sexta-feira, janeiro 29, 2010

No dia em que a minha mãe aprovou o belo do sushi

No dia em que a minha mãe aprovou o belo do sushi, ela não só aprovou, como voltou a aprovar...na realidade, se a minha mãe pudesse, ainda estaria a esta hora sentada naquela mesa a aprovar. Lá fomos as duas, a medo, primeiro o prato mais cozinado, depois aquele half-cooked estaladiço e depois sim o fsmoso crú, de cor viva e de textura encorpada! A senhora gostou e eu arranjei mais uma pessoa para me fazer companhia, porque meus amigos, este é um ponto muito importante nas nossas vidas: as pessoas que nos acompanham nas coisas que mais gostamos devem ser as mesmas a acompanhar-nos nas que mais detestamos.
É como aquele limiar entre a ternura e o ridículo, a pessoa que nos vê no pico da nossa graciosidade terá o direito de nos ver numa maca a suar que nem uma porca e a praguejar diabolicamente enquanto alguém lincenciado em Medicina nos tenta retirar uma coisa viva de dentro de nós, coisa essa que um dia também praguejará e será açoitada por isso (isto se for minha filha).
Hoje acordei cedíssimo, não queria acordar, adormeci rápido demais, tão rápido que dormi profundamente e é nessas vezes que custa mais a abrir a pálpebra calona, estava uma manhã bonita, lá me estiquei até à janela para correr a cortina porque os raios de sol feriam-me a íris. Banhinho, pequeno-almoço reforçado, depois vesti-me (sim eu como após o banho e a antes de me vestir), apaguei a televisão e corri até ao metro qual coelho no país das maravilhas. Encontro a minha mãe e lá vai ela comigo acompanhar-me ao consultório, ouvi as notícias que não me apetecia ouvir, era bom que o antibiótico fizesse o trabalho todo, mas não...lá terei eu de ver o braço espetado e lá vão os senhores de bata pedir-me para contar do 10 para trás...devo chegar ao 4 e apagar!
Bem, mas no Domingo é que sei se será mesmo assim..até lá toca a fazer o antibiótico e a fazer outras coisas importantes e giras!
Ainda não tinha entrado para o gabinete do médico e já me atinha apercebido que não tinha o meu telemóvel comigo, "mas como..se mexi nele quando estava a comer o pão de Deus no Gou..." ah pronto Leila deixaste lá o traste! Toca de ligar ao antigo local de trabalho e pedir encarecidamente que o procurem algures pelo Atrium...ligam-me de volta e era do meu número, a voz simpática do outro lado a dizer que claro que ninguém iria querer ficar com um telemóvel cujas teclas verde e vermelhas não funcionam, que tem um autocolante de uma flor cor de rosa nas costas e ainda tem outro colado a dizer "Pincesa"....Nisto tenho a consulta, nisto saio de lá com a minha mãe e rumamos ao antigo local de trabalho, nisto subimos no elevador e nisto ainda tenho um encontro imediato de terceiro grau com esse ser megalómano de nome Sá Pinto ... suei pela minha vida e pela da minha mãezinha, nisto passam quase 45 minutos no escritório e nisto desco e desafio a Dona Lurdes para uma patuscada nipónica...nisto ela gosta! Depois foi passar na farmácia e caminhar até casa, morri para a vida a tarde toda, agora que já escrevi alguma coisa, é jantar e ler, fazer planos para a noite e rezar para que a glândula se salve! Amén.

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