sexta-feira, maio 31, 2013

A arrogância dos sábios

A arrogância dos sábios cansa-me. Ser dono da razão é das coisas mais chatas e aborrecidas do mundo. Saber tudo e nem sequer querer ouvir o outro ponto de vista, mesmo que errado, mesmo que louco. Porque é que dois mais dois terão de ser sempre e invariavelmente quatro? Porque é que não posso pegar nos primeiro dois e transformá-lo em andorinhas, e nos outros dois e transformá-los em gomas e dizer que afinal dois mais dois são três, porque entretanto uma das andorinhas decidiu voar para longe dos sábios.

Na minha perspectiva, se continuarmos a acreditar nos sábios, e nos factos perdemos uma capacidade maravilhosa: a de tirar os pés da terra para poder sonhar. Sonhar é a nossa janela para o mundo em que queremos viver para o resto da nossa vida. É que nos
sonhos podemos ser quem quisermos, sermos dotados de força ou medo irracional.


E depois aparece o sábio e diz-me que dois mais dois são quatro e eu perco as forças. O sábio que em vez de particularizar e se espantar com o novo, generaliza o seu próprio conhecimento e transforma-o em banalidades repletas de verbosidades impenetráveis. 



quinta-feira, maio 30, 2013

Voltar a escrever com força.


Voltar a escrever com força. 

A mesma força dos sentimentos que os sonhos me impõem. Escrever sobre estórias de filmes e de vidas reais, escrever sobre acordares e adormeceres ao peito de alguém, na almofada de alguém, no colo de alguém.

Voltar a escrever com amor, porque tudo o que vai sobrar de nós é isso mesmo, amor. E é amor que quero deixar ao partir deste mundo.

Voltar a escrever ao sabor da pena, sem dó nem piedade, e às vezes sem razão. Aprisionar as imagens em palavras e devolvê-las em vislumbres de seda.


Voltar a escrever com força.