quarta-feira, setembro 14, 2005

O código como ilusão das massas

Foi com alguma náusea e sem nenhum tipo de entusiasmo que me prestei a ler O código de Da Vinci de dan Brown. Consigo perceber perfeitamente o fascínio de milhões por esta obra, porque inova, propõe, gera controvérsia...e como gostamos disso. Os que se enfeitiçam pelo código são aqueles que pouco ou nada sabem sobre o(s) assunto(s) tratado(s). O próprio autor afirma que todos os factos históricos são verídicos, bem como descrições de obras, locais e instituições, o que aguça ainda mais a curiosidade dos demais. É sabido que o mistério/tema central já serviu de base a centenas de livros que se vão empoeirando nas estantes das livrarias mais aclamadas, livros esses de História, Religião, Simbologismo, Antroplogismo, Mitos, Lendas...o grande problema desses livros é que não são romances. Atenção, o código também não o é,mas para lá caminha. Outro facto que retira mérito à obra é claro, o número astronómico de vendas, porque já se sabe o que vende não é considerado culturalmente, porque se vende é porque agrada ás massas, e essas, na pobre visão de muitos são estúpidas. Dan Brown pega naquilo que mais questões levantou e levanta no mundo ocidental, a sua própria religião que consdtiui o maior enigma para todos os crentes, pois a meu ver os cristãos devem ser os únicos crentes que não sabem no que creêm... O código lê-se bem, é acessíevl a qualquer um que se preze, possui a dose perfeita de fantasia, suspense,acção, humor e enigmas que fazem brilhar os olhos dos leitores mais compulsivos..é vê-los no metro, nas filas nos carros, nas camionetas, nas filas do correio, na praia, nos cafés. Todos estes leitores ficam maravilhados ao verem Leonardo da Vinci e a sua obra a esconderem o maior mistério da nossa cultura: digam lá se não é perfeito??!! A razão pela qual todos os que congecemos já term lido o código, ou conhecerem alguém que já o fez é simples: A esmagadora maioria das pessoas conhece muito pouco de Arte, se já tiveram a honra de visitar o Lovre( como as odeio...) talvez o tenham feito a correr com o único intuito de ver a bela da Mona Lisa para depois dizerem:"O quê era só aquilo??!!" e voltarem ás suas compras ou subirem a torre Eiffel. Estas mesmas pessoas nada sabem sobre Maçonaria,ou sobre grupos secretos, mal conhecem a sua própria religião,ou o conceito de seita, mas quando ouvem estas palavra mágicas faz-se magia nas suas mentes e devoram o seu novo manual de discordância. Muitas foram as noticias lidas nos jornais sobre a "guerra" entre o Vaticano e os defnsores da obra, e isso claro faz subir as vendas para regalo de Mr Brown, que pouco ou nada se pronuncia sobre a dita "guerra". Toda a gente gosta de controvérsias, de desdizer o que é sabido, de pensar que há sempre alguém que os engana e por isso a vida não anda para a frente e o mundo não vislumbra a paz, como nunca o fez nem nunca o vai fazer: não faz parte da natureza do Homem, a paz que tanto ambiciona e que ele próprio afasta todos os dias da sua vida. Eu própria já ouvi uma discussão não muito acesa em que um dos intervenientes afirmou: "mas eu li no código de da Vinci!". E agora a adptação... Acho que não havia outra coisa na mente do autor que não a adaptação ao cinema quando escreveu o código, e já digo porquê. Ron Howard encarrega-se de realizar o filme, e devo manifestar já o meu pouco amor a este senhor, primeiro porque "adora" trabalhar com Russell Crowe que é de longe um actor tão bom como o afirmam muitos críticos, vejo-o apenas como bom actor num género, talvez a idade o venha a melhorar. Depois também não gosro de Ron Howard porque não vejo na sua filmografia nada que decisivamente seja brilhante, apenas o seu ar como produtor na série 24 em 2001 e pouco mais... Embora não goste deste senhor como já afirmei, consigo ver nele a competência necessária para seguir com este projecto. Uma coisa é adaptar uma grande obra literária,o que é árdua tarefa, outra é adaptar uma coisa que toda a gente já leu e por isso se sente tão ligada a ela, vai-se lá saber porquê... Quem já leu o livro repara facilemte que ao longo dos 105 capítulos o livro desenvolve-se rapidamente, sendo cada um dos capítulos grandiosamente pequenos. Muitos dos capítulos são facilmente lidos entre a paragem de Campo pequeno e Saldanha... Ou seja, o argumentista do filme não terá muito tarbalho, o livro parece ser escrito para ser adaptado em seguida, num minuto de película são facilmente "enfiados" 2 ou 3 capítulos que são meras descrições de pequenas acções, estados de espírito e acções paralelas aos dos heróis da obra. Por isso todo o livro pode fazer parte do filme, não serão precisos garndes cortes ou grandes elos de ligação. O grande trunfo de Ron Howard além do livro em sim tem muitos nomes: Tom Hanks, Ian McKellen, Audrey Tautout, Alfred Molina, Paul Bettany e ainda Jean Reno.. De certeza que a daptação sobrepôr-se-á ao original sendo tembém um êxito de bilheteriras. Quem já leu e gostou, vai ver. Quem já leu e não gostou, vai certamente ver. Quem não leu e por isso não sabe, vai ver para não ter o trabalho de ler o livro. Há gostos para tudo e por isso público mais do que o necessário. É esperar para ver e ir ao cinema, certamente.

