segunda-feira, fevereiro 20, 2012

Quando não estás

As horas demoram a passar como se de décadas atravessassem as ruas. As pontas dos dedos esfriam, e os meus cabelos encaracolam na sombra da tua ausência. Saber que virás em breve, tolda-me os sentidos e ajuda-me na ilusão dos meus próprios olhos. Fecho-os, vejo-te. Fecho-os de novo, e estás deitado a meu lado. O teu corpo virado para a esquerda, a tua cabeça apoiada na almofada das flores cor de rosa, os teus braços a cercar-me o tronco, envaidecido, sonolento.

Mas os olhos pedem para que os abra, e eu respeito-os. Perco o que ganhei, enfrento a noite fria e pontapeio poetas antigos. Tenho vontade de dormir a teu lado, e sei que apenas descansarei quando me acoradres de madrugada com um beijo e me disseres as saudades que sentiste minhas. Uma a uma. Da maior à mais pequena, a tempo de eu te poder retribuir cada palavra em mais beijos.

Até lá, espero por ti.

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