E porque tudo o que vejo, vejo como nos filmes. E porque tudo o que fazemos e sentimos pode ser recordado nas asas de um caleidoscópio em pleno movimento. Se há "acção" eu revelo por aqui.
quinta-feira, janeiro 26, 2006
From another point of view
Trata-se de Sorte!
O novíssimo filme de Woody Allen é um filme sobre Amor...acho que não se pode chamar bem amor ao que asistimos, mas convenhamos, que filme do Woody Allen trata o Amor puro?
Pois eu também não me recordo.
É que o que acontece para o nosso amigo Woody é que o que ele chama de Amor nos trailers não é senão Fascínio.
O fascínio que alguém exerce sobre o outro, a igualdade que o outro nos transmite por ser tão diferente, o equílibrio por nos recoradr de onde vimos, enfim não é Amor.
Matchpoint surpreendeu-me por se vislumbrar pouco Woody na tela. Primeiro porque desta vez ele não é a personagem perdida na ponta do pião lançado por uma mulher que o desarma, segundamente porque podemos dizer que este filme é noir, e não filme noir...se me é permitida a expressão.
Não consigo enquadrá-la em nada do que já vi deste realizador, apenas no que toca aos laivos de imprevisiblidade levado a cabo pelos estupendos Jonathan Rhys-Meyers e Scarlett Joansson (a menina menos hollywoodesca que tenho em mente, por ser dotadíssima de talento e beleza, e convicta nas palvaras "You're a liar!!!", e por isso tão invejada ...podem invejar desde que não sejam invejosos).
A imprevisibilidade chega também das personagens tão banais na nossa sociedade e pelas sitiações que desencadeiam.
E é isto que eu adoro no filme, o não saber ao certo o que se segue...saber apenas que será algo simplesmente simples, que provoca o riso da plateia porque nada poderia ser menos apropriado...
Assisti ao filme numa sala do Monumental, ou seja, nem sempre é um público fácil no que toca a americanadas e foi ouvir risos do início ao fim...não sei bem se pelo filme em si, ou por se reverem no anti-herói do filme, porque todos nós consciente ou inconscientemente já pensámos aquilo..."Era tão mais fácil se ela m*******!","Era tão mais fácil se eu tivesse aquilo!" e por aí fora.
Matchpoint é como se diz no ínício, uma questão de Sorte ( ou aquilo a que muitos chama Destino...e para outros o seu fatalismo), é uma questão de querer aquilo que está mesmo ao lado pondo a perder aquilo que está dentro de portas, é uma questão de dinheiro, de poder, de persuasão, de sorrisos falsos, de caçadeiras com canos cortados, de de esperança, de espera, de Inglaterra, de promessas, de acasos, de música clássica, de branco, de beijos à chuva, de Arte, de chamadas furtivas, de casa com vista para o Big Ben, da vizinha do lado, é um caso de polícia, de sonhos premonitórios, é uma quaestão de Woody Allen.
O filme é também um caso de "não está tudo bem!", é o que me parece pelo menos, a noção que tenho é que para o senhor quando estamos apaixonados a obra reflecte-nos e Matchpoint reflecte alguma amargura com a vida e com o amor pois claro.
Mas que fazer quando somos ultrapassados e esmagados pela bola de neve que desce a colina branca a duzentos à hora?? Podemos simplesmente esperar que passe e no próximo Inverno como sabemos o que nos espera, já lá não voltamos!!
Era bom não era??
Para o ano lá estamos de novo, com novo fogo, esmagados talvez por uma bola ainda maior e mais rápida, ou então recorremos à caçadeira de canos cortados...porque não??
Ou então optamos por uma partidinha de ténis e esperamos que a bola caia para o campo do jogador adversário, que também com sorte será muito melhor que nós e uma vez na vida não tenhamos que fazer tudo!
Tenho dito.
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