Seres frustrados são aqueles que não toleram sequer por um minutos a felicidade dos que os rodeiam, tornando-lhes a vida num real inferno. Tornam-se seres amorfos e são mais ou menos assim...
Uma janela que não se pode abrir
Um poeta que não sabe rimar
Uma pena que não consegue escrever
Uma criança que não é deixada brincar
Um fugitivo que não tem para onde fugir
Um lamento que não consegue magoar
Um mágico que não ilude
Uma batalha que não se pode travar
Um professor que já não pode aprender
Um dado que não se pode lançar
Uma montanha que não se pode subir
Uma agulha que já não fere
Um bailarino que já não pode dançar
Uma mão que não se pode fechar
Um fio que não se pode partir
Uma sombra que não se pode matar
Uma dor que não se pode sentir
Um aplauso que não se pode agradecer
Um instante que não se pode viver
Uma flor que deixou de crescer
Um amante que não pode amar
E porque tudo o que vejo, vejo como nos filmes. E porque tudo o que fazemos e sentimos pode ser recordado nas asas de um caleidoscópio em pleno movimento. Se há "acção" eu revelo por aqui.
sábado, abril 28, 2007
terça-feira, abril 24, 2007
ÉS GRANDE
E o sábio diz:
"Take a look at the girl next door, she's a player and a downright Whore, Jesus loves her but she wants more, oh bad girls get you down."
e prossegue:
"I went walking with my mama one day, when she warned me what people say, live your life until love is found, or love's gonna get you down. "
Lollipop, Mika
quarta-feira, abril 18, 2007
Três horas, um amor (monólogo, porque falava com um morto)
Noite fria. Não. Noite muito fria. Uma cama fria. Uma cama muito, muito fria. O relógio diz em tom silencioso que são cinco e seis da manha, e nem mais um minuto, talvez mais alguns segundos, segundos, segundos, segundos, segundo.
Faço contas à vida, e eu que nunca fui muito boa de contas. Nunca gostei de números, nunca me senti uma privilegiada pelos números, nunca lhes fui fiel, e tanto quanto sei nem eles a mim, nem tu a mim, e nem eu a ti, por isso estamos quites e não pensemos mais nisso.
Penso em ti, sei que não és o ser mais maravilhoso do mundo, mas são tantos os maus seres, que a tua bondade, vejo-a como uma luz ténue e apaziguadora, és bom, e nada mais interessa.
Olho para ti, não me vês, dormes profundamente, dormes ainda?
Não interessa, não vejo a tua sombra, não interessa, é melhor prosseguir.
Apetece-me falar, gosto muito de falar, às vezes não parece mas gosto muito, quero falar contigo, acorda estúpido! É tempo! Acorda estúpido quero conversar, não me interessa que amanhã tenhamos de acordar cedo, amanhã? Não, hoje ainda daqui a pouco temos de acordar. Pelas oito da manhã, é esse o nosso tempo, e falta muito pouco tempo para esse tempo chegar.
Quero falar. Quero falar contigo, quero falar sobre nada, quero falar do passado, quero falar do tempo em que dormia no ventre da minha mãe, quero falar do susto que ela apanhou quando confrontada com a verdade, quero falar do tempo de reis e majestades, quero falar de campos verdejantes, praias desertas, batas azuis, quero falar de impaciência, de bilhetes esgotados, da minha camisola de lã preferida encolhida na máquina, quero falar da agenda que perdi, do diário que escrevi, quero falar das coisas que nunca te disse, e das que sei que nunca me dirás.
Queres falar?
Dormes tão profundamente, jazes a meu lado, não vejo a tua sombra, morreste há muito tempo. Passou algum tempo, consegui preencher com ideias cerca de três minutos terrenos, mas quero mais. Oh como quero muito mais. Farta de ideias estou eu, comigo são só ideias, apetece-me verbalizá-las gritá-las em voz alta, tão alto quanto a minha alma desejar. Não vejo a tua sombra.
sexta-feira, abril 13, 2007
Irritabilidade literária
Muito se tem escrito e dito nos últimos dias sobre o universo dos blogues.
A mim só me apetece dizer, escrever que, enfim gosto de escrever e ninguém é obrigado a ler, por isso também não me venham com aquela máxima que tanto me irrita e tanta vontade me dá, de correr toda uma sala de arma em punho e espetar um balázio numa dezena de convencidos e com a mania das grandezas... porque já publicaram um livro!
