dia 1: a chegada
Pois bem estou em Londres pela trigesima quinta vez (va talvez um numero um pouco menor..), a viagem foi muito rapida, vim num belo aviao TAP com o nome de Luisa Todi, um tal de voo 358 cujo piloto era tambem um acrobata dos ceus!
"E que fez ele?"- perguntam vossemeces
"Ui maravilhas!"- respondo eu!
Brindou-me com uma bela vista "de lado" porque o aviao decidiu que tinha de mudar de direccao e vi toda uma zona magnifica da capital assim meio para o atravessado, mas a noite caia, as luzes iluminavam e eu ia estarrecida, sentadinha a janela naquilo a que muitos chamam "os lugares dos malucos" (ou seja, the very last ones of the plane!).
Londres e a minha cidade, o meu mundo, a minha fonte de energia, se eu fosse um girassol Londres seria o meu "sol", se eu fosse uma rua seria Sloane Street, se eu fosse a algum lado ia a Londres, se eu tivesse de abandonar algum lugar de lagrimas de olhos, choraria por Londres, Londres e o meu porto seguro, e a minha Tara qual Scarlett O'Hara decidida a reconquistar o seu Rhett Butler, e o lugar que me acolhe quando lugares lusos me trazem a memoria coisas que prefiro esquecer, a vontade de partir...o medo de voltar.
Mas dizia eu que quase me perdia em divagacoes romanticamente exacerbadas: Vi o Big Ben and the Houses of parliament, Tower bridge, toda a zona financeira da capital, London eye com luzes fluorescentes, o Tamisa que me acenava corajosamente lambendo as suas varias pontes transbordantes de autocarros vermelhos que circulam por rotundas de tamanhho de caricas, e vi as luzes neon de Piccadilly...London is my Zion!
Fonte de cultura e diversidades, arrufos e memorias futuras, palacios frente a edificios colossais, e Harvey Nichols, motoristas de mau humor, muffin de chocolate servido por italianos simpaticos, sao conversas que se ouvem sobre doenca bipolar e tumores malignos, sao risos de criancas brancas e louras com impermeaveis amarelos (porque ca faz frio em Julho).
Londres e magia feita realidade, e em Londres que fica o flat que vou arrendar, o jardim nas traseiras onde vou ver os meus filhos crescer, e o balouco entre arvores onde os vou adormecer, e a vontade de ir mais alem, e a griff ao lado do pedinte de viola na mao entoando drogadamente "stairway to Heaven", Londres e onde me encontro sempre que me acho perdida, e a reconciliacao comigo mesma, e a inspiracao nascente na ponta dos dedos, no fio da navalha, nos rios de sangue que esvaziam o coracao e enchem a alma, nos anjos que olham para o outro lado, nas horas do dia feliz, no abracar de maos que deixamos de dar.
6 de Julho, Londres
(quanto a acentuacao, pouco posso fazer, os igleses nao os usam, e os teclados dos computadores nao fogem a regra)
3 comentários:
Que inveeeeeeeeja!! Aproveita ;)
p.s. -> quando aí estive nao cheguei a visitar, mas ontem Wimbledon foi palco de um dos melhores jogos de sempre de ténis.
:) Diverte-te muito!!!!
Se tudo correr bem , lá estarei , mas em Janeiro ( para aproveitar os saldos :) . Um grande abraço do teu irmão cinéfilo , Nunovsky.
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