terça-feira, julho 12, 2005

No início...

Não sabia muito bem como e por onde começar a escrever...nem sempre as palavras que nós próprios criámos se adequam àquilo que queremos expressar, como se tivéssemos a necessidade de criar outras só nossas, íntimas, profundas para que mais ninguém as percebesse e não nos vissemos forçados a partilhar, sim porque o Homem não nasceu para partilhar, nem o Homem nem eu... Com isto não pretendo afastar as pessoas, eu gosto de pessoas, elas fazem-me falta, a sociedade lembra-me todos os dias desta minha necessidade tão presente. Não posso fugir para longe porque de nada me vale, a memória (essa cruel entidade) alarma-me a cada movimento, a cada respiração, memória essa que me agride nos piores momentos e me alivia nos melhores. A memória é como um caleidoscópio que retém imagens e depois as faz circular a uma velocidade inimaginável, presente em todos os momentos em todas as acções das mais simples às mais complicadas, oferecendo beleza e luminosidade que mais não são do que pura ilusão. Por isto gosto do cinema.Por isto preciso do cinema.Preciso de mais e mais imagens, mais e mais memórias, mais e mais palavras numa linguagem só minha. Talvez por isso tenha lido que a diferença entre o cinema e a vida reside no facto de que o cinema tem que fazer sentido, a vida não. Já me conhecem, melhores dias reinarão...

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