Voou.
O tempo voou. Parece que foi ontem, que foi há uns meses, há umas horas.O dia de sol quente no norte do país em frente ao lago verde, habitado por simpáticos e vigorosos patos que entre bicadas e guinchos compuseram a mais bela banda sonora da nossa tarde passada naquela cidade que é a cidade mais simpática que conheço. Uma tarde como as outras transformada na nossa melodia desde então.
Por mais tempo que passe, recordarei para sempre o nosso encosto um no outro como duas rochas que com a passagem dos anos se fundem tornando-se numa só. Recordarei os pequenos riachos que dos nossos olhos nasciam e que caiam em forma de pequenas cascatas frescas e salgadas sobres as nossas mãos.
Por mais tempo que passe.
Hoje, e passados tantos meses estamos mais perto que nunca do desfecho de mais um capítulo do nosso livro, o livro que abrimos juntos e que escrevemos a quatro mãos sempre que os nossos desejos se realizam.
E contigo meu amor, os meus desejos realizam-se todos os dias, e todos os dias adormeço com a certeza que a mais bela história de amor foi inventada numa noite escura de Novembro. Quando acordo, apercebo-me que tenho vivido dela desde então, e que não há outra forma de viver.
Por mais tempo que passe.
E porque tudo o que vejo, vejo como nos filmes. E porque tudo o que fazemos e sentimos pode ser recordado nas asas de um caleidoscópio em pleno movimento. Se há "acção" eu revelo por aqui.
domingo, agosto 25, 2013
domingo, agosto 18, 2013
Há uns anos
Às vezes lembro-me das tardes que passava em salas de cinema. Chegava a ver o mesmo filme duas e três vezes no escurinho das salas que ficavam mais próximas da faculdade onde me ia entretanto entre as cadeiras de Análise filmica e História de Arte. Agora que olho para trás, com aquele olhar que a idade adulta nos transforma e devolve numa doce carícia na alma, e não me apetece voltar. Fui feliz, imensamente feliz, aprendia tudo, absorvia tudo, tinha tempo para ver e rever, ler e reler, passar a limpo e estudar com antecedência, era tudo fácil e não era mais do que aquilo.
quinta-feira, agosto 08, 2013
A ponte
O tempo passa.
O nível da água sobe e desce numa constante luta silenciosa. A paisagem permanece muda e presencia todos os movimentos ascendentes e descendentes, calada e profunda.
A ponte constrói-se. A quatro mãos, a dois corações. Ao mesmo tempo e em tempos quebrados pela distância. A ponte constrói-se fruto de uma vontade mútua, de uma vontade que não se amedronta, que é despida de interesses e livre de motivos inferiores.
A ponte só resiste ao tempo se construída (para uma dia) ser caminhada lado a lado na linha final da vida, quando o reflexo dos nossos rostos nessa mesma água revelar o valor daquilo que fomos um dia…juntos.
[Imagem via: http://eukendei.deviantart.com/art/The-Bridge-study-2-359979814]
[Imagem via: http://eukendei.deviantart.com/art/The-Bridge-study-2-359979814]
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