sábado, outubro 28, 2006

Children Of Men ("the last one to die please turn out the light")

Distopia é a existência de um mundo onde tudo é negativo.
Alfonso Cuáron leva-nos a ver o nosso mundo negativamente, retirando tudo o que dele no poderia fazer sorrir. Amar quem? Amar porquê? Amar a quem?
Sentimos a tristeza no vaguear de uma população triste e cansada, sentimos a tristeza da terra infértil e seca pelos pés de Clive Owen. Revoltei-me comigo própria, com os filhos que ainda não tive, com os filhos que nunca serão pais, com os pais que nunca serão filhos, revoltei-me com a ideia de que um dia me tirarão a razão de viver... "creseci e multiplicai-vos", de que nao terei a oportunidade de ver a minha carne nas feições de um outro ser, de não sentir as suas mãozinhas a puxar-me o dedo indicador, de não ouvir o seu riso, de não o poder proteger dos males do mundo, de ter o poder para afugentar os pesadelos, de lhe ler a estória antes de dormir. No fundo revoltei-me com o facto de me dizerem "The last one to die please turn out the light"...vazio..., o som do silêncio que perturba, a venda do "quietus" como resposta profunda e consoladora, o ranger da porta como destabilizador catalizante de sensações...arrepio na coluna. A fé que se perde, a camara que não limpa o sangue, o grito de dor, o choro pelos 18 anos que mais uma vez despedaçam o coração fraco de lutar, mais uma batalha perdida, mais uma lágrima que não se chora..." ele tinha os teus olhos.." Pára, recomeça.. "Eu tive uma irmã!" Children of men é poderosamente poderoso, perturbador e realista, uma realidade à qual não percebemos que lugar ocupar, que não queremos ocupar. Prefiro pensar que o meu futuro se condensará numa utopia na qual caminho para a perfeição, no qual as maçãs são vermelhas, na qual posso profetizar a minha fé no meu sangue, no qual posso optar e partilhar, partilhar sabe tão bem. Alfonso Cuáron ( o meu próximo génio) faz algo que para mim era até ontem inimaginável, conjugar medo, milagre, arte enclausurada, autocarros londrinos futuristas mas curiosamente iguais aos dos nossos dias, e um porco insufável que vagueia na janela de um ministro...a arte aprisionada, mutilada, "animals" de outrora, para quem ainda se recorda, ou para os que nunca esqueceram. Saí da sala atordoda, acho que com dores de cabeça, pensativa e curiosamente hoje numa igreja enquanto assistia a uma dessas consagrações da nossa cultura religiosa, dei comigo a pensar.."no mundo de Theodore isto jamais aconteceria...", perdidos! Não me deixem perder a esperança, não me deixem esperar pelo barco na manhã enovoada, nao me deixem sozinha num apartamento a beber café, não me deixem...não vão...não me deixem apagar a luz.

2 comentários:

Anónimo disse...

Muitos descrevem o apocalipse como um cometa similar ao k supostament matou os dinossauros. Na sexta comprei uma revista k diz k afinal primeiro houve o akecimento global, so dp veio o meteorito, um pekeno aparte. O verdadeiro apocalipse estamos nos a cria-lo, cd vez k inspiramos e expiramos o mundo caminha lentamente para o seu fim, ate haver um novo akecimento global e a vida humana acabar, vai-s xegar ao ponto d o k realmente interessa e sobreviver mais um dia, ja n interessa s vamos conseguir positiva akela cadeira, s vamos ao cinema, s akela pessoa k amamos um dia ira gostar d nos...quem tem o poder ve isso mas vivem o presente sem s preocuparem cm o futuro, cm as consequencias dos seus actos, sao egoistas. Enkuanto eu estiver aqui...tu sabes*

Bu

Anónimo disse...

Ola! Eu ainda n vi este filme mas parece estar excelente, pelo menos daquilo q conheço da estoria. Devia ser um filme obrigatorio para toda a gente ver, podia ser q assim as pessoas tomassem um pouco de consciencia dos seus actos.

Espero que esteja tudo bem contigo

Beijos Grandes

Ass:um ex-colega de carteira de frances :)