Vamos tornar os nosso dias menos solitários quando acompanhados. Vamos deixar de abrandar a perseguição dos sonhos que não sabemos revelar. Vamos fazer do medo condição que se mata com beijos ao acordar dados ao acaso por entre os lençóis. Vamos fazer do sorriso fonte inesgotável do espírito físico. Vamos fazer do Amor a Religião mais nobre, mais completa e mais duradoura. Façamos do leito catedral, do lar o confessionário, e do corpo o altar a adorar e refúgio do carinho animal. Vamos ter esperança e fazer dela a bandeira mais vibrante para que seja vista pelos olhos ávidos do Universo. Vamos fazer dos minutos, horas mornas, das horas dias sorridentes e dos dias nascerão anos cada vez mais ricos, cada vez mais frescos e cada vez mais frondosos. Esqueçamos aquele que deixa cair a pedra por orgulho, esqueçamos que já tivémos essa pedra na nossa mão, esqueçemo-la, lembremo-nos da mão que toca, agarra, larga puxa, envolve, amacia, dedilha, controla e deixa-se tocar, agarrar, largar, puxar, envolver, amaciar, dedilhar, controlar e sempre, sempre sentindo. Lembremo-nos da mão, porque quando os olhos já não conseguem ver, a mão sente por eles. A mão lembra-se do que é sentir quando nós achamos que já não o sabemos fazer. A nossa mão sabe o caminho, ela guiar-nos-à qual profetiza das sensações.
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