domingo, maio 09, 2010

Porque a Felicidade é um Império

E por vezes renunciamos à Felicidade por vaidade.
Por vezes, são vezes demais.
Entretanto chega uma diferente, aquela em que nos deixamos ir...numa doce queda, terna e sem rede por percebermos que a rede mais não é que vaidade camuflada.
Por isso, se estivermos felizes a rede deixa de ser precisa, e se sentirmos a felicidade a rede desaparece para sempre, aquele "sempre" que o nosso olhar conseguir alcançar.
Felicidade um Estado. Felicidade que se torna num Império.
Pausa breve.
Segue-se a sensação de alegria ao contemplar a manhã.
Pausa mais breve e ....
Recomeçar: o corpo insurge-se, move-se numa dança leve contemplada pelas estrelas que nunca estiveram tão perto. O corpo pára, serpenteia, sobe e baixa, reclama o grito abafado, comprime-se num espasmo absoluto e tremulamente quieto.
O corpo permanece, nú, íntimo, endeusado, vibrante, quente, desarmado e sedento do outro. Que fazer?
Abraçá-lo, entregar-me, e trocar-me pelo outro para poder ser livre.
E nisto surgem as palavras..., conheço-as profundamente e opto por não as escrever. Prefiro dizê-las, com a boca, com o olhar, com o ventre firme porém nervoso ao toque dos lábios, digo-o com a respiração ofegante, de cabeça encostada no peito ritmado ao batimento cardíaco naquele compasso binário transformado em caixinha de música. Digo-o com as mãos que se tocam e abraçam por já se conhecerem.
Prefiro dizê-las sonhando com o toque da espuma do mar na ponta dos pés, a espuma feita de aroma a sal que mais não é que a lágrima que cai quando choramos felizes.
Sou tudo o que mudou, alterada, guiada até este ponto, melhorada, e eternizada no Presente.
Gosto de saber que nada do que fiz é fonte de arrependimento, que tudo acontece para me fazer chegar a algum lado, ou a alguém que me destabiliza, me faz confiar na sua presença e me faz sonhar com a ideia de que a sua felicidade mais não é que a visão da minha própria felicidade. E essa felicidade tem a extensão de todo um Império.
E assim vieste... e alteraste tudo o que até hoje sabia... engraçado é que dou por mim a compreender a grande Lição que me dás: a de que sabia tão pouco.
Contudo, isso fica em segredo, mas Tu podes dizer-me aquilo que me costumas dizer, quantas vezes quiseres que eu escutá-las-ei a todas!
E prometo dizer-tas sempre que a minha boca fugir para a verdade.
Tua.
L.

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