E porque tudo o que vejo, vejo como nos filmes. E porque tudo o que fazemos e sentimos pode ser recordado nas asas de um caleidoscópio em pleno movimento. Se há "acção" eu revelo por aqui.
sábado, novembro 05, 2005
O inexistente Dalí nos EMA 2005
Foi no passado dia 3 que Portugal se fez passar por um dos "grandes", não é que o nosso país não o tente todos os dias, mas é que desta vez fê-lo à frente de todos, e pior do que isso, admitio-o em público.
Acho muito triste quando figuras públicas vêm, portanto a público, dizer: " Portugal mostrou que também tem capacidades para esta e aquela"...ah tem?? Então se tem, vamos a fazer as 'ditas' coisas e não ficar à espera que os outros nos venham dizer "menino bonito" e afagar-nos o pêlo...tomemos as iniciativas, lutemos com as nossas armas, (eu sei que são poucas e made in China) mas pelo menos vamos...não tenhamos medo de nos agregar astuciosamente aos gigantes porque se eles o são devem-nos a nós ( "porque nos dominam", diz o inteligente), mas nós precisamos dos mestres, e só é grande aquele que excede o seu modelo já dizia Aristóteles no tempo em que os prémios MTV ainda exibiam artistas com máscaras em vez de operações plásticas tapadas com óculos Dior com lentes gigantescas...aqueles da moda!!
Não foi um mau espectáculo, não senhor, mas pareceu-me como hei-de dizer...uma lágrima perdida na imensa chuva. Sim é isso. Os artistas, para variar, pareciam menos interessados em actuar do que em promover os seus últimos trabalhos...ouvi o título do cd da Shakira aí umas 10 vezes e o quanto ela estava contente em cá estar e como os portugueses são bonitos.... Espanquem-me!
O espectáculo começou com uns largos minutos de atraso à la bonne mode du bon Portugal, e os prémios pareciam ser recebidos como mais uma banalidade do showbusiness.
Devo admitir que gostei da apresentação que coube a Borat, o pivot do Cazaquistão, que numa época como a nossa parece-me uma crítica bem mais inteligente e interessante do que a feita pelo Jared Leto na sua apresentação numa de actor jovem, e por isso rebelde, que só o fez porque está a milhas do seu país natal, onde o Bush está longe de adivinhar o que é se passa na cidade espanhola Lisboa...só se algum empregado do empregado da White House que é filho do filho que era casado com a filha de um tal Ferreira o disser ao senhor, enquanto lhe apara um charuto cubano, que a este o Fidel não lhe pôs as mãos.
Borat representa bem melhor o mundo daqueles que vivem na miséria porque os outros lá no fim do mundo assim o desejam, não tendo eles nada a ver com uma coisa chamada poder porque nunca a possuiram, sendo eles apenas leves carnes para canhão, carne a viver num tempo errado, num local deslocalizado. Eles são apenas o produto de um mundo humanamente entristecedor e ganacioso. Não haviam eles de querer fugir do seu país natal numa avioneta amarela em direcção a Tires. Torturem-me com ácido!
Quanto a performances, bem não há muito a dizer...ou haverá??
Se tivesse que eleger uma, seria Foo Fighters, que não são o MEU grupo mas estiveram bastante bem a meu ver. A eterna Madonna, e eu aprecio muito a senhora, como não está em época de tournée ainda não aqueceu o corpinho, por isso dou-lhe um desconto, mas ficou far far away das minhas expectativas.
Portugueses, portugueses...cadê??
Só mesmo os encarregados de limpeza e uns gatos pingados no público. Era no mínimo surreal encontrar descendentes d'El rei D. Afonso Henriques a defender o seu território valentemente.
Uma actuaçãozita... afinal quem é que ía ligar? Se por muitas vezes nem mesmo nós permanecemos no mesmo canal onde eles estão, havia de ser os outros...era então não era...
A malta queria era Robbie e este e aquel'outro, os portugueses no palco íam destoar o cenário, como acabaram por fazer no final aquando da entrega do prémio portugês. Uma actuação portuguesa era para a esmagadora maioria do público estrangeirado como dar Dalí a neoclacissistas!!
Era desequilibrar todo um sistema já de si, tão pobremente estruturado e era vê-los a fugir do olho visionário. Sirvam-me cianeto num copo alto!
Mas como já disse, Portugal ainda não é aquele destino. Um dia quem sabe?? Vamos pensar que sim. eu quero pensar que sim, para quando for velha não ser uma exilada ou pior, uma emigrante toda saudosista do mau que afinal era tão bom!! Queria antes dourar a minha velhice numa quinta em Sintra sentada na minha cadeira de Balouço em pleno Outono a mirar as folhas caídas das árvores a jogar à apanhada numa roda viva.
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2 comentários:
Anita ! Os premios da Mtv chegaram e nao deixaram grande marca . Acho que acima de tudo , Potugal precisa mesmo e de eventos que abalem ( de uma boa forma , e claro ! ) os alicerces da sociedade portuguesa , que se diz aberta , mas em pleno seculo 21 continua a pensar : "amanha nao vou trabalhar porque o joga o Benfica : ( entre outras barbaridades ! ) ! . Ja o Rock in Rio tambem foi bom , mas mudar as mentalidades radicalmente , isso nao o fez . Continuamos a espera que D. Sebastiao venha para nos salvar desta aparente eterna desgraca , mas esquecemo-nos que ate mesmo D. Sebastiao fez aquilo que os brasileiros dizem : " Correu atras " . Nos estamos parados , num pais que ate medo de programas de televisao tem e que gosta de dizer que e grande , quando grande so o teve historia ( pouco estudada alem fronteiras ! ) . Seu blog melhora de dia para dia Anita ! Byee !!
Ora, como dizer isto de forma simples... hmm... ah! MTV SUCKS!
ps: (isto claro, desde que deixei de passar o Alternative Nation)
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