As suas penas mexiam ao sabor do
vento febril da manhã de Junho. Olhei-o de cima, como os olhos de Deus penetram
no mundo. Senti-me tudo. Tudo, menos Deus. Aquela criatura fria e dura teve um
fim triste e o mais certo é acabar no fundo de um contentor do lixo. Está só, e
deu o último sopro entre buzinas e carros, transeuntes de passagem apressados e
sem tempo para compaixões de início de dia. Por segundos, vi-me naquele chão
sujo e cinzento, por minutos imaginei-me morta e fria a ser espezinhada pelos
demais, por uns segundos apenas porque tive de seguir em frente com os olhos
postos no futuro.
Imagem retirada daqui: http://browndresswithwhitedots.tumblr.com/page/9
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