5 comentários:

Anónimo disse...

Pois é maninha, tens muita razão. Mais ainda o belo do Code é uma uma manta de retalhos .. Giro . Para qualquer pessoa que nada saiba sobre os items ao ler o Code sente-se como que a descobrir os segredos da existencia do mundo, quando na realidade estes já sao estudados e analisados à Seculos. A minha Maçonaria preferida que teima em não me aceitar nem sei porque afinal fico tao bem de preto , tem inumeras teses e estudos sobre estes assuntos .. mas enfim . Ninguem me tira da cabeça que o senhor sempre teve na ideia o filme e nao o livro ...o que dara mais dinheiro !!! Haja imaginação ! beijos ó .. eu sou tua fã !!!

Anónimo disse...

100% de acordo no geral e especialmente no que toca à adaptação para cinema! Foi exactamente o que descreve a sensação que me ficou:)

Penso até que já falámos disto "mais a sul":) Ou tou enganado?

um beijo

Sérgio

Nuno Vasco disse...

Anita ! Blog de usted esta fazendo sucesso ! Quanto ao Codigo Da Vinci , pode.se dizer que e uma daquelas obras , como tantas outras , que se aproveita daquela famosa frase : a controversia vende . Basta e saber ter imensa imaginacao e saber transformar factos ate agora considerados verdades irrefutaveis , em pistas sobre aquilo que talvez a Igreja Catolica nos tem vindo a esconder ao longo dos anos . Acho que sem a controversia , esta obra dificilmente se poderia distanciar do genero a que pertence : a literatura pop .

Anónimo disse...

exactamente... o sr. Brown misturou dois temas que apesar de distintos nunca estão nem estarão separados: a Igreja e a Controvérsia inerente.
E a fórmula tinha de resultar, não era?
Mesmo assim, até gostei do livro, o que me fez ler em seguida o anterior Anjos e Demónios. Na minha opinião melhorzito que o Código.
Bem, Parabéns pelo Blog. Vejo que estás mesmo a dar-te bem :) Apesar de algumas vezes não ter da mesma opinião que a tua, já vi mais longe a possibilidade de ver críticas cinematográficas na nossa fiel Premiere :))
Continua Leila

Anónimo disse...

Ontem vi uma renião no campo de varzea,
jogadores de fim se semana (operarios)argumentando sobre politica. Sabe qual era a base? O dia a dia deles!
Desde o iluminismo, o estudo cientifico surgiu apartir da investigação (duvidar p/ encontrar a verdade), ok todos sabemos foi um erro de Descartes! a razão,lógica-mente tem seus limites. Mas o reavivamento mistico é incrivel no secúloXX,livros e autores que não são academicos falam da escritura hebraico-cristãs e historia, como no exemplo acima da roda de amigos do futebol!
Teologia antes de ser religião ´ciência pois trabalha dentro de principios claros e objetivos. O continente brasileiro é pobre de cultura e filosofia, por essa razão o misticismo barato do cogido que procura arte de polemizar e revelar o oculto chama atenção.
Como disse kerkegaard "A verdade, para Kierkegaard, não é uma "coisa", mas uma afirmação em relação ao mundo, uma posição de vida.No modo de vida religioso o homem não está submetido a regras gerais mas é um indivíduo diante de Deus. Sua relação com Deus não se traduz em conceitos e regras gerais, mas em inspiração fora do universo da razão. Abraão está pronto para sacrificar seu filho Isaac porque Deus o ordena, mas esta ordem não é justificada por nenhuma finalidade ética. SAbio foi
Socrates minha propria ignorância essa eu conheço.Qualquer livro filme ou livro que iguala objetividade de fatos a verdade, e a explica a outras pessoas; esta longe de levar o individou a algo melhor.