quarta-feira, agosto 23, 2006

(TA)VIRAr da página prateada

Fugir do mundo, é conquista árdua. Partir para longe é louvável, mas resta sempre algo de nós, de esperança, de sonho, de espuma, uma acendelha à espera de um sopro que teima em arder. E eu fugi nas asas de um pássaro terrestre, veloz e de voo firme que contemplava a minha tristeza cansada, o meu alívio solitário na companhia dos outros... e ouvir o som das asas que balançam. Os dias passaram: quentes, frios, chuvosos, com ou sem vento, com ou sem gaivotas assassinas. Campismo selvagem porque não? Há tentos que fazem mentalizados, convictos...a minha convicção nasceu da força da circunstância...o improviso faz maravilhas, e a mim ofereceu-me o céu estrelado, todo e inteiro, que me beijou os olhos ensonados e me deixou entregar nas delícias dos sonhos encantados, queimando tempo. Seguiram-se mais dias, silêncios, palavras, sorrisos, caminhos trespasasdos por espadas do passado capazes de desmoronar baralhos de cartas que são mais, muito mais do que um jogo. Falou-se, escutou-se, falou-se, aconselhou-se, desafiou-se, desentedeu-se? Enquanto houver confiança. O tempo que passou num ápice, assim é quando se gosta verdadeiramente, quando se reina sem poder concedido pelos deuses e crucifixos. E no último dia , na manhã do farol ouvi o silêncio do mar, escutei o que ele tinha para me dizer, o segredo murmurado que vem por debaixo do chão. Canção incessante que do azul se faz prata, que me ensurdeceu, cegou, calou, e os ossos das mãos que congelaram, nessa manhã de brisa fina. E sabes o que te digo??: Luta. Se perderes. Luta mais. Sangra, se for preciso, dá o teu sangue a beber à vampira que dele precisa sem saber. E se morrer, mais vale uma boa morte que uma não vida. Não queiras pouco, exige tudo, porque tudo é o que a vida exige de ti e ela escorre como lava apressada, e nós não ficamos senão, na memória dos outros enquanto a também eles, ela não faltar. Eu vou lutar, qual guerreira revigorada, qual dama afortunada sem o saber, qual mulher que arde num fogo intenso, e se perder..ou morrer, a memória ( a dos outros) manter-me-à viva, ou pelo menos não morta.

1 comentário:

Anónimo disse...

Luta pq és forte! Luta pq s há alguém capaz de concretizar os seus sonhos esse alguém és tu.

U are lovely!

Foi preciso um katrina pa nos apercebemos d algumas coisas, foi um abanão necessário que agr começa a fazer efeitos...

Aurora***