O tempo costuma deteriorar.
Quando em presença deteriora, afastado faz com que se sinta falta de algo que nunca chegou a ser inteiro, total e contemplativo.
Sinto-o com a força avassaladora, a mesma do furacão de sentimentos profundamente enraizados, os mesmos que desconcertantes uma vez, se tornam cruéis e insatisfatórios.
É com fome que escrevo, mas uma fome diferente, uma que faz os lábios esboçarem um sorriso involuntário, como se pronunciassem palavras sem sentido.
Uma fome. Uma impossível de saciar, uma incontrolável e que jamais se poderá suplantar por qualquer outra droga embriagadora.
Porquê ser marcada tão indelevelmente? Como deixei isso acontecer?
Nunca fui grande coisa a antever, nem a precaver...deixo-me sempre ir, não questiono, não pondero, não equaciono o que é melhor para mim..pelo menos quando se trata da luxúria do gesto.
Vou, deixo ir...e regresso sozinha.
O vazio instala-se, engrandece-se, e as pequenas coisas (anteriormente grandiosas) perdem-se no véu da memória do tempo fugidio...e assim essas pequenas coisas perdidas tornam-se num fardo pesado de carregar.
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