Voltei a sonhar com aquele sítio. Aquele sítio. Há uma paz qualquer naquele sítio, que parece ficar ao pé de uma cidade de costas para o mar. As vezes penso no que vejo nos sonhos, e se já não os terei visto realmente em vida.
Depois durante o sono, o cérebro arranja forma de me fazer crer que aquele sítio não existe, que "so em sonhos" e que nunca lá estive. Juro por mim que sei que há um sítio assim. Algures. No mundo em que vivo. Que paz. Ali poderia viver em paz. Ali não há morte. Ali nunca morreríamos.
Os sonhos tem uma força incrível. O poder de nos fazer duvidar. O poder de nos dar a ver sítios onde já estivemos. Eu já ali estive. Acredito tanto nisto como no amor que sinto por aqueles que vejo sempre que chego a casa ao final do dia. Mal posso esperar por sonhar outra vez. E quero que o meu sonho seja este sonho. Os sonhos têm um força incrível. Têm forca suficiente para nos fazer duvidar da vida. Da vida que é um sonho e do sonho que é a vida.
Sonhemos. Vivamos e voltemos a sonhar.
E porque tudo o que vejo, vejo como nos filmes. E porque tudo o que fazemos e sentimos pode ser recordado nas asas de um caleidoscópio em pleno movimento. Se há "acção" eu revelo por aqui.
segunda-feira, fevereiro 11, 2013
sexta-feira, fevereiro 08, 2013
Se não era um iphone, era um comando
O Carnaval não me encanta. Nada mesmo. Há o pânico a andar na rua, somado à probabilidade esmagadora de levar com um balão cravejado de água em cima, e o facto de nem sequer ser feriado para me refugiar no quentinho do lar. Depois há a programação carnavalesca em rounds sucessivos entre o Carnaval do Brasil e o Carnaval da Mealhada, onde meninas flácidas e desnudadas se abanam como se estivem em cima de plataformas nervosas a cantar “u cárnáváu".
Porém, há uma parte de mim que se recorda do Carnaval de menina. Aquele em que fui capuchinho vermelho, Pierrot, palhaço, madeirense, lavadeira e Cleópatra. Fui outra, uma fórmula ingénua de heterónimo em que por dois ou três dias ocupava o meu lugar na terra. Era mágico sair à rua e ver os restos mortais dasserpentinas e bolinhas coloridas despojadas pelo chão, e os velhinhos sentados nós bancos dos jardins a sorrir e a acenar-nos. Alguns eram nossos avós, nunca meus mas dos meninos que iam comigo.
Quando era pequenina adorava o carnaval, a magia das roupas feitas à antiga, ia para escola feliz porque era um dia diferente em que não havia lugar para os livros e os cadernos. Hoje, subi a rampa e vi crianças que eram iguais àquela que fui também. Vi a mesma magia nos seus olhos. As roupas agora são um pouco diferentes, a espanhola leva a rosa na cabeça e as bainhas mal amanhadas, o pirata ainda não teve tempo de pôr a pala, e o vampiro tem falta de dentes caninos.
A magia do Carnaval em Portugal devia pertencer única e exclusivamente às crianças. Entre bombinhas de mau cheiro, estalinhos e pinturas faciais, ganha a ideia do sonho.
Porém, devo admitir que o menino vestido de iphone teve muita piada. Se não era um iphone, era um comando. Decididamente.
Porém, há uma parte de mim que se recorda do Carnaval de menina. Aquele em que fui capuchinho vermelho, Pierrot, palhaço, madeirense, lavadeira e Cleópatra. Fui outra, uma fórmula ingénua de heterónimo em que por dois ou três dias ocupava o meu lugar na terra. Era mágico sair à rua e ver os restos mortais dasserpentinas e bolinhas coloridas despojadas pelo chão, e os velhinhos sentados nós bancos dos jardins a sorrir e a acenar-nos. Alguns eram nossos avós, nunca meus mas dos meninos que iam comigo.
Quando era pequenina adorava o carnaval, a magia das roupas feitas à antiga, ia para escola feliz porque era um dia diferente em que não havia lugar para os livros e os cadernos. Hoje, subi a rampa e vi crianças que eram iguais àquela que fui também. Vi a mesma magia nos seus olhos. As roupas agora são um pouco diferentes, a espanhola leva a rosa na cabeça e as bainhas mal amanhadas, o pirata ainda não teve tempo de pôr a pala, e o vampiro tem falta de dentes caninos.
A magia do Carnaval em Portugal devia pertencer única e exclusivamente às crianças. Entre bombinhas de mau cheiro, estalinhos e pinturas faciais, ganha a ideia do sonho.
Porém, devo admitir que o menino vestido de iphone teve muita piada. Se não era um iphone, era um comando. Decididamente.
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