Uma luz seca que força uma amena sensação.
Raios chuvosos que nos refrescam entre batimentos de coração.
Uma manhã sonolenta que desemboca numa refeição terna e doce e num deitar quente e prolongado. E amamo-nos, como se a janela do quarto estivesse virada para o Paraíso. E amamo-nos como se as estações do ano nascessem e morressem em algumas horas. E amamo-nos como se os nossos corpos entrassem e saissem do nosso ser. E amamo-nos por longas horas em movimento e em progressão, em luz e escuridão. E amamo-nos como se as nossas vidas disso dependessem. E amamo-nos como se o Universo entrasse dentro de nós enraizado nos nossos cabelos, nas pontas dos dedos, nas línguas ávidas. E amamo-nos sem medo, sem reservas e sem rivalidade. E amamo-nos mais e mais, sempre mais, sempre mais do que ontem e menos que amanhã, sempre mais e mais fundo. E amamo-nos sem dar tréguas. E amamo-nos sempre porque sempre nos parece pouco demais.
1 comentário:
E amamo-nos impelidos pelo girar do mundo e pelo bater dos nossos corações.
E amamo-nos porque não existe outra opção para o que sentimos. E amamo-nos como se o mundo acabasse hoje, assistindo entrelaçados ao seu último pulsar.
E amamo-nos, como visceralmente afirmas, hoje mais do ontem mas menos do que amanhã.
E amamo-nos com as palavras de Emily Dickinson para te ajudar a adormecer. Eu estou aqui e não vou a lado algum.
"the world is not conclusion
a sequel stands beyond
invisible as music
but positive as sound
it beckons and it baffles
philosophies dont know
if I can stop one heart from breaking
I shall not live in vain
if I can ease one life the aching
or cool one pain
or help one fainting robin
unto his nest again
I shall not live in vain"
Emily Dickinson
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