sábado, novembro 12, 2011

Passagem de ano

Por norma, realiza-se a 31 de Dezembro de todos os anos.
Por norma, sim. Na nossa memória, o caso é diferente.
Não sou particularmente fã da celebração, e talvez por isso mesmo, esteja a escrever sobre a mesma a 12 de Novembro. Porém, não relembro uma passagem de ano qualquer. Relembro uma a cujo ano não sei precisar.
Apenas sei que era criança, que fazia frio, que o dia terminava cedo e que estávamos no último dia de Dezembro.
Eu tinha andado de carro com o meu pai, e ao final do dia tinhamos de passar num supermercado para levar coisas para casa que a mamã tinha pedido.
Recordo-me do supermercado cheio e eu estava feliz por ver a multidão confusa, e na azáfama dos últimos preparativos. Compravam bolos e salgados, mantimentos para regimentos talvez. Eu imaginava que todos estavam a preparar grandes festas, e por isso precisavam de comprar metade das coisas que se vendiam por ali.
Acho que o meu pai apenas comprou pão e mais qualquer coisa... talvez bebidas.
Recordo-me de estar ansiosa por algo que ia acontecer, mas não saber bem o quê.
Estávamos a chegar a Casa, e eu ia agarrada a agendas do ano que batia à porta, daquelas dadas por pessoas que trabalham em empresas e assim fazem alguma promoção ao seu ofício. Na altura usavam-se agendas e apontavam-se os números de telefone de casa das pessoas.
Não me lembro do caminho para casa, apenas me recordo que demorou mais que o normal e recordo da chegada. Havia pessoas à porta do café do «Pinheirinho».
Logo depois cheguei a Casa, e cheirava a óleo de cedro, dei as agendas à minha mãe, e ela disse-me que ficasse com uma, mesmo não sabendo bem o que escrever por lá. Eu fiquei muito contente. Lembro-me da televisão estar sintonizada na RTP e dava um programa de humor. É disso que me lembro. Nada mais.

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