Mas também diz a bélica excelência
Nas armas e na paz, da gente estranha
Será tal, que no mundo ouvido
O vencedor, por glória do vencido
Os Lusíadas, est 56, canto VIII, v.5 a 8
Velhos truques, por vezes não passam de truques e velhos, coisas da idade. E num universo como é o cinema, coisa do ano passado é também coisa desse mesmo passado.
Sou fã incondicional de Johnny Depp, mas às vezes não chega o carisma do Homem mais versatilmente duvidoso da História do Cinema Contemporâneo. Nem chega mesmo o facto de o du, tri, quaduplicarem na tela...nem sempre cola, por maior que seja a geniosidade deste Johnny from wonderland!
Parece encerrada a história dos piratas, ou não...( para quem assistiu à pérola final) http://www.youtube.com/watch?v=b5FI4ZnHhnA), Orlando Bloom diz que o final desta trilogia é digno de uma grande epopeia, eu cá acho, Senhor Bloom que o melhor é esticar bem as velas que a nau precisa de abrandar (peço desculpa mas domino muito mal o vocabulários das lides marítimas). De facto a história do Capitão Sparrow terminou ( e é aqui que fazemos buáaaaaaaaaaaaa), mas por agora não faz sentido algum prosseguir.
Quanto a outras personagens, sim pode-se arranjar qualquer coisita, mas por favor esperem mais um pouco, aí uns 10 aninhos ou coisa do género!
O mar navegado por Gore Verbinsky, banhou todo um mundo, atingiu as metas comerciais a que se comprometeu, manteve um belo elenco, uma bela filosofia visual, a argumentativa, essa sim uma verdadeira banhada.
Não consegui deixar de notar grande cansaço (não, não do público, esse ficava 4 horas na sala se preciso), mas dos actores fulcrais à trama, nomeadamente o par romântico que numa de "ele ama-me, ele não me ama" não atava nem desatava, com diálogos fracos e olhares desviados.
A estrela da companhia é inantigível, não há critica negativa no meu horizonte, ele são os desequílibrios, os olhares estrambólicos, a peruca que de tão falsa só podemos dizer "ena pá parece memo verdadeira".
De louvar, está o guarda roupa, os cenários e os efeitos especiais, principalmente na cena envolvente (não pelo par) mas pela fusão de céu e mar ambos esterlados, entre Will e Elizabeth, uma mar reflectido no céu...ou seria o contrário (também quero uma noite assim!!).
Outra cena a referir é a esmagadora cena em que é descoberta a forma de alcançar os confins do mundo, e a entrada nesse mesmo lugar.
O bom deste franschise é o casamento entre Acção e Humor, da qual nasce o logotipo da Disney: brilhantismo cómico que já nos havia habituado nos dois primeiros filmes da trilogia, aqui o humor torna-se mais físico e feio, voam piratas, olhos, dedos congelados, e o resto fica a cabo do "you know who"!!
Mas, e este ano estão a haver muitos "mas", este Piratas não prende do início ao fim, o fogo é apagado a meio, nos "mares nunca navegados", nem as alusões odisseicas a ninfas Calipsos asseguram a frescura, nem a aparição da pedra rolante cuja esposa se assemelha ironicamente a um coco, nem Ken Watanabe, nem Jack Sparrow, ele multiplica-se mas não é (ainda) Deus!
Para dar estrelas, em 5 dou 4 (numa constelação puramente blockbusteriana)
e aqui estão elas
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1 comentário:
grande post como sempre
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