Il sangue di Cristo,
Bianca Maria Romano
Leio as palavras dos outros e percebo o quão livres não são.
Quero tanto escrever, ser livre como elas, ao falarem-me aos ouvidos, ao sussurrarem-me lamentos...
E eu escuto-as.
As pessoas, essas gritam-me mentiras: " É verdade!" juram elas.
Mas eu sei o que sei, e não me engano, e as palavras voam para longe.
Regresso a mim, tenho pressa em acabar. Quero cantar mas sinto-me amordaçada.
As minhas asas colaram-se uma na outra e conspiram abraçadas contra mim, contra mim que lhes dei vida.
Foram elas quem raptram as palavras, as palavras que não são minhas, porque são livres, e elas soltam-se porque não passam de palavrase para elas é fácil.
Mas como são fortes!
E as asas, essas sim minhas, como são fracas!
Ao acabar, isolo-me confusa no meio dos outros. Perco o chão, sufoco no ar que os outros respiram. Afogo-me nas lágrimas que não choram por mim.
As palavras que voltaram, agora livres, escorrem para o papel como que meu sangue sejam. Sinto-me engradecer na minha fraqueza... o mundo fecha-se.
Amanhã volta a força, com novo sangue, o sangue que é meu, meu e das palavras.
1 comentário:
Ai o meu amor.
Crescer custa querida, sentem-se os ossos estalar, mas o bom que tem é que nada se perde, tudo se transforma. Já dizia o outro. Todos os caminhos bons e maus nos conduzem a outros também eles bons e maus. O importante é a caminhada. As palavras embelezam a vida, descrevem-na mas não a vivem, são adornos. Mexem com o nosso imaginário, tocam sentimentos e despertam sensações.
O importante não é termos asas o importante é saber usa-las.
O importante não é quantos livros tu leste, mas quantos deixas escritos.
A vida que tantas vezes nos parece cruel acaricia quando mais precisamos e faz com que as nossas asas que por vezes parecem fracas se libertem.
O truque ??? bem é complicado. Vais ter de descobrir … senão, não tem graça !!!
Bjs
Mana
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