Até me esqueci da máxima, ah já me lembro, " então mais valia estar quietinha!", ai estas coisinhas que se dizem são tão passivas, tão mesquinhas, tal como muitas pessoas que se dizem "amantes da Literatura", tenham calma, há espaço para todos, se de facto metade destes blogues "pretensiosos", como já por aí li, não possuirem conteúdo algum, todos nós sabemos o que lhes acontecerá, o mal não é fazer-se mal feito, tenho cá para mim que o problema é mesmo acreditar que não se sabe e fazer e preferir ficar quietinho!
Escrevam muito, com erros, sem erros, com elogios e desdenhices baratas, critiquem, escrever mais não é do que libertar letrinhas pequeninas acorrentadas a um orgão esponjoso e oh tão feio como é o cérebro humano!!
Escrevam no metro, no quarto, num encontro romântico, na praia, num encontro romântico daqueles mesmo muito, mas mesmo muito chatos, numa aula leccionada ao ritmo da lesma: daquelas que nem com uma dose cavalar de alguma substância mais energética vos servirá para alguma coisa...escrevam, mesmo que seja a fingir, escrevam!
E os senhores das letras, continuem a invejar mas deixem de ser invejosos, que esse sentimento álem de envelhecer a pele, causa muito sofrimento e solidão!
Ai!
sábado, abril 07, 2007
Tal como diz o coelhinho
sexta-feira, abril 06, 2007
This is Sparta!!
Como não tenho vindo a rechear linhas com pensamento cinéfilos, hoje parece-me um bom dia para tal efeito. Diz-se que esta Sexta feira é diferente das outras, diz-se que é Santa, pois eu não me apercebi, não me lembro bem do que é que ela fez para ser canonizada, mas também não é sobre isso que vou debruçar(por agora).
Muito se tem já dito e escrito sobre 300.
Graças a esse "zum zum" proporcionado por um trailer apelativo, uma banda sonora entusiasmante e uma falsa modéstia tão própria do nosso tempo " pois nós fizémos este filme com um orçamento muito reduzido!", obtém-se como resultado algo não muito mau, fazendo com que só se possa dizer bem, o que acaba por iludir.
Assiste-se a duas horas que passam num ápice, graças a um grande ritmo próprio do campo de uma batalha, não se perdem minutos precioso a pensar grandes planos de ataque e defesa, não o Rei Leónidas tem o seu papel bem decorado.
Está lá tudo, violência (que não é brutal), sangue (que não jorra como é de esperar), e muitas frases feitas, há também a amostra exageradamente heróica dos 300 frente a um rei que se vê como a um Deus, que tudo o que quer é que se ajoelhem a seus pés...mas os espartanos também só querem andar de cabeça bem erguida, daí a guerra.
A mensagem política de que tanto se tem falado por fora dos circuitos cimatográficos, torna-se um aspecto importante e que vem trazer ainda mais publicidade à película, fala-se muito de "liberdade" ao longo de 300, um povo que não se quer subjugar a um outro só porque este é maior e porque se acha no direito divino de mandar e desmandar onde muito bem lhe entender. O rei Xerxes menciona "trocas culturais" e "económicas", mas Leónidas percebe "escravidão" e vazio pessoal, O rei Bush menciona "educação" e o Médio Oriente percebe Jesus Cristo em vez de Maomé...se ao menos fizesse sentido...
Incompreensão. Poder. Domínio. Morte. Religião. Petróleo. São as palavras de ordem, no passado a última não se usava, mas também não se faziam pastilhas elásticas na altura.
Esquecendo a "mensagem", fiquei com aquela sensação de dejà vu ao ver 300, percebi-o como um híbrido entre Gladiador ( as cenas idílicas nas cearas de trigo) e Sin City (mas a isso não podemos criticar, trata-se do Universo Frank Miller). Não vi nada de novo, não me entusiasmei, não cheguei a torcer pelos espartanos, não senti o pulso forte do seu rei, não me emocionei com aquela rainha sensível e inteligente ( pelo menos era isso que queria dar a entender), e não saí satisfeita da sala, apenas minimamente confortada.
Dourado e vermelho são cores bem combinadas, 300 usa-as como estandarte, mas água que as dissolveu foi muito mal engarrafada por Zach Snyder, e ateção não é por falhar a fidelidaded ao comics, pelo contrário, talvez por uma colagem tão desavergonhada que a tentativa de superação não vai álem do efeito visual e esse sim esmagador. Não deixa de ser um dos filme de 2007, pelo menos muito se dirá sobre ele!
"Alguma mensagem para a Rainha?
Nenhuma que deva ser dita."
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