quarta-feira, agosto 10, 2011

Porque dominar é preciso - e comer também.

Dominar.
Trata-se e um verbo que usa aqui e ali e que revela apenas um sentimento cada vez mais visível no nosso mundo, mas que lá por ser mais notório agora não quer dizer que é coisa que não existiu desde sempre.
Dominaram-se povos, dominaram-se territórios e depressa se começou a dominar animais, através da domesticação.
Séculos e séculos depois, nasceu a noção de "sociedade" e uma "estrutura social" baseada também em domínio consubstanciado no poder económico e claro, político.
As sociedades começaram a organizar-se em castas, os ricos em cima, os pobres em baixo, com escolaridade em cima, sem estudos em baixo. O mesmo em casa de famílias, (o homem por trabalhar e poder dominar )em cima da mulher submissa e dependente.
Pensar isto nos dias de hoje seria ridículo, pelo menos do ponto de vista da vida como a conhecemos.
Mulheres e homens têm os mesmos direitos, travaram-se lutas por isso, tantas lutas que muitas vezes se inverteram os papéis e as mulheres tornaram-se frias e ela sim com imensa vontade de dominar.
Dominar é agora uma necessidade constante, os homens querem dominar as mulheres e as mulheres - porque queimaram soutiens querem dominar os homens. Não condeno obviamente as mulheres que no seu tempo o fizeram, e bem, colocaram-se em frente a autocarros, associaram-se e fizeram ouvir-se. Hoje não teríamos metade do que temos se essas mesmas mulheres não o tivessem feito. Mas essas mulheres viveram no seu tempo e não sabiam no que poderia acontecer. Os anos passaram no mundo ocidental, as sociedades evoluiram, as guerras sucederam-se e as mulheres tiveram de entrar no mercado de trabalho já que os homens estavam em campos de guerra. As mulheres foram à escola, as mulheres mostraram que além de donas de casa, podiam ser mães e esposas, eram também profissionais competentes e multifacetadas, capazes de opinar e fazer a diferença.
O que aconteceu depois? Porque querem agora as mulheres dominar os homens?
Seria um desejo inconsciente decorrente da sensação de injustiça a que foram votadas desde há milénios? Ou, um mero desejo comum a homens e mulheres mas apenas manifetado nestas últimas no decorrer da sua emancipação?
A mulher agarrou o cigarro, a pasta dos contratos e a máquina de calcular, deixou de querer ter filhos, de fazer o jantar, acha que ir ao supermercado uma seca e condena ainda as que gostam de o fazer. Esta mulher prefere passar tempo com as amigas, dinheiro a afectos, redefinem prioridades e dominam, colegas de trabalho, familiares e companheiros de vida. Os sonhos mudam e a realidade acompanha essa mudança.
Parece que estar com uma pessoa, significa "és meu e só meu, não porque te amo mas porque és meu", e é assim que tem de ser, escolhe-se a infelicidade como caminho, não se fazem planos bonitos, fazem-se planos porque assim tem de ser e porque a sociedade assim o exige, é obrigatório e isso diz tudo.
Gosto muito de ser mulher, gosto mesmo. Acho que devemos sempre lutar pelos nossos direitos, mas basta olharmos para trás, ou folhearmos uns quantos livros de História para perceber: tudo o que acontece no mundo possui um carácter ciclico e um período de vida compreendido entre nascimento, amadurecimento e declínio.
A mulher renasceu quando se apercebeu que tinha de lutar pelos seus direitos.
Durante cerca de 4 décadas cresceu exponencialmente e mostrou que estava certa.
Passados esses 40 anos começou a destruir tudo o que construiu por ganância e vontade de dominar.
O Neandertal foi extinto pelo Homo sapiens após conviverem juntos.
Alexandre foi grande até querer dominar todo o mundo.
O mesmo se passou com a chegada ao Novo Mundo e com toda a riqueza a explorar.
Tudo começou bem e acabou mal, porque todos quiseram dominar aqueles que mais perto de si estavam, e estavam perto por serem mais fracos e estavam porque precisavem de um exemplo a seguir. Juntou-se a fome à vontade de comer.

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