenco parece escolhido a dedo, são só actores a quem os papéis oferecidos costumam ser secundários, um tantas vezes menosprezado Greg Kinnear (toda a gente já viu um filme com ele) , a calma vibrante Tonni Colette, uma pequena grande menina chamada Abigail Breslin,Steve Carell "O Grande" depois do Alexandre...
E todos eles num filme onde não há protagonistas, ironia do destino, cada personagem vive o seu drama pessoal numa família muito pouco ortodoxa: um adolescente que não diz uma palavra há 9 meses, um paí rígido e controlador, um avó viciado em heroína, um tio homossexual e que à conta da má sorte tentou o suicídio e para mal dos seus pecados...falhou, uma mãe que só quer proteger quem ama, e uma Little miss Sunshine, com um sonho grande demais, mas que concretiza mais ou menos...mesmo adorando gelados de chocolate:
"Can't touch this!"
E todos metido numa viatura, numa longa viagem, muito atribulada, que tem como único propósito um concurso de misses infantis, que mostra tão bem a mentalidade americana, "o sonho americano" ou melhor, aquilo que as mães ambicionam para as suas filhas, a plasticidade, os sorrisos, o reconhecimento e muita, muita laca!!Mas lá está o grande objectico do filme não é espelhar a América, mas sim resolver os problemas latentes numa família, o concurso Little miss sunshine, não é o fim, mas sim o meio!
Gostei desta obra, por ser simples e caricata, muito pouco estereotipada, o humor é retirado da simplicidade das acções e hilariedade das situações, uma "pão de forma" que só mete a partir da terceira e que com o calor queimou a bozina que agora toca initerruptamente ao longo da auto estrada.
No fundo Little miss sunshine é daquelas lufadas de ar que surgem, numa altura em que o que está a dar são filmes para adolescentes, cheios de hormonas, sangue e porrada da boa e da grossa...vem esta coisa amarela, a destoar, a iluminar..e a fazer-nos ver que se calhar a nossa família até é bastante "normal".E não há nada que o amor e um bloco de notas não resolva...mesmo quando no meio da confusão alguém fica parta trás...
Não me surpreende nada em ver esta obra de algum modo não esquecida nos óscares deste ano, não é que hoje em dia a nomeação tenha muito valor, porque há muita coisa em jogo, mas que merecia, merecia...mas como é uma comédia o melhor é não contar com muito..
Não quero entrar em pormenores, mas vão ao cinema, vejam por vocês próprios, nao quero estar aqui a debitar isto e aquilo sobre as coisas de que gosto, o que quero mesmo é que vão ao cinema, ou não..mas vejam coisas que dão que pensar, que enchem uma tarde ou uma noite..essa é a magia do cinema, é deixar-nos entrar num mundo diferente que nos faça ver o nosso com outros olhos...é para isso que ele existe..é para isso que a Arte existe, se não fosse a arte (seja qual for o seu suporte) a vida era tão monótoma e as nossas mentes estavam já tão atrofiadas.

1 comentário:

Prometheus disse...

"uma "pão de forma" que só mete a partir da terceira e que com o calor queimou a bozina que agora toca initerruptamente ao longo da auto estrada." loool XD .. Faz-me recordar o humor simples mas perfeito de Gato Preto Gato Branco. De facto ja tinha perscrutado a crítica deste filme no meu sonar cinematográfico, sendo ela já positiva. Mais uma razão para me sentar na cadeirinha mágica e viver este filme por dentro...
Entretanto o prometheus aconselha "Children of Men" aos leitores bem como à princess, agradecendo o seu contributo no divino mundo TriBi =)

Procuro ainda um sorriso medieval por entre as gentes do castelo, um romântico sorriso que se diz sozinho sem o ser...

Espero que estejas bem...

bj**