Ao subir a rampa, esta manhã, tive uma dessas visões.
Ali estava ele, caído, usado, gasto, mudo e sem cor.
Foi aí que me apercebi, como as coisas às vezes parecem pessoas.
O pinheiro foi rei no mês e Dezembro numa das casas daquele prédio.
Animou uma família, foi guardiã dos presentes de pais, filhos e avós.
Aquele pinheiro serviu de pouso para a estrela mais perfeita,
Foi ele enfeitado pelas mãos ágeis da dona de casa mais que habituada àquela tarefa.
Aquele pinheiro ali jogado, fez-me pena. O resto do meu percurso foi um percurso menos feliz.
A minha vontade era levá-lo comigo, a minha vontade é que fosse Dezembro todos os dias.
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