sábado, junho 26, 2010

Afinal do que é que não gosto

Ora aqui está um tema importante. Do que é que não se gosta...podemos não saber ao certo do que é que gostamos, mas é realmente importante sabermos aquilo de que não gostamos, digamos que é um atalho, que hoje em dia parece que "não há tempo a perder"!
Não gosto da palavra "não": parvoíce eu sei, mas não gosto de a usar, e muito menos de começar frases como acabei de fazer com a presente...também já não a vou apagar, não vou não. Note-se que além de não gostar de começar frases com esta palavra, também não gosto de as terminar. Onde é que ia eu..ah pois bem, do que é que não gosto...Não gosto de favas. Não gosto de enguias, vivas ou cozinhadas. Não gosto de não ter nada para fazer. Não gosto de ter coisas por fazer. Não gosto que me caia a pele, como me está a cair neste preciso momento. Não gosto que me batam na nuca. Não gosto quando tenho a certeza que pus uma coisa num sítio e quando lá vou cadê da coisa. Não gosto de Saramago, tenho muita pena que tenha falecido, mas não gosto do que escreve, como escreve e muito menos da entoação que dá (dava) às palavras quando falava. Não gosto da morte, da minha e dos que amo. Não gosto do cheiro do milho cozido. Não gosto de sapatos lindos de morrer, caros como o raio co parta e que magoam como se não houvesse amanhã. Não gosto quando os filmes que quero ver no cinema demoram para lá de três meses a estrear no Cinema. Não gosto de não ter imaginação para mais, e por isso mesmo escrever que nem uma idiota sobre as coisas que não gosto. Não gosto de iogurtes em que misturamos os cereais. Não gosto do preço das malas Louis Vuitton. Não gosto de música (muito) clássica. Não gosto de Tony Carreira, mas não é por mal, juro. Não gosto de falsas modéstias. Não gosto de meninas púdicas. Não gosto de meninos gays e que nem sequer gostam de outros meninos. Não gosto de "dominar" sobre um assunto. Não gosto de acordar tarde. Não gosto quando quero muito uma coisa e ela nunca mais chega. Não gosto quando me apetece comer alguma coisa e não percebo o que é. Não gosto de banana, nem de polvo, e de galinha que sabe a cânfora. Não gosto de "performances", nem "Arte" contemporânea que envolva acrílicos, saliva, pregos e guardanapos sujos. Não gosto de guardar segredos, mas guardo 'tá? Não gosto quando me quero explicar e as palavras vão a correr na direcção da outra pessoa antes de eu me aperceber e quando dou por mim já vou tarde. Não gosto daqueles dias depois do Natal em que rebolamos de casa em casa, e depois ainda nos sentimos cheios e temos de saltar e dançar muito, e pedir desejos na noite do ano novo (mas gosto do beijo que se dá à meia noite, embora nunca tenha dado nenhum ;). Não gosto que estraguem surpresas. Não gosto quando o ipod fica sem bateria e não tenho o cabo USB por perto. Não gosto quando tenho o nome da canção na ponta da língua e a filha da p*** não sai cá para fora. Não gosto quando no Telejornal dizem "as imagens que se seguem podem ferir a sensibilidades dos teleespectadores"...e mesmo assim mostram. Não gosto quando cortam a minha música na rádio com Publicidade. Não gosto de ver maratonas de séries em casa, como se não houvesse uma vida para viver, seja em casa, na cama, encostada à parede, ou até mesmo no supermercado a comprar sacos do lixo. De que é que não gosto mais...deixa cá ver...pois da guerra, da corrupção, da maldade, de doenças para as quais não há uma cura. Não gosto de perder, coisas e pessoas que amo. Não gosto de ser deixada para trás, não gosto de sentir frio, não gosto quando bato com o dedo mindinho no pé da mesa, não gosto quando mordo a língua e deita sangue pois, não gosto mesmo nada disso. E enfim, há mais coisas que não gosto, e possivelmente são muito parecidas com as que vocês não gostam, portanto este texto é ridiculamente fora de qualquer propósito e em nada vos vai enriquecer após a sua leitura. Não me odeiem, vá está bem só um bocadinho assim para o pequenino.

1 comentário:

Anónimo disse...

Adorei, amei!! Principalmente o que disseste do Saramago.

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Xico