E dos tempos em que ia ter contigo e pensava que podia ficar para sempre.
Não são bem saudades desses tempos, mais sim do modo como esse tempo passava em tempos cujas horas pareciam décadas e vista da minha janela dava para um jardim com um poste do correio.
Saudades da tua chuva modesta pela manhã e tirana ao entardecer.
Saudades das paragens de autocarros e das viagens no piso de cima.
Saudades de te ter, e do abraço demorado que dávamos sempre que pisava o teu solo.
Saudades do chão dos cafés, dos azulejos baços e do cheiro a chá Earl Grey.
Saudades da manta no sofá em pleno Verão.
E aquela vez em que senti aqueles flocos de neve na cara e imaginei todo um postal colorido todo ele caiado de branco e de sonhos que tinha por realizar.
Agora tenho saudades. Mas mais do que saudades da minha cidade, tenho saudades do dia em que aí voltarei, do dia em que os nossos olhos se voltarão a cruzar.
Minha Londres. Fosse eu a Virgínia para te dedicar todo um livro ditado pelas vozes que ecoam na minha cabeça.
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