domingo, março 04, 2012

Maternidade

Então não é que já tenho cortinados no meu quarto!? Orgulho em mim e na minha mãe que nunca esmoreceu aquando dos meus olhares incrédulos e das minhas palavras pronunciadas menos perfeitamente, já que a minha boca abrigava umas quantas bolachas Maria para acalmar o meu estômago cego de fome.

“Um pouco para a direiiiiiita, mais acima, olha que isso vai caiiiiiir, vê lá se a bucha não é grand’ demais, olha que me partes a caixa do estore!”. E ela responde:” Benze-te filha que a mãe só descansa quando a calha estiver presa à parede”. E assim foi uma tarde de Domingo bem passada na companhia da mamã.

Do Pinheirinho, trouxe uma panelona de sopa acabadinha de fazer, um ferro de engomar, 2 cortinados, agulhas e dedais, uma calha de dois metros e meio e muita vontade de contribuir para um lar mais harmonioso.

O que se pensava rápido, tornou-se num parto difícil e demorado, mas a concepção levou tanto amor que o resultado não podia ter ficado mais perfeito. Agora vou começar a dormir num quarto com cortinados lisos, brancos, translúcidos, ah digna de uma princesa!

A gatinha aqui do lar harmonioso, fez das suas e achou que o saco das cortinas daria uma cama perfeita e logo agora que pus a mantinha dela a lavar e só lá para Terça-feira é que deve estar “boa para consumo”.

Da tarde, fica-me o ar de satisfeito da mãe, da sua dedicação e das duzentas histórias que me contou da Avenida de Roma até à João XXI, em que a única coisa que a calou foi um pão de Deus digno dos deuses.

Domingos assim são especiais e eu já tinha saudades de passar um serão com a mamã. Mas faltava-me algo. Fazes-me mesmo muita falta.

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