E porque tudo o que vejo, vejo como nos filmes. E porque tudo o que fazemos e sentimos pode ser recordado nas asas de um caleidoscópio em pleno movimento. Se há "acção" eu revelo por aqui.
terça-feira, junho 20, 2006
The New world
Mãe??
Terra..
Porque é que ele foi?
Porque é que só me sinto completa com ele?
Porque me sinto ele...
O cheiro, o som, o zumbido, as folhagens arrastadas, os pássaros a levantar voo, o curso do rio, o ancorar da nau, o aço a cortar madeira, a doença a estragar as carnes...o silêncio, o pó...o silêncio.
The New World, o novíssimo e elaboradíssimo de Terrence Malick é um festival de sensações absorvidas lenta e harmoniosamente.
Fiquei completamente estarrecida com tamanha obra de arte, um verdadeiro festival natural, fruto de trabalho local, anos de produção, e mestria do realizador.
De notar também o envolvimento do actores no filme, porque protagonizar O novo mundo imagino não ser uma tarefa fácil, ainda por cima quando se tem poucos diálogos e temos que dizer tudo com um simples olhar, um silmpes saudar do sol, ou um simples adeus ou ainda uma simples vénia:
"Encontraste as tuas Índias?"
"Acho que lhe passei ao largo."
(Ela faz uma vénia digna da sociedade inglesa do século XVI e vira as costas)
Palmas e palmas para a brilhante Q'Orianka Kilcher (16 anos) e eu duvido que tão cedo encontre outro trabalho em Hollywood e Christian Bale (um dos meslhores da sua geração). Já Colin Farrell nao encanta, digamsos que ele é um bom actor, não acho que não, mas que nunca chegou a evoluir, a aperfeiçoar e isso vê-se nos seus últimos trabalhos.
Absolutamente fascinada foi como fiquei com esta obra, a banda sonoro é envolvente mas sem roubar o lugar e protagonismo aos sons da Natureza, Ode a James Horner por isso. E a
entrada no genérico final...absolutamente divina(nao revelarei para não estragar surpresas).
Mas mais do que Naturexa neste filme somos confontados com o Amor e a barreira de culturas, a barreira da língua que se vê desmistificada e insignificante, mas a transponibilidade do vazio e o silêncio...o amor parece ser feito desses dois aspectos, e quando estes são preenchidos, há como que um voltar para outros horizontes "outras Índias"...procurar outras crenças, outras razões
de viver, no fundo uma morte do Amor (que é imortal) e de todas as crenças que nos rodeiam...
" He has killed the God within me"
No fundo The new world poderá ser uma profecia de um velho mundo, um mundo ideal, longe de tudo aquilo que repudiamos onde só pode existir um amor puro, essencial, desinteressado, comunicativo nas pegadas deixadas na terra molhada, tal como diz o capitão John Smith:
"They are gentle, loving, faithful, lacking in all guile and trickery. The words denoting lying, deceit, greed, envy, slander, and forgiveness have never been heard. They have no jealousy, no sense of possesion. Real, what I thought a dream. "
E o sonho começou...
Os anos passaram.
A morte morreu.
O luto deu lugar à cor.
Ele voltou...a morte voltou...ele partiu...a morte ficou.
"Tudo o que nasce tem de morrer."
Ela morreu. Pocahontas morreu.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário