
Há
poemas que se escrevem e que jamais serão lidos.
Há cores inventadas e que jamais impregnarão uma
tela.
Há
lugares do coração que nos esquecemos de procurar.
Há medos que por mais que combatamos não se esgotam ao nascer do
dia.
Há verdades imensas, valiosas,
donas da Humanidade.
Há coisas que gostaríamos que fossem fáceis, e só o são se assim o
quisermos verdadeiramente.
Há partes de
nós que são estilhaços que nos cortam a nós e aos outros.
Há palavras que não queremos vir a precisar de
dizer.
Há caminhos que não queremos
percorrer.
Há que percorrê-los, a pé, a
voar, contigo, por ti, ou apenas para te alcançar.
Há sentimentos que se alojam nas encostas da nossa
alma, tal como as rochas tumulares nas praias fazem alterar a morfologia do
mundo.
Há coisas que quando nos imaginamos sem, fazem com que o reino dos nossos
sentidos se desmorone.
Ritmo.
Obra.
Devaneio.
Revelação.
Inimaginável.
Gesto.
Obrigatório.
Há o verso curto e há a composição escrita. As
entrelinhas que foram inventadas para que consigamos descobrir o que deixou de ser visível, as frases feitas para nos redimir, e...as mesmas, capazes de nos condenar.