segunda-feira, agosto 21, 2006

And "He" returned (finally)

Foi com agrado que vi regressar o extraterrestre mais querido do mundo do cinema (logo atrás do E.T, pois claro). O responsável por esta experiência extremamente dedicada e humana é Brian Singer, que após muitas voltas e reviravoltas conseguiu fazer renascer das cinzas mais um grande franchise...é agora ver t- shirts com um "S" estampado tamanho XL, por essa Lisboa fora, enfim mais super heróis por esse mudo. Facilmente se percebe a razão pela qual a crítica se mantém tão favorável ao eterno Kal-El, enquanto que as bilheteiras se mostram um pouco mais reticentes, pelo menos da parte norte americana. É que quem está à espera de assistir a lutas desenfreadas, entre bons e maus da fita, amores de novela extraídas do sex appeal dos actores, e clichês dignos do livro "as mais bonitas frases do mundo", bem pode tirar o cavalinho da chuva...mas é que bem pode mesmo. A nível de frases, vá, deixamos passar as palavras de Marlon Brando no papel de de pai de Kal El, frases paternais essas repetidas pelo próprio herói mais lá para o final ad pélícula! Sexo não há. Acção também não. Resultado: menos vendas. O máximo que se vê é Kal El a ser sovado como nunca, depois de exposto ao seu pior inimigo natural, e mais não conto. Brandon Routh , tem talento e seguramente um futuro no mundo cinematográfico, é carismático e expressivo tanto como Clark Kent ou Kal El, fazendo mesmo pensar num possível James Dean (sem um final trágico e precoce rezemos) dos nossos dias, mas isso já sou eu a premeditar coisas!! O actor em causa transmite sem dúvida humanidade através do olhar algo perdido e incompreendido um "outcast" como ele próprio se julga. E arrepia vê-lo e pensar em Christopher Reeves por breves momentos, mesmo sabendo que aquele azul intenso mais não é que um adereço e quem sabe algum trabalhinho de pós produção..as maravilhas das novas tecnologias, tecnologias essas com a devida publicidade no belo do movie não é Samsung??!! Há uma certa névoa em toda a fita que paira não como uma sombra de um fantasma mas mais como uma brisa apaziguadora que assegura a comunhão entre enredo e espectador, algo entre tradição e pertença, entre harmonia e saudade. Lex Luthor esse vilão na pele de Kevin Spacey ou vice versa!!, é arrasador, bem como a sua fiel Cocô Chanel, interpretada pela versátil Parker Posey, tão deslumbrada e mal amada, enfim é difícil amar quem não ama. Os efeitos especiais elevam a película a voos maiores que por mais ceguinhos que estejamos deixamo-nos levitar pelas acrobacias do Super-herói moldável como um pedaço de plasticina vermelha e azul. Superman returns foi feito com o coração , demorou, custou muito, mas compensa sem dúvida,é dinheiro bem empregue num Verão impregnado (ao qual já nos habituámos) de piratas e polícias à caça de barões da droga, vestido à Boss e afins. As cores deste fim de Verão são o azul e o vermelho (deixei o preto e o cinzento para o Inverno). A vénia deve ser feita, o esforço recompensado. É tocante a dedicação final a Christopher e Dana, esses sim os verdadeiros heróis face a uma vida difícil e confusa, temida e vazia. É sempre bom recordarmo-nos e que a morte de facto pouco poder deve possuir e que em casos destes não é ela quem se deve recordar, celebremos antes a vida, essa luz que não se extingue nunca e que existe para nos apercebermos que os sonhos devem ser sempre uma realidade.

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