domingo, setembro 25, 2005

A Cinderella no masculino

Então não é que o regresso de Russell Crowe dá-se através de uma personagem à semelhança e imagem daquela que lhe deu um oscar há 4 anos?? Em Cinderella man a verídica personagem de Jim Braddock é interpretada pelo senhor que é já um lead actor em Hollywood, para muito do meu descontentamento... Já sei que é bom actor, é um líder nato, não tem medo de usar os punhos(dentro e fora do cenário), mas daí a faça o que fizer a palavra oscar soar que nem um sino na manhã de Páscoa...tenham dó!! É que nem versatilidade se pode dizer que seja o seu forte...ou muito me engano ou personagens que têm tudo,batem lá no fundo e depois regressam no seu melhor, acho que já o vi fazer isso vezes a mais. Longe vão os tempos em que Russell interpretava um vilão como em 1992 com Romper stromper ou sei lá,uma personagem mais ambígua como em L.A Confidential( o seu melhor filme a meu ver), com isto não me esqueço do brilhante The insider, mas acho que ele quando escolheu esse filme nem sabia muito bem no que é que ia dar, mas o senhor precisava de trabalhar. Falando menos dele e mais do filme em si, o Russell não está mal, longe disso, mas os aplausos vão seguramente para o forte desempenho da Renee Zellwehger e do brilhantíssimo Paul Giamatti...façam vénias não se acanhem.Gosto tanto deste actor como de John c Reilly, parecem aqueles actores talhados para papéis secundários, elevando os filmes a níveis esplendorosos!!! O cast infantil também merece aplausos, os filhos do casal Braddock é excelente, apelando á ternura do público e ao riso momentâneo. Este é para mim,de longe o melhor filme de Ron Howard. A banda sonora que percorre a obra é envolvente e segura, a recriação da época é bastante convicente, espelhando bem a mágoa e sofrimento daqueles que atravessaram a maior crise económica que os EUA jamais abraçaram com a queda da bolsda de 29. Não se pode dizer propriamente que este seja um filme sobre boxe. É mais do que isso. Vai bem mais longe. È muito mais um drama(um pouco lamechas demais, mas que resulta)familiar e pessoal, por parte casal Braddock,que se vê privado de bens essenciais e por breves momentos angustientes daqueles de quem mais amam na vida. As cenas de luta são bastante credíveis, com coreografias muito estudadas, sendo o combate final uma veradeira pérola, não sendo na minha opinião nem muito longo para que nos aborreçamos mas também não muito curto para que nos saiba a pouco. Cinderella man é um filme não sobre luta por um título como em Million dollar baby, mas uma luta bem mais difícil, um luta pela sobrevivência num mundo esgotado e a precisar de um verdaeiro herói. Não se trata de provar nada a ningúem,nem mesmo a si próprio, mas sim de luta para sobreviver, ganhando forças através da lembrança daqueles que ama e nos sorrisos dos mesmos por breves instantes que sejam. Os momentos de humor casual pautam também ao longo da narrativa sem nunca fazer esquecer que este é daqueles filmes que se levarem um lencinho, melhor! Não sei explicar bem, mas embora tenha gostado há qualquer coisa no filme que não me convence e que não me deixa completamente satisfeita, digo isto porque vejo em todo o lado o Oscar como promessa indispensável e realmente não percebo tamanho entusiasmo. Se o filme fosse assim tão bom, o público teria sido bem mais fiel, mesmo sabendo que estreou numa má época nos EUA. É esperar por Fevereiro quando forem anunciados os nomeados, mas não me surpreendo nada se os nomes forem os que encabeçam este cinedrella. O meu voto vai para Paul Giamatti e... Paul Giamatti, e fico por aqui...

1 comentário:

Anónimo disse...

Maninha , confessa que nao gostas do Senhor e ele é um bom senhor ...
Beijos

Xana